sexta-feira, 25 de julho de 2008

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 132

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 132


No tempo do "estudo integrado"Ginásios vocacionais e colégios experimentais trabalhavam com conceitos semelhantes aos de trans e interdisciplinaridade

Esméria Rovai, organizadora de livro sobre os ginásios vocacionais: interdisciplinaridade nos anos 60
A experiência dos antigos ginásios vocacionais, que existiram no Estado de São Paulo entre os anos de 1962 e 1969, terminando com o acirramento da ditadura militar, foi a responsável pelo melhor trabalho de interdisciplinaridade já realizado no Brasil. É o que defende a professora Esméria Rovai, doutora em psicologia da educação e autora de Ensino vocacional, uma pedagogia atual (Cortez). A experiência dos ginásios vocacionais no período acabou se restringindo a seis escolas no Estado de São Paulo - uma na capital e outras nas cidades de Batatais, Americana, Rio Claro, Barretos e São Caetano do Sul. Por serem ginásios em período integral, com atividades variadas no período da tarde, eram acusados de muito custosos por gestores da época. Sobretudo depois do Ato Institucional número 5, quando o incentivo à formação de alunos intelectualmente autônomos passou a constituir grande incômodo.
Naqueles tempos, como lembra Esméria, o termo utilizado era "estudo integrado", mas as práticas levadas a cabo pela pedagoga Maria Nilde Mascellani, que liderou o projeto, já trabalhavam várias disciplinas de forma conjunta, com métodos que hoje seriam considerados transdisciplinares. "O aluno começava por um estudo da comunidade, que abrangia diversas disciplinas, porque se chegava a elas por meio de uma problemática, ou seja, o estudo da comunidade", lembra.

Ex-aluna do Ginásio Vocacional do Brooklin, em São Paulo (SP), e hoje diretora-proprietária do Colégio Paulicéia, Carmen Lydia da Silva Trunci de Marco levou algumas experiências do Vocacional para a escola que comanda. "O estudo do meio, por exemplo, foi uma proposta do Vocacional", lembra. Mas o trabalho é muito diferente do que acontecia nos antigos ginásios em razão da infra-estrutura e também em função das exigências da educação nos dias de hoje. "A gente tinha uma casa montada dentro da escola para estudar economia doméstica, tinha uma lanchonete para entender o comércio, tinha horta. Eu tinha talão de cheques para pagar minhas compras na lanchonete, mas não utilizei gramática", conta. "Era um trabalho muito rico, mas difícil de implantar hoje em dia. Como é que eu vou explicar para os pais que não vamos utilizar livros didáticos?", pergunta.
Para Carmem, a educação hoje está muito voltada ao vestibular e às avaliações. "O foco do ensino vocacional era formar pessoas que tivessem liderança, agentes capazes de realizar transformações sociais. A ditadura acabou com isso", completa.
Esméria Rovai avalia que hoje não existe uma noção básica entre os educadores sobre o que é uma metodologia interdisciplinar, não há orientação clara sobre isso. "Na prática, cada escola faz de um jeito", diz. Certa vez, uma aluna veio lhe contar que foram fazer um estudo do meio. Então Esméria perguntou qual o motivo de terem ido visitar Itu. A resposta foi que os professores haviam sugerido várias opções e os alunos sugeriram a cidade. "No Vocacional, o aluno não escolhia onde queria fazer estudo do meio, o estudo do meio surgia em função da necessidade de estudar um problema. Se o problema era como se dá o desenvolvimento regional da região Centro-Oeste, então a gente tinha de fazer estudo do meio numa cidade dessa região. O estudo do meio se realiza no local que oferece mais possibilidade para o aluno estabelecer relações e fazer algo mais completo, colher dados, verificá-los e analisá-los. Só tem sentido a partir do momento em que você já está estudando algum assunto. Se não for isso, vira um piquenique, uma excursão", ressalta.
Nos ginásios vocacionais, relembra Esméria, ao fazer um projeto na área de artes industriais, o aluno entrava em contato com a matemática, com a produção industrial, com noções de ciências, de história. Dessa maneira, todas as disciplinas se integravam no estudo de um problema, a partir do qual o aluno estabelecia relações.
"Na interdisciplinaridade, não necessariamente todas as disciplinas precisam ser integradas. É possível fazer um estudo com duas ou três delas", explica Esméria. Na concepção pedagógica do Vocacional, o objetivo não era o estudo da disciplina, mas do problema para o qual a matéria trazia uma contribuição para a sua compreensão. Para a pesquisadora, nenhuma experiência de interdisciplinaridade que ela conheça suplantou a dos ginásios da década de 60.
Os experimentaisConcebida na mesma década, a experiência do EEPG Experimental da Lapa Dr. Edmundo de Carvalho também é fonte de inspiração para muitos educadores. Cristina Salvador, que hoje se dedica à formação docente e aos estudos de inter e transdisciplinaridade na Universidade São Judas Tadeu, foi professora e posteriormente coordenadora do Experimental da Lapa. "Quando fui refletir sobre as questões da interdisciplinaridade, a minha dissertação foi todinha baseada na vivência construída naquela época. Vi que tínhamos uma proposta interdisciplinar sem saber que éramos interdisciplinares", conta. Naquela época, os termos utilizados para designar esse tipo de prática eram "proposta" e "inserção no contexto".
Cristina lembra que os professores trabalhavam sempre de forma coletiva. "Partíamos das disciplinas que ministrávamos, mas, na ação, na construção prática, o que fazíamos já era interdisciplinaridade. Decidíamos tudo no coletivo, tínhamos um trabalho que envolvia a horizontalidade, porque se reuniam as disciplinas para discutir os conteúdos que estavam sendo estudados. E também atuávamos na verticalidade das séries, sabíamos o que cada série estava estudando. Eu sabia como cada colega ia dar continuidade ou me anteceder em um trabalho. Pensávamos na integralidade do curso", explica.Na letra da lei
"A interdisciplinaridade tem uma função instrumental." É o que diz o documento que explica as bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), editado no ano 2000 pelo Ministério da Educação para dar seguimento e tornar concretos os princípios educacionais definidos pela Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 1996 (LDB 9394/96). Segundo a orientação do MEC, o ensino médio deve ser estruturado em três grandes vertentes: linguagens e códigos; ciências da natureza e matemática; ciências humanas - todos os três campos acompanhados de suas respectivas tecnologias.
O documento explica que a adoção da interdisciplinaridade não tem como meta acabar com a divisão por matérias, mas sim "utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista". Isso a partir "de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência".


No tempo do "estudo integrado"Ginásios vocacionais e colégios experimentais trabalhavam com conceitos semelhantes aos de trans e interdisciplinaridade

Esméria Rovai, organizadora de livro sobre os ginásios vocacionais: interdisciplinaridade nos anos 60
A experiência dos antigos ginásios vocacionais, que existiram no Estado de São Paulo entre os anos de 1962 e 1969, terminando com o acirramento da ditadura militar, foi a responsável pelo melhor trabalho de interdisciplinaridade já realizado no Brasil. É o que defende a professora Esméria Rovai, doutora em psicologia da educação e autora de Ensino vocacional, uma pedagogia atual (Cortez). A experiência dos ginásios vocacionais no período acabou se restringindo a seis escolas no Estado de São Paulo - uma na capital e outras nas cidades de Batatais, Americana, Rio Claro, Barretos e São Caetano do Sul. Por serem ginásios em período integral, com atividades variadas no período da tarde, eram acusados de muito custosos por gestores da época. Sobretudo depois do Ato Institucional número 5, quando o incentivo à formação de alunos intelectualmente autônomos passou a constituir grande incômodo.
Naqueles tempos, como lembra Esméria, o termo utilizado era "estudo integrado", mas as práticas levadas a cabo pela pedagoga Maria Nilde Mascellani, que liderou o projeto, já trabalhavam várias disciplinas de forma conjunta, com métodos que hoje seriam considerados transdisciplinares. "O aluno começava por um estudo da comunidade, que abrangia diversas disciplinas, porque se chegava a elas por meio de uma problemática, ou seja, o estudo da comunidade", lembra.

Ex-aluna do Ginásio Vocacional do Brooklin, em São Paulo (SP), e hoje diretora-proprietária do Colégio Paulicéia, Carmen Lydia da Silva Trunci de Marco levou algumas experiências do Vocacional para a escola que comanda. "O estudo do meio, por exemplo, foi uma proposta do Vocacional", lembra. Mas o trabalho é muito diferente do que acontecia nos antigos ginásios em razão da infra-estrutura e também em função das exigências da educação nos dias de hoje. "A gente tinha uma casa montada dentro da escola para estudar economia doméstica, tinha uma lanchonete para entender o comércio, tinha horta. Eu tinha talão de cheques para pagar minhas compras na lanchonete, mas não utilizei gramática", conta. "Era um trabalho muito rico, mas difícil de implantar hoje em dia. Como é que eu vou explicar para os pais que não vamos utilizar livros didáticos?", pergunta.
Para Carmem, a educação hoje está muito voltada ao vestibular e às avaliações. "O foco do ensino vocacional era formar pessoas que tivessem liderança, agentes capazes de realizar transformações sociais. A ditadura acabou com isso", completa.
Esméria Rovai avalia que hoje não existe uma noção básica entre os educadores sobre o que é uma metodologia interdisciplinar, não há orientação clara sobre isso. "Na prática, cada escola faz de um jeito", diz. Certa vez, uma aluna veio lhe contar que foram fazer um estudo do meio. Então Esméria perguntou qual o motivo de terem ido visitar Itu. A resposta foi que os professores haviam sugerido várias opções e os alunos sugeriram a cidade. "No Vocacional, o aluno não escolhia onde queria fazer estudo do meio, o estudo do meio surgia em função da necessidade de estudar um problema. Se o problema era como se dá o desenvolvimento regional da região Centro-Oeste, então a gente tinha de fazer estudo do meio numa cidade dessa região. O estudo do meio se realiza no local que oferece mais possibilidade para o aluno estabelecer relações e fazer algo mais completo, colher dados, verificá-los e analisá-los. Só tem sentido a partir do momento em que você já está estudando algum assunto. Se não for isso, vira um piquenique, uma excursão", ressalta.
Nos ginásios vocacionais, relembra Esméria, ao fazer um projeto na área de artes industriais, o aluno entrava em contato com a matemática, com a produção industrial, com noções de ciências, de história. Dessa maneira, todas as disciplinas se integravam no estudo de um problema, a partir do qual o aluno estabelecia relações.
"Na interdisciplinaridade, não necessariamente todas as disciplinas precisam ser integradas. É possível fazer um estudo com duas ou três delas", explica Esméria. Na concepção pedagógica do Vocacional, o objetivo não era o estudo da disciplina, mas do problema para o qual a matéria trazia uma contribuição para a sua compreensão. Para a pesquisadora, nenhuma experiência de interdisciplinaridade que ela conheça suplantou a dos ginásios da década de 60.
Os experimentaisConcebida na mesma década, a experiência do EEPG Experimental da Lapa Dr. Edmundo de Carvalho também é fonte de inspiração para muitos educadores. Cristina Salvador, que hoje se dedica à formação docente e aos estudos de inter e transdisciplinaridade na Universidade São Judas Tadeu, foi professora e posteriormente coordenadora do Experimental da Lapa. "Quando fui refletir sobre as questões da interdisciplinaridade, a minha dissertação foi todinha baseada na vivência construída naquela época. Vi que tínhamos uma proposta interdisciplinar sem saber que éramos interdisciplinares", conta. Naquela época, os termos utilizados para designar esse tipo de prática eram "proposta" e "inserção no contexto".
Cristina lembra que os professores trabalhavam sempre de forma coletiva. "Partíamos das disciplinas que ministrávamos, mas, na ação, na construção prática, o que fazíamos já era interdisciplinaridade. Decidíamos tudo no coletivo, tínhamos um trabalho que envolvia a horizontalidade, porque se reuniam as disciplinas para discutir os conteúdos que estavam sendo estudados. E também atuávamos na verticalidade das séries, sabíamos o que cada série estava estudando. Eu sabia como cada colega ia dar continuidade ou me anteceder em um trabalho. Pensávamos na integralidade do curso", explica.Na letra da lei
"A interdisciplinaridade tem uma função instrumental." É o que diz o documento que explica as bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), editado no ano 2000 pelo Ministério da Educação para dar seguimento e tornar concretos os princípios educacionais definidos pela Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 1996 (LDB 9394/96). Segundo a orientação do MEC, o ensino médio deve ser estruturado em três grandes vertentes: linguagens e códigos; ciências da natureza e matemática; ciências humanas - todos os três campos acompanhados de suas respectivas tecnologias.
O documento explica que a adoção da interdisciplinaridade não tem como meta acabar com a divisão por matérias, mas sim "utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista". Isso a partir "de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência".

domingo, 20 de julho de 2008

As atuações da GVive




















Em outubro de 2005, a gvive participa da Semana da Educação em Americana, a convite de Ary Jacobussy na Unisal. Alem da visita a antiga sede do GEVA, sao recebidos pelo Editor do Jornal O Liberal, Sr Diogenes, grande entusiasta dos ginasios vocacionais, desde a primeira hora.

Publicações sobre os GVs








a vida de Maria Nilde

Release de Maria Nilde Mascellani

Lida na inauguração do Ciep em Americana que levou seu nome- 11 agosto 2007 . Prefeito. Eric

Principal figura ligada aos Ginásios Vocacionais, a professora e pedagoga Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo a 03 de abril de 1931. Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava.

Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade, sentia muitas dores e só suportava as crises a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas alternativas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve.
Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador.
Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro, e em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França), viriam a ser a semente do Sistema de Ensino Vocacional.

Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do S.E.V. (Serviço de Ensino Vocacional) e após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969.

"Maria Nilde, Olga Bechara, Lygia Forquin e o prof. Modesto(depois prof no Geva), fazem parte da equipe de instalação das Classes experimentais Obs: Sevres é reconhecido pela sua faculdade de Educação, grandes nomes da Educação Brasileira passaram por essa faculdade. Nos anos 60 existia um convenio entre a Secretária da Educação do estado e a Faculdade, havia bolsas e cerca de 10 educadores iam por ano fazer cursos . O vocacional tinha um acordo e em 69 iria enviar bolsistas, foi suspenso face a perseguição política. Os supervisores do Voca tinham sido selecionados. O prof.Ângelo estava entre eles". Cida Schoenacker

Maria Nilde sofreu muitas pressões como coordenadora do S.E.V. Em 1965, por exemplo, no governo Adhemar de Barros, o S.E.V. recebia inúmeros pedidos de contratação de professores e técnicos e de vagas para alunos que não tinham passado pelo processo de seleção. Diante da resistência em atender esses pedidos, o S.E.V. começou a receber ameaças de corte de verbas e de demissões de funcionários não comissionados. A primeira grande crise, conhecida dentro do S.E.V. como a “crise de 65”, aconteceu diante da negativa de matricular um candidato a aluno que era filho de um funcionário de confiança do secretário de Educação, e que não tinha passado no processo de seleção no Oswaldo Aranha. Esta atitude causou o afastamento de Maria Nilde da coordenação do S.E.V e da diretora administrativa do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha.

O último período de vida do Ensino Vocacional coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato lnstitucional n° 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.

Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane­jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos per­seguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho), foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 74, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês.

Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano, a sua própria tese de doutorado.

Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. A partir de 1972, esta colaboração se dá por intermédio do RENOV. Neste mesmo ano, implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital.

Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos, Era o projeto INTEGRAR. A principal idealizadora deste programa foi a professora Maria Nilde Mascellani (PUC-SP). Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social.Maria Nilde não se casou e nem teve filhos. Em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarto fulminante, morreu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro­blemas do ensino e coragem.

Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Inte­grar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem ter assumido uma forma assistencialista.



Em 1961, parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro, a convite do Secretário de Educação, participa da criação dos Ginásios Vocacionais. Olga Bechara vai trabalhar em Americana e Maria Nilde fica na equipe técnica de São Paulo coordenada pelo prof. Joel Martins. Com a saída do prof. Joel e Maria Nilde assume a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional. Início de 1970, acaba o Vocacional, Maria Nilde é enquadrada no ato institucional número 5 e aposentada, responde a inquéritos. Não sai do país.
Em 1970 constitui-se a Renov. Em 1974, Ma. Nilde e outras pessoas relacionadas a ela, são presas. Ma. Nilde é presa e torturada.De 1974 a 1986, dá aulas na PUC, é secretaria de Educação de Rio Claro, continua com atividades na Renov.Em torno de 1990, é solicitada pela CNM/CUT a desenvolver o projeto Integrar, de pedagogia voltada para trabalhadores.9 -Defende sua tese de doutorado baseada nesse trabalho, uns dez dias antes de morrer, em 1999 (1931-1999). ( Informações da Cida e Ângelo.)Faleceu em São Paulo em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarte.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Uma ideia a ser seguida:



http://www.criancasegura.org.br/crianca_patrocinadores.asp



Parceiros
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Parceiros Institucionais Empresas de patrocínio institucional. O investimento está voltado principalmente para a manutenção da organização e para a garantia das ações relacionadas a duas importantes linhas estratégicas: Comunicação e Políticas Públicas.Parceiros de Programas Empresas de patrocínio total ou parcial aos programas da organização: Ação Verão, CRIANÇA SEGURA na Escola,CRIANÇA SEGURA Pedestre e Formação de Mobilizadores. Saiba mais sobre essas ações.
ApoiadoresEmpresas que investem seu tempo e talento para o desenvolvimento das ações da CRIANÇA SEGURA através da doação de produtos ou serviços.

domingo, 13 de julho de 2008

GVIVE Eleições 2005/ 2006/ 2008

Carta 01/08 nova gestão

Eleição 2008 – Gvive Chapa:
Ação para a Educação 12 de julho 2008 - 55 votos

Cargos da Diretoria-4 e Conselho Fiscal 6.
Presidente: Luiz Carlos Marques-Luigyt63
Vice: Cida Schoenacker –SEV
Diretor Financeiro e Adm. T71 Rosemira Uehara
Diretor Social e Cultural - Sylvia Lohn T69

Conselho Fiscal
1 Armando Cezar Franco t 65
2 Waldery Mazza t 62
3 Armando Varroni Neto t 65

Suplentes
1 Zaira Abreu t69
2 Marco Otavio Barrufaldi t63
3 Eduardo Amos 63 GVRC –Gvive de Rio Claro

Secretaria da Diretoria :
Cibele Zveibil 67
Assessoria de Imprensa: Evelyn Kubota 72
Relações Publicas: Zaira de Abreu 69
Assessor de Relações Inter GVs: Prof Ângelo Shoenacker
GT Eventos - Ana Rosalina 69
GT Memoria Renata Delduque 68

=============================================

Carta 07/2006

Caro Associado.

A primeira diretoria da GVive escolhida pelo voto
direto tomou posse no começo de julho. A eleição
aconteceu no encontro de ex-alunos e amigos de junho.
Esta diretoria foi eleita com 93 votos de um total de 106 votantes.

Foram eleitos:

PAULO ÂNGELO MARTINS JR, turma/68 - Presidente
LUIZ CARLOS MARQUES -Luigy, turma/63 -Vice-Presidente
SHIGUEO WATANABE JR, turma/65 - Dir. Financeiro-Administrativo
ELIANA MARKUN, turma/68 - Dir.Social-Cultural

Para o Conselho Fiscal:
CIBELE ZVEIBIL, turma/68
LEONARDO MANZIONE, turma/68
LUIZ EDUARDO OSSE, turma/67
e
ARMANDO VARRONI NETO, turma/65 - Dir Jurídica
CARLOS MARTINS, turma/72
PAULO RICARDO SIMON, turma/66
---------------------------------------------------------------
Outros departamentos:
GT Memória Diretora CIda Shoenaker SEVs
Diretora Assistente Renata Delduque 68
GT Cadastros Diretora Rosely Martinez 65
GT Eventos Diretora Ana Rosalina 69
Assessoria de Imprensa Evelyn Kubota 72
Assessor de Relações Inter GVs Paulo Ricardo Simon 66
Fábio .. - Diretor de Informática

GT Memoria
Cida - Diretora,
Renata - Diretora Assistente,
Banco de dados Luigy
Colaboradores Prf Ângelo Schoenacker, Carminha, Cibele, Gloria, Rosa, Baruffaldi, Luigy, Shigueo, Vicente

==============================-
Eleição da primeira diretoria da Gvive

Nesse dia (6 de agosto de 2005) uma diretoria provisória, eleita por aclamação, assumiu a associação com a tarefa de tratar da documentação e legalização da GVive e fazer com que ela desse os primeiros passos para

atingir as metas que estão em seus estatutos -
e) Presidente Shigueo Watanabe JR
Vice PAULO ÂNGELO MARTINS
Dir.Financeiro PAULO RICARDO SIMON
Diretora Social Zaira de Abreu

Criação da Gvive





No dia 6 de agosto de 2005, em mais uma reunião de confraternização dos ex-alunos do GEVOA, e agora com a presença de ex-alunos de outras unidades, foi fundada a GVive. Ela se expressa em seu site www.gvive.org através de notícias, dados e informações na comunicação contínua entre seus associados. Na ata de fundação da GVive constam 118 nomes de ex-alunos de todas as turmas. Estavam presentes além de professores, pais e colegas de Americana, Batatais e Rio Claro (Site)
Nosso web site. http://www.gvive.org/

terça-feira, 8 de julho de 2008

Revista Nova Educação Maio 2006 n 109

Revista Nova Educação Maio 2006 n 109

Legado de inovação (titulo)

Extinto após o endurecimento do regime militar, o Serviço de Ensino Vocacional foi referência de qualidade e pioneiro na implantação de práticas pedagógicas

Rubem Barros
O que teriam em comum, em meio às transformações em curso nos anos 60, jovens estudantes do bairro paulistano do Brooklin (que reunia imigrantes de diversas origens), da cidade de Americana (que girava em torno da indústria têxtil) e da agroindustrial Batatais, ambas no interior do Estado de São Paulo?
Muita coisa, se considerados aqueles que passaram pelos ginásios vocacionais.
Ao lado de alunos de Americana, Rio Claro, Barretos, Batatais, e São Caetano do Sul, outros pólos da experiência, eles foram beneficiados por um modelo que marcou época na escola pública e influenciou instituições do ensino privado nas décadas seguintes.
Criado em 1961, o Serviço de Ensino Vocacional (SEV) funcionou até 1969, quando o endurecimento do regime militar cessou seu funcionamento. Liderado pela professora Maria Nilde Mascellani, reuniu um grupo de educadores que buscava a renovação do ensino e a formação de professores, renegando o behaviorismo e apostando na valorização de uma formação abrangente, que contemplasse todas as áreas do saber.
Na mesma época, tomavam corpo também as escolas experimentais e os colégios de aplicação.
A memória dessa experiência, que no início dos anos 60 punha em prática idéias e métodos ainda hoje vistos como inovadores - o "aprender a aprender", as práticas interdisciplinares e o estudo do meio, entre outros -, tem sido objeto de análises acadêmicas e de ações por parte de ex-alunos.
No final de 2005, sob a organização de Esméria Rovai, professora que participou do SEV desde seu início e hoje integra o programa de pós-graduação do Instituto Paula Souza, foi lançado o livro Ensino Vocacional, Uma Pedagogia Atual (Cortez, 192 págs., R$ 30), que reúne artigos de estudiosos e relatos de participantes. A obra vem juntar-se a pelo menos cinco teses dedicadas ao Vocacional, uma delas da própria Esméria Rovai, publicadas entre 1996 e 2005.

No ano passado, ex-alunos da unidade do Brooklin - o Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha (GVOA), hoje Escola Estadual Oswaldo Aranha (de ensino médio) -- fundaram a Associação Gvive, que reúne (+) 600 pessoas cadastradas. Já articulada com as ex-unidades do interior, a entidade trabalha em três frentes: documentação e registro da história do Ensino Vocacional, apoio a ações de melhoria nas escolas em que seus participantes estudaram e realização de atividades educacionais complementares, em sintonia com educadores dessas escolas.
Em 2007, o tema ganhará um documentário para a TV, assinado pelo cineasta Toni Venturi, ex-aluno do GVOA.Com influências da Escola de Sèvres francesa e da Escola Compreensiva inglesa, o Serviço Vocacional surgiu num momento em que se repensavam o homem e seus processos de apreensão do saber. "A origem de sua filosofia está centrada num novo humanismo, que pensava o homem dentro de seu contexto cultural. Rompeu-se com várias tradições que havia na época. Uma delas foi o currículo único. O Vocacional dizia que o currículo tem de ser elaborado a partir do contexto sócio-histórico da escola e de seus alunos", explica Esméria Rovai.Para a professora, os pontos centrais do Ensino Vocacional foram suas características metodológicas (estudo através de situações-problema, com integração entre as matérias e estudo do meio, entre outras), aprendizagem significativa (em oposição à aprendizagem mecânica) e avaliação processual (valorizando aspectos cognitivos e aptidões). "O aluno era orientado a perceber-se como sujeito e a conhecer suas habilidades e limitações", resume.

Uma das inovações do SEV foi a proposta de core curriculum, em que todas as disciplinas trabalhavam seus conteúdos a partir de uma questão inicial estudada sob o prisma de cada uma das áreas. Essa questão era escolhida numa "Assembléia de Plataforma", em que professores e alunos dividiam assento, sob coordenação dos primeiros. Ao final do bimestre, os resultados eram apresentados numa "Assembléia de Síntese"."Houve um ano em que o tema emergente foi a Guerra Fria.
Na minha disciplina, matemática, pedi aos alunos que buscassem livros russos, americanos e europeus. Um deles conseguiu um livro russo sobre geometria projetiva e a discussão chegou até o [matemático russo Nicolai] Lobachevsky (1792-1856), criador da geometria não euclidiana que ajudou a sustentar a Teoria da Relatividade de Einstein", conta Lucíola Bechara Sanchez, ex-professora do Oswaldo Aranha e hoje membro do Conselho Deliberativo do Colégio Vera Cruz.
O exemplo é ilustrativo da profundidade a que chegavam discussões e pesquisas nos vocacionais. "Aprendemos a estudar, a pesquisar. O que mais se incentivava era que buscássemos as respostas que queríamos.
Não eram os professores que as davam, eles faziam as perguntas", relembra o engenheiro Paulo Simon, ex-aluno e autor de um dos depoimentos do livro organizado por Esméria Rovai. A interação entre escola e comunidade foi um fator fundamental nas práticas dos ginásios vocacionais.
O estudo das comunidades e das suas características era determinante na formação do currículo. Essa relevância em muito advinha da influência do existencialista cristão francês Emmanuel Mounier (1905-1950), que defendia a formação de seres "engajados" em suas realidades. Os objetos de estudo partiam, então, da realidade próxima até universalizar-se: no primeiro ano ginasial (atual 5a série do Ensino Fundamental), a questão de partida dizia respeito ao bairro e à cidade. No ano seguinte, ao Estado de São Paulo. No 3o ano, ao Brasil; no 4o ano, à América Latina e ao mundo. A mesma idéia de progressividade era utilizada para que os estudantes alçassem vôo próprio. Na 1a série, havia o Estudo Dirigido, com um planejamento mais elaborado e orientação minuciosa de cada área. No ano seguinte, era substituído pelo Estudo Supervisionado, que permitia que os alunos começassem a propor diretrizes. A seqüência desembocava no Estudo Livre, com orientação apenas inicial e avaliação final. O estudo do meio, hoje em voga em vários colégios particulares, estava presente em todas as séries. Num dos anos, alunos da unidade de Americana ficaram durante quase um mês vivendo em alojamentos nas cidades históricas de Minas Gerais. Outros, de São Paulo, foram conhecer a cultura cafeeira da região de Batatais, onde se hospedaram em casas das famílias dos alunos do Vocacional da cidade.
As aulas profissionalizantes eram outro eixo do projeto. Como os Vocacionais funcionavam em período integral, muitas horas da grade eram dedicadas às artes industriais, plásticas, economia doméstica e práticas comerciais. As disciplinas ajudavam no entendimento das realidades locais e eram uma maneira de construir conceitos estudados em sala de aula, unindo teoria e prática.Fim da linha - Esgarçado já em 1968, quando começou a registrar cisões internas entre os professores, o SEV foi extinto no final de 1969. Havia tempos criticava-se o fato de seu custo ser muito alto, tanto que a unidade de São Caetano do Sul, inaugurada em 1968, já não contava com o tempo integral.Nas décadas seguintes, no entanto, os ecos da experiência foram absorvidos por outras escolas.
No final dos anos 70, Maria Nilde Mascellani deu uma consultoria ao Colégio Equipe, de São Paulo, onde havia um ambiente de liberdade e estímulo à reflexão pouco comum à época. Segundo Lucília Bechara, o grande legado do Vocacional que levou ao Vera Cruz foi a visão da aprendizagem, construída com a abertura de uma escuta. "Aprendi a ouvir o aluno e a repensar o planejamento a partir desse diálogo. Havia um trabalho em grupo entre professores e alunos que depois vi ser muito difícil de realizar sem que os professores façam entre eles", relata. Hoje, por mais que o próprio Vera Cruz faça trabalhos com a comunidade similares aos que existiam no Vocacional, Lucília crê ser difícil a mesma integração. Para Esméria Rovai, essa interação é fundamental. "Não dá para isolar os problemas que cercam os alunos e fazê-los estudar só o que há nos livros. É preciso que eles tomem contato com a realidade para que a escola possa formar sujeitos que ajudem a buscar soluções para a sociedade", acredita.
- Site da Associação Gvive (reune depoimentos, filmes e estudos sobre o SEV): www. gvive.org e - Ensino Vocacional, Uma Pedagogia Atual, org. de Esméria Rovai (Cortez Editora, 192 págs., R$ 30)- Os Ginásios Vocacionais, de Angela Tamberlini (Ed. Annablume, 178 págs., R$ 18) Ecos ainda presentes"Corria um boato entre os alunos de que aquela havia sido uma escola-modelo, uma referência no estado de São Paulo. Eles achavam impossível que isso tivesse acontecido", conta o arquiteto Paulo Ângelo Martins, turma de 1968 do Vocacional Oswaldo Aranha e um dos mais ativos membros da Associação Gvive. Um dos primeiros trabalhos da associação foi o de recuperar a memória e a filosofia do Vocacional para os estudantes de hoje. Em parceria com a direção da escola, fizeram apresentações e perguntaram aos alunos o que eles gostariam de fazer juntos. Sinal dos tempos, ouviram de muitos deles que é necessário haver mais autoridade do professor. Para estimular a participação dos estudantes, a Gvive comprometeu-se a organizar as eleições para o grêmio, doou um computador para a biblioteca e está ajudando na reforma física do prédio, onde conta com uma sala. "Nosso objetivo é interferir na educação, fazer com que a experiência do Vocacional seja discutida entre os educadores e lutar por um ensino público transformador, como aquele que tivemos", diz Martins.Para a pedagoga Sônia Dreyfuss, da turma de 1964, o trabalho em equipe foi a marca principal de sua vivência como aluna. "Exercíamos papéis diferentes, alternados, com todos experimentando todas as tarefas", diz. O engenheiro Paulo Simon recorda fatos bem distintos entre si: a visita à fábrica de tornos da Romi, em Santa Bárbara d´Oeste, e as aulas de economia doméstica, quando aprendeu a pregar botões. "Por causa disso, não criei o mito de que costura é coisa de mulher."Julieta Maroni, hoje dentista, chegou ao Oswaldo Aranha em 1972, quando alguns ecos do Vocacional ainda se faziam presentes. Foi presidente da Aliança Juvenil de Amigos da Natureza Oswaldo Aranha (Ajanoa), que promovia excursões para a Serra do Mar, Represa de Guarapiranga, mangues e outros locais para estudar o meio ambiente. "Quem estudou no Oswaldo Aranha, independente de época, tem uma grande identidade", diz em referência ao espírito investigador instilado a partir da proposta do Vocacional.Escola pública em debateCerca de dois anos antes de sua morte, ocorrida em dezembro de 1999, a educadora Maria Nilde Mascellani chamou seus ex-alunos ligados à área de comunicações e fez uma confidência: gostaria de fazer um filme sobre os ginásios vocacionais. "Ela juntou um grupo de umas 15 pessoas que se dividiram para fazer pesquisas em várias áreas, como fazíamos 40 anos atrás. No começo, houve muita empolgação. Mas, infelizmente, no estágio em que estávamos, não havia tempo para tamanha dedicação", relembra o cineasta Toni Venturi (de Cabra-Cega e O Velho), que ingressou no Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha em 1967. A idéia, no entanto, ficou arquivada em um escaninho de projetos futuros. No ano passado, Venturi foi procurado pela roteirista e também ex-aluna Sylvia Lohn, que tinha um argumento para um filme de ficção sobre o Vocacional. Convenceu-a de que o documentário seria o gênero mais apropriado para a empreitada.A dupla aproveitou os almoços mensais que a Gvive promove desde agosto passado para colher depoimentos de ex-professores, ex-alunos e estudiosos. No momento, conta com 10 horas de material gravado em vídeo digital e projeta veicular Vocacional: Uma Aventura Humana (título provisório) no início de 2007. O filme se destina à exibição em emissoras públicas e educativas, escolas e secretarias da educação. "Queremos não só resgatar a experiência humana e pedagógica do Vocacional, mas trazer à tona o debate sobre a escola pública e, através de um exemplo rico, elevar a auto-estima do professor", diz Venturi. Além dos depoimentos, distribuídos em blocos temáticos, o filme trará também trechos de um documentário produzido nos anos 60, no auge da experiência, por alunos da Escola de Comunicações e Artes da USP. Disponível no site da Gvive (http://www.vocacional.org.br/ e http://www.gvive.org/ ), o material mostra um pouco das atividades cotidianas dos alunos, como as oficinas de artes industriais, artes plásticas, economia doméstica e práticas comerciais, depoimentos de alunos, professores e de Maria Nilde Mascellani.No documentário a ser lançado no ano que vem, Venturi e Sylvia ainda não decidiram como vão narrar as próprias experiências, mas têm uma certeza. "Será o mais pessoal dos meus filmes. Vou mergulhar no meu próprio passado. Ainda não sei se farei um depoimento ou a narração com minha própria voz", diz Venturi.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Homenagens para Maria Nilde

Homenagens:
Em Ribeirão Preto há um Núcleo Jardim Maria Nilde Mascellani
chamado
Em Americana foi inaugurado em 11 de agosto 2007, um Ciep com o Nome de Marai Nilde Mascellni. A homenagem foi do atual prefeito de Americana, Erich Hetz Junior, que foi aluno do da primeira turma do GEVA.

PROJETO DE LEI N.º 148/2006

Denomina “Profª. Maria Nilde Mascellani” a unidade de ensino que especifica.

Dr. Erich Hetzl Júnior, Prefeito do Município de Americana, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º Fica denominado “Profª. Maria Nilde Mascellani” o Centro Integrado de Educação Pública – CIEP localizado no Parque Residencial Jaguari.

Art. 2º O Poder Executivo afixará placa no local, relativa à homenagem.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito do Município de Americana, aos 18 de outubro de 2006.


Dr. Erich Hetzl Júnior
Prefeito Municipal


16/08/2007
Inauguração do Ciep “Profª. Maria Nilde Mascellani”

No sábado, dia 11 de agosto, acompanhei a inauguração do maior Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) de Americana, no bairro Jaguari.

Logo na entrada da instituição de ensino notei a beleza daquela obra, a qual já atende 380 alunos em período integral.

A escola leva o nome da educadora Maria Nilde Mascellani, um dos maiores ícones da educação em nossa região e no País.

Logo que cheguei um colega perguntou:
“Quanto será que a prefeitura gastou para construir tudo isto?”
Enquanto eu olhava toda a grandeza e toda a beleza daquele edifício, com as crianças correndo de um lado para o outro, pensei e respondi: Eu acho que a prefeitura não gastou nada. Tenho a certeza de que aqui foi investido muito, na construção deste espaço físico, na contratação e capacitação dos educadores além do maior patrimônio aqui deixado pelos pais, que são os jovens de hoje sendo bem preparados para o nosso futuro de amanhã.

Certamente os moradores do bairro farão o melhor aproveito possível desta obra.

A homenageada com o nome da escola é nascida na cidade de São Paulo, em 3 de abril de 1931, filha de Tito Pedro Mascellani e Swoboda Mascellani, tornou-se uma das maiores educadoras que o País já teve. De 1961 a 1969 foi coordenadora do SEV (Serviço de Ensino Vocacional) do Estado de São Paulo.

O Projeto de Lei (N.º 48/2006) de autoria do prefeito municipal, Dr. Erich Hetzl Júnior, que denomina à Maria Nilde ao Ciep diz que:

“O último período de vida do Ensino Vocacional (1969) coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato Institucional n.º 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.”

Outra homenagem na inauguração.

A irmã de Maria Nilde, Silvana Mascellani juntamente com seus filhos, moradores do Brooklin, Zona Sul da grande São Paulo, receberam um cartão de prata da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Educação de Americana.

A ex-diretora do Vocacional, Cecília Guaraná, ex-professores, ex-alunos do SEV e autoridades da cidade e da região também prestigiaram a inauguração do Ciep do Jaguari.


Escrito por Kim às 12h46[ (1) Apenas 1 comentário ] [ envie esta mensagem


Obras do Autor: MASCELLANI, MARIA NILDE
Periódicos:
MASCELLANI, MARIA NILDE. A EDUCAÇÃO ENTRE DUAS TRANSIÇÕES (1890-1990). ANFACLA,Batatais (SP): n. 4, p. 59-68, jan./dez., 1995.

MASCELLANI, MARIA NILDE. DILTHEY E DEWEY. REFLEXÃO [PUCCAMP],Campinas (SP): v.19, p.196-200, p.19

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Nilde_Mascelani
Maria Nilde Mascellani (São Paulo, 2 de abril de 1931 ? São Paulo, 19 de dezembro de 1999) foi uma educadora brasileira.

[editar] Biografia


ATENÇÃO: Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências, em desacordo com a política de verificabilidade. Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.
Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava. Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade e sentia muitas dores que, nas crises, só as suportava a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas saídas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve. Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador. Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Mais tarde foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro. Em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França)*, viriam a ser a semente do Serviço de Ensino Vocacional. Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do SEV (Serviço de Ensino Vocacional) e, após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969. Maria Nilde sofreu muitas pressões durante o período em que coordenou o SEV. Acusada pelo regime militar de ?subversão?, foi cassada pelo AI-5 em 1969, quando era Coordenadora do Serviço do Ensino Vocacional da Secretaria Estadual da Educação. Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. Em 1972 implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital. Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou em 1972 a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane¬jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos perseguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho) foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 1974, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês. Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano a sua própria tese de doutorado. Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos. A principal idealizadora deste programa, o Integrar, foi a professora Maria Nilde Mascellani. Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social. Vítima de um infarto fulminante em 19 de dezembro de 1999, Maria Nilde Mascellani faleceu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro¬blemas do ensino e coragem. Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Integrar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem jamais ter assumido uma forma assistencialista.

[editar] Ligações externas
O Liberal

12.6.2007 - 18:17
Relembrando Maria Nilde, exemplo de luta
Diógenes Gobbo - diogenes@liberal.com.br

O Conselho Permanente da 2ª Auditoria de Guerra da Justiça Militar em São Paulo, absolvia, no dia 6 de junho de 1977, a ex-coordenadora do Ensino Vocacional do Estado de São Paulo, Maria Nilde Mascelani, a jornalista Dermi Azevedo e a secretária Darcy Andória Azevedo. Maria Nilde foi a implantadora do Ginásio Vocacional de Americana (1962) e presa em 1974 na vigência do AI-5.
Ela era acusada de haver redigido relatório considerado subversivo pelo regime, sobre o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório no Brasil a partir de 1971. O documento fora encomendado pelo Conselho Mundial de Igrejas com sede na Suiça.
Na prisão, Maria Nilde foi torturada. A Auditoria de Guerra Abolveu a a educadora, mas considerou subversivo o documento por ela elaborado. Maria Nilde teve o direito de voltar a lecionar em São Paulo por ato do governador Franco Montoro, em 1984, e graças a trabalho desenvolvido polo deputado Vanderlei Macris junto à Assembléia Legislativa.
A foto acima é da capa da revista "Visão", com publicação de fevereiro de 1970, intitulado Vocacional - Renovação ou Subverão?.
A transcrição da reportagem pelo LIBERAL, contrariando determinação da unidade militar de Campinas (5º G.Can) causou a detenção do redator Diógenes Gobbo para explicações.
Maria Nilde morreu em dezembro de 1999. Seu nome foi dado ao Ciep do bairro Jaguari, pelo prefeito Erich Hetzl Júnior.

Oliberal
Sábado, 28 de junho de 2008 - 04:10
Proposta pedagógica revolucionária fazia parte do Serviço de Ensino dos VocacionaisOs Ginásios Vocacionais foram escolas pioneiras na rede pública de São Paulo nos anos 60
Comente esta notícia! (Da Redação) - Os Ginásios Vocacionais foram escolas pioneiras na rede pública de São Paulo nos anos 60. Os seis colégios vocacionais do Estado que funcionaram de 1962 a 1969 continham uma proposta pedagógica revolucionária. Entre as experiências dos colégios vocacionais destacava-se a pesquisa junto à comunidade para favorecer o trabalho coletivo do planejamento curricular.Na construção do currículo, procurava-se trazer a realidade social para o interior da escola.O processo de avaliação nessas escolas era considerado inovador: substituía as notas por conceitos. Os alunos se auto-avaliavam em relação aos objetivos, aos métodos e estratégias, conteúdos e atitudes. Se atribuíam um conceito que era levado aos Conselhos de Classe e aí eram discutidos.Criado pelo Decreto Estadual nº 38.643, elaborado por uma comissão de educadores do ensino secundário e do ensino industrial, a proposta pedagógica lançava mão das estratégias de integração curricular, e, apresentava um projeto de estudo para o surgimento de uma escola que viesse ao encontr das reivindicações de uma sociedade mais democrática.Nessa comissão estavam os professores Osvaldo de Barros Santos, Luís Contier e Maria Nilde Mascellani, esta última atuou como secretária municipal de Educação em Rio Claro nos anos de 1989 1990.Os "Ginásios Vocacionais" representaram um marco na história de educação paulista por adotar a democracia como prática pedagógica. Foram extintos pelo governo militar em 1969.
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DIA A DIA http://jornalcidade.uol.com.br/paginas.php?id=13074
Domingo, 12 de agosto de 2007 - 05:14
PanoramaOntem, Maria Nilde Mascellani recebeu homenagem póstuma em Americana
Comente esta notícia! PANORAMAMariaNildeOntem, Maria Nilde Mascellani recebeu homenagem póstuma em Americana. Seu nome é dado à Ciesp do município. Considerada uma das maiores educadoras do Brasil, ela foi secretária municipal da Educação em Rio Claro entre 1989 e 1990. Ela também foi criadora do sistema pedagógico do ensino vocacional. Maria Nilde foi vítima da didatura militar pelo ensino moderno que desenvolveu.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL parte 1 Video
Description: A educadora Maria Nilde Mascellani em palestra na UNESP de Rio Claro 1990 nos conta a partir de sua visão crítica sobre a história da Educação ...

PUCVIVA nº 08 - Março a Abril de 2000
Na abertura desta edição, prestamos uma homenagem à educadora Maria Nilde Mascellani, falecida alguns dias após a sua defesa de tese de doutorado na USP sobre a capacitação de trabalhadores desempregados, pelo Programa Integrar CNM/CUT.


A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL parte 1 Video
Video HomeUploaded by grupobanzoDate uploaded: Thu Sep 13 16:28:58 2007Length: 585 secondsViewed: 2722 timesAverage Rating: 0.00 (0 votes)Description: A educadora Maria Nilde Mascellani em palestra na UNESP de Rio Claro 1990 nos conta a partir de sua visão crítica sobre a história da Educação no Brasil.Channels: Howto & Style

O Colégio Friburgo, localizado na zona Sul da cidade de São Paulo, lançou, no final de janeiro de 2008, seu veículo de comunicação e debate. O primeiro número do Jornal do Friburgo ainda é uma edição especial, que traz em retrospectiva os principais eventos e atividades da escola no ano passado e apresenta seus planos para 2008.
No entanto, em algumas matérias, já começa a mostrar a importância que deve ter o jornal dentro e fora do ambiente escolar. Entre outras, o número 1 traz uma reportagem sobre projetos sociais promovidos pelos alunos do ensino fundamental e médio e um perfil da pedagoga Maria Nilde Mascellani, a visionária educadora que lançou o projeto dos Ginásios Vocacionais nos anos 1960 e foi uma das responsáveis pelo projeto pedagógico implantado no Colégio Friburgo na sua fundação.

Artigos
Arantes, Vocacional e GVive
ARY MEIRELLES JACOBUCCIAmericana Quarta-feira, 19 de Outubro de 2005
A GVive é uma associação dos ex-alunos e amigos do Ensino Vocacional, fundada em São Paulo no dia 6 de agosto desse ano. Estive nesse evento e na ata constavam vários nomes de ex-professores, ex-alunos, pais e colegas das unidades dos Vocacionais de São Paulo, Americana, Batatais e Rio Claro.Segundo o presidente Shigueo Watanabe Jr., a GVive tem como proposta: 1. Memória: referência para todos os documentos, trabalhos acadêmicos e artigos para contribuir na discussão de políticas públicas de educação; 2.Escola hoje: apoiar as escolas estaduais (extintos Vocacionais) através de obras, eventos, cursos e palestras; 3. Encontros: promover eventos para juntar histórias e emoções. A associação se expressa em seu site http://www.vocacional.org/, atual (http://www.gvive.org/ ) através de notícias e informações. Há o rico depoimento de Guilherme Arantes ex-aluno do Vocacional Oswaldo Aranha de São Paulo, que emociona e encoraja: "O Vocacional fez uma geração, fiquei apenas 2 anos, minha mãe me tirou dali na revolução do AI 5, um desastre na minha cabeça, pois o contraste do Vocacional novinho em folha com o Roosevelt caindo aos pedaços foi um choque total. Fui moldado ali. As aulas de arte com o Evandro, de música com o Alvarenga (ali eu era imbatível). Aprendi a lidar com tornos, serras, esmeris, lixas, furadeiras, madeiras, metais, plásticos, couro, papeis, etc.; Me lembro da Geografia e História, Estudos Sociais, da Educação Física. Das viagens para Americana, das festinhas com os Beatles, Ray Conniff e muita bossa nova, das paqueras, de ter visto o Sputinik passando como uma estrela brilhante girando no céu (parece brincadeira, mas é verdade). Disso tudo tiro o fato do mundo ser um mundo prático, do fazer, e fazendo se reconstrói a teoria.Que escola sensacional, que época de ouro! Tudo isso foi truncado pela boçalidade -anticomunista, como se os escrotos do MIT e da Casa Branca já não soubessem que o comunismo soviético estava marcado para morrer. A cortina de chumbo caiu ali como uma chuva ácida, sulfúrica, e botou a Profa. Maria Nilde Mascellani no DEOPS, que filhos da...! Hoje essa passagem escura também não destruiu nossa geração. O Vocacional foi a experiência mais rica na história do ensino no Brasil. Coisa de primeiro mundo, não o primeiro mundo medíocre das paranóias de Wall Street e dos Falcões da Guerra, mas sim escandinavo, de uma Holanda, uma Bélgica, uma Áustria ou Suíça. E se a revolução truncou um processo criativo tão importante, quantos outros que se geravam naquela época também não foram pulverizados? Q Mas o Vocacional vive, inteirinho na minha cabeça, nas minhas mãos fazedoras de um novo mundo, no coração de todos que ali estiveram. Por isso o meu lema, hoje aos 50 anos de idade, é UTOPIA JÁ!".O que dizer de um depoimento como esse? Só uma coisa: felizes e privilegiados aqueles que puderam estudar numa escola pública estadual como essa. Eu fui um deles, fiz parte de uma das mais belas páginas da educação brasileira de todos os tempos.Ary Meirelles Jacobucci é professor da Unisal de Americana, mestre em Educação e colaborador do LIBERAL.Site: http://www.oliberalnet.com.br%20/- Arquivo recuperado em: 19/10/2005.



Friburgo
Em formato tablóide, com uma tiragem inicial de 5 mil exemplares e periodicidade bimestral, o Jornal do Friburgo pretende ser uma publicação completamente diferenciada, a começar por sua proposta inovadora, que é não ficar limitado pelos muros do colégio. O objetivo é levar aos alunos, professores, pais e moradores de bairros da zona Sul da capital paulista o debate sobre temas ligados a educação, cultura, comportamento e meio ambiente.
As próximas edições trarão reportagens especiais, perfis, notícias, entrevistas e textos de opinião de renomados especialistas, além dos principais trabalhos e projetos da instituição. Tudo feito numa inédita parceria entre experientes jornalistas, professores, funcionários e alunos.
Para o Colégio Friburgo, comunicação e educação são palavras inseparáveis. Assim, o novo jornal faz parte de um projeto muito maior e mais audacioso, que começou com a criação do Departamento de Comunicação da escola, para o qual foram contratados profissionais experientes.
Nesse projeto, a Internet ganhou especial atenção, assim como a própria área de comunicação. O site do colégio foi reformulado, blogs foram criados e novas ações estão sendo preparadas. Algumas delas se integram à campanha da Unesco - organização da qual o colégio é parceiro através do Programa de Escolas Associadas da Unesco - que instituiu 2008 como o Ano Internacional do Planeta Terra.
Também foram introduzidas novas disciplinas no currículo da escola, que terá aulas de “Introdução ao jornalismo”, “Produção de vídeos e documentários” e “A história contemporânea contada através das séries de televisão”, esta ministrada por Fernanda Furquim, uma das maiores especialistas do Brasil em produções inglesas e norte-americanas.Mais informações sobre o Colégio Friburgo acesse http://www.colegiofriburgo.com.br/. Leia outras matérias deste Boletim

Escola Pública
Ops: Não deixe de ler o artigo até o fim, onde costumo reservar o melhor.
Às vezes é bom que um santo revele seus segredos, afinal nem nós somos eternos e precisamos pensar nas próximas gerações. O bastão precisa ser passado. Nos tempos de Escola de Educação Física, essa foi uma das práticas que mais odiei ter que aprender. Custei a acreditar que todos aqueles detalhes, aparentemente imbecis, fariam diferença na hora da corrida. Pior é que fazem. Até hoje muitas equipes de revezamento, com bons velocistas, não logram êxito, por não dominarem a técnica da passagem de bastão, em toda a sua plenitude.Quando penso nessas coisas logo me vêm à mente toda a relevância desse curso que deu minha primeira graduação, ainda que psicólogos e pedagogos pensem que somos seres menos importantes. Justo eles que nem sabem o que são. Dizem que a maior dificuldade nas faculdades é classificar esses cursos menores. Ninguém sabe onde colocá-los. Uns os classificam como humanas e outros como biológicas. Na verdade, a psicologia foi inventada graças aos devaneios fantasiosos de um médico psiquiatra mal resolvido na área sexual, um tal de Sigmund Freud. Assim, todas as pessoas mal resolvidas na área sexual fazem psicologia para tentar resolver seus próprios problemas, salvo uns e outros desavisados. Não conseguem resolvê-los e tratam de esculhambar os outros.
Os pedagogos são psicólogos que se concentraram mais nas questões educacionais (pedófilos inrustidos), com raras exceções. Depois deles, a educação deteriorou-se vertiginosamente. Infelizmente, o Brasil deu uma grande contribuição nessa área, na pessoa do Paulo Freire. Sua pedagogia do oprimido é uma grande falácia e foi chupada de Aldus Husley, em termos, a quem ele nunca deu crédito. Seus experimentos foram grandes fracassos, mas como foram feitos na África, ninguém foi lá conferir o tamanho do estrago e acreditaram em seus relatos, pouco convincentes. Ninguém ouse me contestar nesse quesito, se não tiver ido lá para conferir. Alguém aí já ouviu falar em algum país africano exemplo de educação do oprimido graças à anta do Paulo Freire? A única pedagoga brasileira (que não tinha formação em pedagogia) chamava-se Maria Nilde Mascellani. Ela criou o Ensino Vocacional, o qual vivenciei como aluno, que seria a educação do século XXI, no Brasil, mas foi devidamente extinta nos porões da ditadura militar, pois colocava as escolas particulares sob risco. Nem o infeliz do Ruben Alves sabe disso. Ele teve que ir a Portugal para descobrir uma escola exemplo (A Escola da Pedra Ponte) sem saber que aqui havia algo muito mais consistente.
Em nosso país, tudo que se fala em termos de Escola Pública é hipocrisia. O ensino público foi sucateado em favor das escolas particulares, por uma questão de mercado. Escola Pública, hoje, é a escola dos pobres, apenas, onde está a raiz do consumo e tráfico de drogas e o início da nova moralidade, “a décadence“. Um bom lugar para você se esconder de missionários, pastores, evangelistas e toda essa raça de parasitas, pois eles nunca aparecem nestes lugares, coisa que fazíamos como método evangelístico nos tempos do finado do Tio Cássio. Pastores são facilmente encontrados em congressos regados a Shedd, Gondim e Ed Rene ou nos debates realizados em Shoppings nas áreas nobres das capitais.
A Educação Física, depois de Finanças, é o assunto que mais interessa ao ser humano globalizado desse mundo pós-moderno. Não estão todos voltados às questões do corpo (alimentação, exercícios, sexo e estética física em geral) depois das financeiras? Assim, sou o segundo profissional mais importante na escala da verdade da vida.http://luizhmello.wordpress.com/2007/12/01/blogando-diariamente/

Atividades e sugestões para 2008 -gt memória

Alguns focos importantes para nossa atuação em 2008:

a) Cedic: rascunhos do livros dos professores-supervisores.

1) Obter os planos pedagógicos e administrativos em dois volumes(com a Eliana)
2) Obter o regimento interno do vocacional ( ja temos em cd)
3) Relato dos superivores de area. Sabemos da existencia dos:
Relatos de Ed. Domestica Nilza ( ja temos)
Relatos de Estudo Sociais Newton Balzan (ja temos) ( faltam algumas paginas)
Relatos de Artes Industriais prof Angelo (falta localizar)
b)Centro de Memória Fac Educ. Usp:
Relatos de Educação Musical - Profa Helia Caffe
Copia atualizada do Livro do Balzan - Relatos do Estudos Sociais
Todo material doado pela Angela Tamberlini usado nas suas teses
Há tambem o material doado de Olga Bechara (que ja visitado) mas nao disponivel ao publico.

c)Casa Silvana Mascellani - Conhecer o conteudo

d)Material de S.Caetanos Sul:A prof Arlete tem sobre sua guarda o material da unidade.

e) Reinício das entrevistas na capital e no interior.

Atividades do Gt Memoria

Descobertas da RE:

Pessoal, olhaí no fim da lista de material do acervo SEV no Cedic - http://www.pucsp.br/cedic/principais/cedic1fundoscolecao.php?id=169&start=S,
tem uma série de "relato de educação musical",
"relato de estudos sociais" e
tem até "relato de artes industriais".
Hum... tô achando que são os relatos dos supervisores... será? E será que esse relato de AI é o do Prof. Ângelo?
No meio da descrição tem também algo sobre o Curso de Treinamento de Professores.

Ah, e na descrição das matérias/áreas do vocacional, tem erro de informação, como o seguinte:
AI-PC-ED: Produção, comercialização/feira, cooperativa, banco e escritório contábil.

http://www.pucsp.br/cedic/principais/cedic1fundoscolecao.php?id=169&start=S

Cópia do link acima:

SERVIÇO DE ENSINO PÚBLICO VOCACIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULOSigla: SEVNatureza do Conjunto: FundoData Limite Inicial: 1961Data Limite Final: 1969Quantidade: 16,50 metros lineares
Contextualização:
História Administ./Biografia: O Serviço do Ensino Vocacional foi criado pelo Decreto estadual nº 38.643, de 27 de junho de 1961, art. 302, como órgão especializado, diretamente subordinado ao Gabinete do Secretário Estadual da Educação, para coordenar as unidades de Ginásios Vocacionais, conforme estabelecia o art. 25 da Lei estadual nº 6.052, de 03 de fevereiro de 1961. O texto do referido Decreto, que determinava o novo tipo de escola secundária, foi elaborado por uma comissão de educadores e especialistas do Ensino Secundário e do Ensino Industrial, organizada, no mesmo ano, pelo Secretário, para apresentar um projeto de estudo que permitisse o surgimento de uma escola que atendesse às reivindicações de uma sociedade mais democrática.

A Comissão, coordenada pelo Prof. Osvaldo de Barros Santos, Técnico de Educação do Departamento de Ensino Profissional, contava com os professores Luís Contier, Diretor do Colégio Alberto Comte, da Capital, e Maria Nilde Mascellani, do Instituto de Educação de Socorro, os quais, desde 1958, haviam implantado o programa de Classes Experimentais nas escolas públicas secundárias, criadas por uma portaria ministerial, de acordo com modelos pedagógicos franceses. Com a criação do Serviço do Ensino Vocacional, a Comissão deixou de existir, sendo designada como Coordenadora desse órgão a Profª Maria Nilde. O projeto foi implantado em seis unidades escolares: Ginásio Estadual Vocacional do Brooklin, na Capital, posterior GEV "Oswaldo Aranha" (1962); Ginásio Estadual Vocacional de Americana, posterior GEV "Papa João XXIII" (1962); Ginásio Estadual Vocacional de Batatais, posterior GEV "Cândido Portinari" (1962); Ginásio Estadual Vocacional de Rio Claro, posterior GEV "Chanceler Raul Fernandes" (1963); Ginásio Estadual Vocacional de Barretos, posterior GEV "Embaixador Macedo Soares" (1963); Ginásio Estadual Vocacional de São Caetano do Sul (1968). Essas escolas públicas ofereciam a seus alunos o então ensino secundário em 4 anos e período integral.

Entre 1967 e 68, nas unidades da Capital, Americana, Rio Claro e Barretos, foram instalados Cursos Ginasiais Noturnos, destinados a jovens e adultos que trabalhavam durante o dia, e também o primeiro Curso Colegial Vocacional, junto ao Ginásio Vocacional "Oswaldo Aranha".

Em 1969, foram instalados, também junto ao Ginásio Vocacional do Brooklin, os Cursos Complementares, em período noturno. O Serviço do Ensino Vocacional estava estruturado de maneira bastante complexa e abrangente. Diretamente subordinado à Secretaria da Educação, era composto pela Coordenação, por três Assessorias - Jurídica, Educacional e Comunitária -, e pelos Setores Pedagógico, Administrativo e de Relações Públicas. Do ponto de vista pedagógico, a grade curricular elaborada pelo SEV abrangia seis grandes áreas: . Comunicação e Arte: Audição, Grupos Instrumentais e Vocais, Literatura Brasileira, Desenho e Pintura, Teatro e Dança; . Estudos Sociais: História do Sindicalismo, Legislação Trabalhista, Segurança no Trabalho, Saúde do Trabalhador, Trabalho e Produção na História do Brasil; . Matemática e Ciências: Biologia, Estatística, Química, Física; . AI-PC-ED: Produção, Comercialização/Feira, Cooperativa, Banco e Escritório Contábil; . Educação Física; . Educação Religiosa: Cultura Brasileira - Sincretismo Religioso, Religiões Cristãs e Cultos Africanos. Havia, ainda, os cursos extracurriculares de Fotografia e Línguas Estrangeiras. A área de Relações Públicas mantinha contato com escolas, empresas, sindicatos, bancos de empregos e estágios, e também com a Sociedade de Pais e Amigos do Ginásio Vocacional.

Com o golpe militar de 1964, e a constante repressão política em todo o país, começaram a surgir pressões dos setores administrativos da Secretaria da Educação e do Departamento de Educação, principalmente a partir de 1968, no sentido de se extinguir o Ensino Vocacional da rede pública, uma vez que estava sendo encarado como uma ameaça ao regime vigente. Em 1968, a Coordenadora e muitos professores foram sumariamente afastadas. Com a intervenção no Estado, o regime militar extinguia o Ensino Vocacional, alegando ter uma "pedagogia esquerdizante e uma ideologia nefasta à formação da juventude brasileira".

Muitos alunos, professores, diretores, técnicos e funcionários do extinto SEV foram indiciados em processos policiais militares, ocorrendo prisões, devassas em suas casas e aposentadorias compulsórias. Boa parte dos documentos do Arquivo do SEV e dos Ginásios Vocacionais foi destruída pela repressão. O que conseguiu ser salvo, foi disperso entre aqueles que participaram dessa experiência. Esses documentos foram coletados pela Associação Pró-Ensino Vocacional - APROEV, a partir de sua criação, em junho de 1986, através de contatos feitos com ex-professores, técnicos, funcionários, alunos e pais de alunos do extinto Serviço.

Ao assumir a direção do Escritório de Relações Educacionais e do Trabalho - RENOV, em 1970, a antiga Coordenadora do SEV transferiu para esse escritório os documentos reunidos, a fim de deixá-los sob a proteção de uma entidade ligada à educação. Com o fim do RENOV, os documentos voltaram para a residência da Professora Maria Nilde Mascelani. Em 1986, o Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro recebeu a custódia temporária desses documentos, que lá permaneceram por alguns meses, sendo transferidos para a residência de um ex-participante do Ensino Vocacional de Rio Claro e, finalmente, removidos para São Paulo, onde permaneceram novamente sob os cuidados da Profª Maria Nilde.

Em 1992, o Arquivo do SEV foi doado à CEDIC.Hist. Arquivística/ Procedência: Os documentos que compõem o Fundo Serviço do Ensino Vocacional foram acumulados desde o momento em que este ainda se constituía como um projeto da Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e da Profª. Maria Nilde Mascellani. Os mesmos foram adquiridos pelo CEDIC por doação da Associação Pró-Ensino Vocacional (APROEV), em 1992, através da Profª Maria Nilde Mascellani, da Faculdade de Psicologia da PUC/SP.

Conteúdo e Estrutura:
Âmbito e Conteúdo:
O Fundo compõe-se de:
apostila de Estudo Ao Ar Livre de pré-acampamento, apostila do Setor de Acompanhamento Pós-Escolar do GEVA, artigos de jornal, artigos de revistas, atas de Conselhos Pedagógicos (CPs), bateria de avaliação, bateria de exercícios, bibliografia para metodologia das matérias, boletim de auto-avaliação, cartaz para inscrição no GEVA, cartaz da Semana da Pátria de Americana, comunicados do SEV, convite para Confraternização dos Ginásios Vocacionais, correspondências, currículo do 1º e do 2º ciclo Noturno, curso de matemática moderna, desenhos de alunos, estatuto da Associação de Pais e Amigos do Ginásio Estadual Vocacional de Americana (APAGEVA), estatuto da Sociedade de amigos do Ginásio Estadual Vocacional “Cândido Portinari”, estatuto da Sociedade de Amigos do Ginásio Estadual Vocacional “Oswaldo Aranha”, estudo dirigido, ficha de acompanhamento de desenvolvimento, ficha de observação do aluno (FOA), ficha de visitas do setor de Relações Públicas, folder de exposição de artes no GEVOA, folha de estudos dirigidos, fotografias de alunos e professores na horta do GEVA, , instruções para o VII Curso de Treinamento do SEV, letra de música, lista de endereços de escolas com subsetores de Relações Públicas, lista de professores de Americana, livro da controle da Cooperativa Escolar Vocacional “Francisco Barreto”, livro de exercício dos funcionários, livro de impressão dos visitantes do GEVOA e do SEV, livro de inscrição para admissão no GEV Barretos, livro de ponto das convocações extraordinárias do GEV Barretos, livro de razão da Cantina Estudantil Vocacional do GEV Batatais, livro de registro de visita do GEV Barretos, livro de tombo da biblioteca do GEV de Barretos, manuais de instrução das experiências de Ciências, mapas dos locais de acampamento, modelo de autorização para viagem, modelo de avaliação, modelo de ficha síntese, modelo para formulação de pesquisa de livros, modelo de questionário optativo, modelo para realização de relatórios, monografias para as bibliotecas de classe, notas fiscais, orações para o acampamento, pauta do Encontro de Orientadores sobre Sociometria, planejamentos de unidade didática, planejamentos de unidade pedagógica, planos pedagógivos e administrativos dos GEVs, programa de Relações Públicas do SEV, programação de Estudo do Meio, programação do I Encontro de Professoras de Educação Doméstica, publicação periódica do Acompanhamento Pós-Escolar (APE), publicação periódica “RAV Informa” do Setor de Recursos Áudio-Visuais, publicação periódica “SEVInforma”, questionário de concretização preparatória à entrevista de aconselhamento, questionário de Orientação Educacional, questionário do plano de avaliação, questionário de posicionamento do aluno face às áreas do GEV, regimento interno dos Ginásios Vocacionais, regimento do Ginásio Vocacional Noturno, regimento interno do SEV, regulamento das bibliotecas de classe, regulamento interno da Biblioteca Pedagógica do SEV, relação de atividades realizadas, relação de cardápio para o acampamento, relação de conceitos introdutórios, relação de objetivos gerais, relação de objetivos do acampamento, relação de divisão de salas e alunos, relação de materiais para o laboratório de Ciências, relato de Ciências Naturais, relato de Educação Musical, relato de Estudos Sociais, relato da Experiência Educacional do SEV, relato da Experiência Pedagógica de Artes Industriais, relato de Práticas Comerciais, relatório do II Festival de Conjuntos Instrumentais, relatório do II Festival de Corais e Conjuntos Instrumentais, relatório anual da área de Biblioteca, relatório de Estudo do Meio, relatórios de Orientação de Orientação Pedagógica, relatório de Práticas Agrícolas, relatório da pesquisa pessoal do curso de treinamento, relatórios de conclusões do Encontro de Orientadores e Supervisores de áreas, relatório preliminar do GEV Noturno, relatório da Supervisão de Refeitório para realização de cardápios, relatório de unidade introdutória, roteiro de entrevista de Estudo do Meio, tabela de horário de horários ociosos, tabela de horário dos professores, textos didáticosSistema de Arranjo: Os documentos foram classificados pela Coordenação Geral do SEV e por seus Colégios de Americana, Barretos, Batatais, Rio Claro, São Caetano do Sul e São Paulo, cursos e disciplinas.
Condições de Acesso Uso:
Condições de Acesso: Não há restrições de acesso.Instrumentos de Pesquisa: Não há.
Notas:
Notas: Encontra-se em processamento o arranjo e descrição.
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domingo, 6 de julho de 2008

Ultimas noticias da unidade de São Caetano do Sul








*Fotos da porta principal da escola e do portão lateral.
Unidade de São Caetano do Sul

Ginásio Vocacional Estadual de Vila Santa Maria

Diretora da unidade: Arlete Dantola até 1969.


Pesquisando sobre o GV de São Caetano do Sul – Ginásio Vocacional Estadual de Vila Santa Maria descobrimos que havia mudado de nome para E. E. EDA MANTOANELLI
Rua Ivaí, 63 – Bairro Santa Maria Cep: 09560-570 – São Caetano do Sul Tel.: 4220-3155 / 4220-4699.

Em outubro de 2006, após algumas buscas, localizamos a Ex Diretora da unidade de São Caetano do Sul - Profa Arlete Dantela...

Sua alegria acabou sendo maior que a nossa em encontrá-la.
Ficou muito contente por ter sido localizada. Apesar de tantas buscas, soubemos que ela reside Jardim América, bem próximo de todos nós.
Em seu relato nos contou que logo após o fechamento da escola, conseguiu reaver muitos documentos da unidade, que estão em seu poder até hoje.
Ela como profissional da area de educação tem dois livros lançados.
Na época em que era diretora, tentou fazer sua tese sobres os gvs, mas não obteve êxito na academia. Foi instruída seguir por outros caminhos, porque o outro não valia a pena... é que os tempos na época eram difíceis.

Em razão de todo desfecho sobre os gvs e ela teve que se afastar do que mais gostava, acabou passando por situação delicada.
Ela ainda guarda todo a material que conseguiu retirar antes da invasão.
Alegrou–se em saber da ações dos ex-alunos, da gvive e do gt memória.
Informou que a doação de seu material à gvive, poderia até trazer uma grande alegria para ela.
Foi convidada para festa no La Gloria em 2006 e esteve presente
Por motivos diversos, não possível ainda com concretizar essa formalidade da daoção do material.
Na ultima reunião do GT Memória foi proposto uma agenda para entrevistá-la
(Marco Otavio /Luigy)
luigy
Obs.
Em 2008 conseguimos encontrar tres nomes da unidade de Sao Caetano do Sul.
Teresa Escarim Spatini
Nelson Bertarello
Jorge Salgado
Logo teremos novidades.



Biografia - Olga Thereza Bechara


Consultar Dona Olga
Biografia:

Nome: Olga Thereza Bechara
Nascimento: Bragança Paulista – Estado de S.Paulo
Data: 15 de Julho de ____ (Inverno)

Filha de: Nassim Bechara e Nazareth Salim Bechara
Atividades dos pais:
Estudos:
Irmãos 8

Sua primeira escola foi: o Colégio Sagrado Coração de Jesus – em Bragança Paulista
Desde o jardim até o curso Normal - Colégio Sagrado Coração de Jesus - atual I.E. Coração de Jesus

Ginasios VOcacionais
Olga Bechara, Lygia Forquin, Maria Nilde e o prof. Modesto(depois prof no Geva), fazem parte da equipe de instalação das Classes experimentais.
Em 1961, parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro, a convite do Secretário de Educação, participa da criação dos Ginásios Vocacionais. Olga Bechara vai trabalhar em Americana e Maria Nilde fica na equipe técnica de São Paulo coordenada pelo prof. Joel Martins.
Com a saída do prof. Joel, Maria Nilde assume a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional
Obs: Sevres é reconhecido pela sua faculdade de Educação, grandes nomes da Educação Brasileira passaram por essa faculdade. Nos anos 60 existia um convenio entre a Secretária da Educação do estado e a Faculdade, havia bolsas e cerca de 10 educadores iam por ano fazer cursos . O vocacional tinha um acordo e em 69 iria enviar bolsistas, foi suspenso face a perseguição política. O supervisores do Voca tinham sido selecionados. O prof.Ângelo estava entre eles. Cida Schoenacker

Perguntas para a entrevistada :
1-Como foi sua infância?
R
2-Como era o relacionamento com os pais e irmãos?
R
3-O que você sonhava ser quando era criança?
R:
4-Como e quando a educação entrou em sua vida como um ofício?
R
5-Como era sua vida escolar, você precisava de estímulos? Era uma boa aluna? Você conseguiu trazer da infância algumas soluções que a ajudaram na vida adulta e no trabalho com educação?
R
6-Em Socorro, em 1957, tinha alguma idéia de como seria essa experiência? Havia algum vislumbre de como seria o resultado?
R
7-Em 1961 foi o início do planejamento dos ginásios vocacionais. Nessa época vocês já sabiam onde pretendiam chegar com esse novo modelo de educação? Houve algum tipo de correção o projeto inicial com o decorrer dos anos?
R
8- Como vê os frutos colhidos pelos vocacionais?
R
9-Sobre a experiência dos vocacionais nos anos 60, acredita na possibilidade de um retorno deste projeto com uma adequação para a realidade do mundo de hoje?
R
10-Você acha que a educação atual ainda está muito longe do que foi alcançado na época com os vocacionais?
R
11-Haveria na atualidade condições para se tentar implantar uma experiência parecida com as escolas públicas?
R.
12- Apesar de tanta tecnologia, será que ainda não há maturidade suficiente para implantar novamente a experiência? Você acha que foi uma experiência única para o momento, como um ensaio, para o qual a
sociedade ainda não está pronta?
R
13- Qual seria sua sugestão?
R


Títulos:
Curso de Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campinas, atual Puc-Camp
Bel e Licenciatura
Professora e doutora em Psicologia Escolar
Currículos
Escolas Experimental de Socorro de 1957 a 1961
Foi Orientadora Pedagógica do GEVA em: 1962
Foi Orientadora Pedagógica no GEVOA de 63 até 69 (fechamento do Vocacional).

Depois disso: Unisa em

Outros cursos:
Mestrado: Estudo Comparativo do Auto-Conceito de Adolescentes com Diferentes Experiências em Atividades de Grupo em Situação Escolar - Instituto de Psicologia/USP 1978
e Doutora em Psicologia Escolar USP em

Manifestações:
Assembléia Legislativa 09 DE DEZEMBRO DE 2002 - 58ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DO SERVIÇO DE ENSINO VOCACIONAL:
Abrangendo o fim da década de 50 e os anos 60
Entrevista RE/PO/Shi/Elia/PRS 2005 fita minik7 com Cibele
Entrevista casa do Aleixo 2006 mps e k7
Falas em Artigos de Jornais e Revistas:
Revista Realidade : A Escola do Futuro já existe – fev 1967
Tese de M de Esmeria 1991
Tese de M Tamberlini
Livro Orientação Educacional Áurea/Mgloria

Fragmentos Revista Realidade fev 1967
Reportagem: A Escola do Futuros já existe

Um caso de namoro

Dona Olga, orientadora educacional, recebe uma queixa:
- O Jaime, da segunda série C, anda negligente, dispersivo, e todo o trabalho da equipe está sendo comprometido com seu comportamento.
A orientadora consulta vários professores, conclui que o menino tem algum problema e o procura:
- Então, Jaime, que há com você? Dizem que está meio desanimado, não se dedica mais, anda calado. O que houve?
- Não é nada, dona Olga.
- Vamos, rapaz. Nós sempre nos entendemos tão bem.
O menino cede. Esta com problemas de convivência na equipe. Dois colegas, Pedrinho e Lucas, andam fazendo piadinhas a respeito de seu namoro com a Dirce. Isto o deixa tão amargurado que ele não pode nem ver a cara dos outros dois. E propõe que eles sejam afastados da equipe. Dona Olga analisa a situação junto com Jaime. Mostra-lhe que a solução apontada é uma ato de força. O que está havendo é uma falta de consideração de Pedrinho e Lucas para com os colegas Jaime e Dirce, e ele precisa reagir construtivamente.
- Fale com eles – sugere dona Olga.Vá calmo, mas decidido: a razão está do seu lado. Diga que pensou no assunto e que estão errados; seja enérgico e mostre-se disposto até a uma briga. Depois de tudo isso você vem aqui e me conta o resultado.
Jaime, depois de uma conversa “homem para homem” com os dois colegas, esclareceu a situação e ainda saiu fortalecido: ganhara o respeito de Pedrinho e Lucas, sem perder a namorada. Às vezes, porém a incompatibilidade numa equipe é mais profunda, e só se resolve com a transferência de alguns membros para outras equipes. Em casos extremos de desajustamento, promove-se a matricula do aluno em outro ginásio.