segunda-feira, 15 de setembro de 2008

DEPOIMENTOS DO SITE

Depoimentos no site http://www.gvive.org/

Aqui estão os depoimentos de ex-alunos, educadores, pais e amigos do SEV.

1 . A Cobaia - Eulália E. Gouveia - mãe de aluno da T68
2 . Curso Noturno - Cida Schoenacker - SEV
3 . Lembranças - Luiz Carlos Marques (Luigy) T63
4 . Utopia - Guilherme Arantes T64
5 . Meditando a Sagrada Educação - Maria Antonieta Araujo Lima Amato - (Toni) T65
6 . Expectativa Frustrada - Neusa Spaulucci
7 . Fragramentos - Neury Haruo Nakamoto -Cevoa
8 . Tatuagem espiritual - Luis Hennrique Mello T63
9 . Marca Indelével - Willians M.G. Barros T 68
10 Sobre o Estudo do Meio em Batatais - Marcelo Andrade T 65 - (áudio) perdemos
11 Associação de Pais e Mestres - Ricardo Andrade - pai de aluno - (áudio) perdemos
12 Sincronicidades - Toni t65
13 Falando do video "Descendo a serra"Renata Delduque T 68
14 Sobre o Video "Viagem de formatura à Itatiaia" Willian LohnT68
15 Ponto de Mutação - Cida Cajueiro T 63
16 Um Marco Pessoal - Marlise Bridi -T62
17 Educação Sentimental - Maria Lucia Capella t62
18 Visita ao Vocacional 40 anos depois - Luiz Feitosa T62
19 O Velho Vocacional -Paulo Roberto Almeida T62
20 RELATO DE UM TEMPO QUE FOI MAS NÃO PASSOU - Ricardo. C. Jordão -T 64
21

Depoimento no. 1
Pais de alunos GEVOA – recebido em 02.08.2005
Título: Cobaia

Quando minha filha Renata (Renata G. Delduque, da turma que ingressou em 1968) foi aprovada nos exames de admissão ao Ginásio Vocacional “Oswaldo Aranha”, no Brooklin, eu lecionava na rede oficial de ensino do Estado, e como mãe e professora, me senti orgulhosa e feliz com o fato.

Ao externar, em conversa com colegas, essa satisfação, houve quem comentasse que minha filha seria “cobaia numa experiência pedagógica que ninguém sabia onde iria dar”.

Respondi que, entretanto, preferia sabê-la cobaia no GV, em cujas diretrizes eu estava apostando do que vê-la manequim, na maior parte do tempo, em escolas ditas tradicionais.

Quando, anos depois, o GV foi invadido, pilhado e desorganizado por forças repressoras, levando à prisão a Profa. Maria Nilde Mascellani e tantos de seus colaboradores, as pessoas que puderam direta ou indiretamente conviver com a escola e avaliar a consistência das vivências pedagógicas ali promovidas, só poderiam mesmo lamentar e sofrer diante de tamanha violência.

Muitos – entre os quais me incluo – se perguntavam como forças repressoras poderiam, afinal, admitir propostas e ações pedagógicas que favoreciam a expressão pessoal, a capacidade crítica e ampliavam – sem proselitismos – a percepção e compreensão das realidades sociais brasileiras.

Lembro-me também de que posteriormente a essa lamentável ruptura, apareceram, na escola em que eu lecionava, pautas pedagógicas das quais julguei reconhecer a fonte: as famosas “baterias” e propostas de trabalho do Vocacional.

Lembro-me de que, em reunião na escola, causei desconforto para alguns dos presentes ao expressar esse ponto de vista, dizendo que eu reconhecia ali partes do corpo do Vocacional, mas lamentava que a “alma” do mesmo não estivesse, realmente, entre nós...

Imagino que, cada um de nós, pais e admiradores do Vocacional do Brooklin, a seu próprio modo, declaramos e reconhecemos a importância do GV para nossos filhos e para a Educação deste país.

Quero deixar aqui um recado para minha filha: sinto-me contente por sabê-la associada aos colegas daqueles tempos tão marcantes, com o propósito de promoverem o conhecimento e/ ou reconhecimento daquela corajosa e lúcida realização pedagógica, da qual todos vocês, ex-alunos, foram beneficiários diretos.

Esse será um importante trabalho!

Eulália E. Gouveia

Depoimento no.2

Profissional do SEV – recebido em 10.08.2005
Título/: Noturno

Gostaria de falar do ginásio vocacional noturno, que funcionou somente dois anos. Participei das entrevistas de seleção dos alunos, na sua maioria trabalhadores do bairro, com escolaridade atrasada, de nível sócio econômico bastante baixo.

Naquele tempo não havia vale refeição e a maioria deles ficava sem comer quase nada o dia inteiro, a única refeição quente era a que recebiam na escola, servida no recreio após a primeira aula, o que rendeu uma boa briga com a Secretaria da Educação, pois recreio pelas normas burocráticas só era permitido após a terceira aula.

Trabalhava no setor de Pesquisa Sociológica e não participava de situações de sala de aula e, portanto, não saberia falar com propriedade sobre a metodologia do curso noturno, que entretanto transparecia na satisfação de cada aluno com a escola.

Satisfação que também existia entre os pais. Lembro-me do Vicente, feliz por ter sido selecionado, o filho da Dona Joana, nossa faxineira, migrante nordestina, analfabeta, que morava nos confins do Jardim São Luiz..

Dona Joana convidada para a primeira reunião de pais que era também a recepção dos novos - pais e alunos, volta para nossa casa eufórica: “Dona não acredito, cheguei lá, tinha uns pais esperando a gente, sabiam do meu nome, me deram uma rosa e me deixaram falar, nunca vi isso nas outras escolas.”

A frase da dona Joana, reflete mais que qualquer tese, o caráter democrático do ensino vocacional.

A Dona Joana a seu modo acompanhou a crise do Vocacional, já não mais trabalhava com a gente, pois não agüentava mais fazer faxina. Logo após a dispensa em massa dos professores, lá vem dona Joana nos visitar: “Fiquei sabendo pelo Vicente que a sra e o seu Ângelo não trabalham mais na escola, que mandaram quase todos os professores embora, foi uma judiação, o Vicente disse que a escola mudou, não é mesma coisa, virou outra e ele já não está mais gostando dela.Como acho que vocês estão desempregados, vim aqui dizer que posso fazer faxina de graça na casa, a sra só me paga a condução.”
Na emoção da lembrança da Dona Joana e do Vicente, que infelizmente perdemos de vista, gostaríamos de resgatar o muito que se fez num curto período no curso ginasial noturno do Vocacional.

Cida Schoenacker

Depoimento no 3
Ex-aluno GEVOA – recebido em 09.10.2005
Lembranças

Meu nome é Luiz Carlos Marques, apelido Luigy.
Entrei com a 2a turma no ano de 1963 no Oswaldo Aranha.
Formamos uma turma à parte com iniciais de nomes próximos: Luiz Celso, Luiz Henrique, Luiz Gonzaga e eu (Luiz Carlos), Marco Otavio, Marcos Chagas, Manuel Victor, Mstislav (Stil), Rodolfo e outros. (acho que semelhantes atraem seus pares)

MINHAS LEMBRANÇAS E VISÃO DO GEVOA E DA ÉPOCA

1- Seleção para entrar no Ginásio Vocacional do Brooklin
Para entrar no GV era preciso fazer um exame de admissão, incluindo entrevistas com pais e alunos. A minha foi com o Professor Joel e nela fiz a diferença batendo papo em francês.
Em informações recentes obtidas com minha mãe soube que na época, uma notícia em um jornal sobre o GV, fez com que muitas mães da Vila Nova Conceição, corressem para inscrever seus filhos, motivadas pela novidade da escola experimental e pela jornada integral.
O fascínio pela escola persiste entre os ex-alunos até hoje. A meta não era preparar para o vestibular e sim para a vida, para enfrentar problemas, adversidades e aprender a aprender.

2-Beatles
Surgem os Beatles e os bailes. Os jovens, de modo inconsciente, aderiam com mudanças em seus comportamentos, iniciando uma revolução mundial, cujo símbolo eram os cabelos compridos, igual aos ídolos de Liverpool. A rebeldia em casa imitava o movimento jovem que se espalhava pelo mundo. Muitos pais eram contra as inovações surgidas, como cabelos longos, calças justas e camisas coloridas. Este tipo de atitude também se espalhava e pelos corredores da escola, em frente aos armários e em sala de aula.
Lembro-me da estréia do filme do Beatles, “Reis do Iê-Iê-Iê”. Guilherme, o Arantes, nosso colega de classe conseguiu como ninguém, registrar a nostalgia da época em canções e letras.

3-Baile
Uma vez por ano, creio que na primavera, acontecia um evento que atuava como uma preparação para a vida social, era um baile no refeitório com música ao vivo ou com long plays. Nesta atividade, cada aluno deveria levar ao baile uma colega, buscando-a em casa e... ao final, trazê-la de volta. Lembro que minha parceira foi a Sonia Maria de Oliveira – 63.
Fui buscá-la em sua casa de táxi, sendo esta a primeira vez que utilizava um táxi sem companhia de adultos.
Na recepção alunos indicavam a mesa reservada, onde eram servidos salgadinhos e refrigerantes. Mesmo suando e com a perna bamba, fomos dançar. Esta foi a minha iniciação nos bailes...
Na tentativa de contatá-la, após quatro décadas, reencontrei seu tio. Ao dizer meu nome, ele disse: “foi você quem levou a Sonia ao baile não foi?” Que memória, após 40 anos!

4-Terapia e a saída
Ao final de 1964, apesar de notas razoáveis, fui retido por atitudes comportamentais inadequadas, na 2ª. Série. Parte de nossa turma foi aconselhada por Maria Nilde e Glorinha a fazer terapia (chique para época) com os psiquiatras Paulo Gaudêncio e Paulo Sapienza.
Iniciei o ano de 1965 com a turma de 1964 (a 3a), cursando novamente a 2ª. Série. Desta forma, acabei me relacionando bem com duas turmas 63 e 64. Saí do GV, ao final do ano, levando pequena mágoa por perder a convivência da escola e dos amigos. Por algum tempo tive receio de uma aproximação com os ex-alunos. Hoje tudo está superado, até o medo que eu tinha da Olga passou! Grande Criatura!
Durante muito tempo mantive contato com alguns colegas, como Luiz Celso, Rodolfo, Stil e Mané. Mais tarde, nos anos 90 fiz buscas através das listas da TELESP, na tentativa de reencontrá-los. Consegui reencontrar, o Armando, que era jornalista da TV Cultura e o Marco Otavio. Há 3 anos, conversando com uma amiga comum, reencontrei o Stil.

5- As Viagens
Uma das atividades mais aguardadas pelos alunos eram as viagens de “estudo do meio”, realizadas nas cidades onde havia outros vocacionais. (Americana, Barretos, Batatais, Rio Claro e São Caetano)
Ao sair de São Paulo, longe dos pais (e eles de nós), descobríamos o que era a liberdade sem medo. Ficávamos hospedados nas casas dos alunos das cidades visitadas, no meu caso Rio Claro e depois Barretos. Acabei conhecendo o GV Candido Portinari de Batatais a convite da mãe do Luiz Gonzaga, nas férias escolares. Nessas viagens, levados pelas mudanças de ambiente, aconteciam os “delírios primaveris”, o momento certo para descoberta das paixões e conseqüentes sofrimentos.

6-Estudo do Meio
Guardo lembranças maravilhosas das visitas aos “estudos do meio”, pela elaboração de pesquisas, os relatórios e a apresentação dos resultados obtidos em visita às empresas visitadas como a Caloi, Lacta e Kibon, e também a Hípica Paulista.
A visita que me marcou, foi quando minha equipe, então formada por Maisa, Edna, Dorian e Marco Otavio, nos deslocamos até à rua Barão de Itapetininga, no escritório do grande poeta Guilherme de Almeida, para uma entrevista. Sempre gostei de poesia e durante esse encontro me senti tão pequeno, pois ele pelo seu “status” literário me parecia um gigante. Com certeza foi a primeira personalidade a me sensibilizar na vida.
Que saudades da cooperativa, do banco, dos talões de cheques. Experiências que contaram muito, quando meu pai me abriu uma conta no Banco Auxiliar de SP, aos meus 15 anos.
É claro que também aprendemos a fazer nossos próprios “estudos do meio”. O Parque do Ibirapuera era na época um grande pólo expositor de feiras. Ali, anualmente, acontecia a Feira de Utilidades Domésticas, a UD, porém o mais aguardado, era o Salão da Criança. Visitávamos todos os estandes das empresas em busca de novidades e principalmente quando havia musicas e danças. Pois com certeza haveria apresentações de danças, por jovens estudantes da Escola de Bailado Municipal de São Paulo. Essas bailarinas se revezavam o dia inteiro nos stands. Por sinal, a Diretora E.B.M.S.P era a simpática Tia Clarice do Manuel Victor.
Lindos Tempos!

7-Conteúdo
Quanto ao conteúdo programático, só tive problemas em matemática, pois na época estava sendo introduzida a Matemática Moderna, com nomes estranhos como conjunto etc. Minha professora da época não soube perceber minhas dificuldades na matéria e nem me motivar. Acabei travado. Segui pela vida com problemas com os números e acabei fazendo parte da turma “que odeia matemática”. Pode ter sido aí o inicio de minhas dificuldades e atitudes indisciplinadas no Gevoa.
Hoje se percebe que:
“Quando a motivação e controle são empreendidos através do medo, da vergonha e da punição, os estudantes sentem-se mais inadequados, medrosos, magoados, envergonhados e inseguros. Interações repetidas carregadas com estas emoções marginalizam os estudantes, diminuindo seu interesse verdadeiro pela aprendizagem. Os estudantes com uma série de relacionamentos negativos na escola tendem a se "desligarem"; alguns ficam deprimidos enquanto outros entram em um ciclo de culpa, raiva, vingança, e possível violência (modelo teórico do Projeto VIVE Vivendo Valores na Educação).
Gostava de Línguas, Artes industriais, Estudos Sociais e Educação Física.
Um dos trunfos que os alunos do vocacional sempre tiveram em relação às outras escolas era aprender a pesquisar. Éramos então iniciados nas pesquisas bibliográficas no próprio acervo da escola e em bibliotecas diversas. Esse conhecimento continua fazendo a diferença ainda hoje em relação aos colegas contemporâneos de outras escolas. Saber como pesquisar, o que pesquisar e onde pesquisar, é ainda hoje um grande diferencial. Esta dificuldade persiste, na grande maioria das escolas e segue pelas academias, onde ainda impera a “copiografia”, com raríssimas exceções.

8- Avaliação
Quando o aluno entrava para o GV, precisava reaprender algumas coisas como um outro foco e esquecer outras, pois eram muitos conceitos novos e novidades nas diferentes áreas. Aprendíamos como trabalhar em equipe, com revezamento de liderança. As provas chamadas de baterias ou avaliações, baseadas no aproveitamento de cada aluno, dos conteúdos dados, na efetiva participação, na contribuição e interesse do aluno nas diversas atividades. Essas avaliações eram feitas pelo próprio aluno, que iniciava o aprendizado em se auto-avaliar, e também pelos colegas da equipe, pelos professores e pelo conselho, em forma de gráficos. Trabalhar em equipe servia como inclusão, cooperar e compartilhar. A idéia de cooperativa era estudada pelos alunos.
Não havia exame, pois os exames têm como propósito a exclusão. Existiam avaliações onde cada um se expressava dentro de suas características, mostrando aquilo que conseguia absorver. Dessa maneira, era possível observar a evolução que se processava em cada um, nas várias atividades, em períodos determinados (bimestres), que por meio de amostragem gráficas era possível ao aluno, visualmente perceber sua trajetória.
Enfim, éramos todos avaliados, alunos e professores, cada um fazendo a sua: caminho natural na vida para o auto- conhecimento.
Foi no GEVOA que descobri talentos atléticos. Os professores Frank e Ma. Efigênia faziam testes sistematicamente a cada semestre, com aparelhos avaliando e mensurando nosso crescimento físico e biológico.
Todos participavam e eram iniciados em várias modalidades de esportes, ginástica e atletismo. Competições de salto em altura e em distancia, eram meus favoritos.
Havia também uma atividade periódica chamada Projetos, termo bastante em moda hoje em dia.
Numa data específica, os alunos escolhiam participar de um projeto em uma atividade dentro da grade escolar com a qual tinham predileção e intimidade. Quantas vezes nasciam ali escolhas vocacionais e futuras carreiras. Dedicavam um dia inteiro com entusiasmo e ao final podiam ver o resultado de idéias há muito guardadas. E que por vezes se estenderia pelo resto de suas vidas. Atividade que escolhi foi educação física e nossa equipe foi campeã de Tênis de Mesa, acabei ganhando um diploma, agora no museu de relíquias no site do GVive. Minha primeira incursão no ensino superior foi em Educação Física, trancado no ultimo semestre em 1975 e que não foi possível retornar.

9-Recepção aos alunos novos.
Guardo grandes recordações do primeiro dia de aula, das brincadeiras na integração de alunos, entre as turmas novas e antigas. Uma delas era montar um círculo de cadeiras onde meninas sentavam e os meninos ficavam em pé, atrás de cada cadeira. Eles se posicionavam, colocando levemente as mãos em cima de cada ombro. Uma cadeira permanecia vazia, devendo ser preenchida. O“dono” da cadeira vazia percorria com seu olhar, buscando nos olhos de cada garota uma possibilidade para trazer a escolhida para a cadeira vazia, com uma piscadela. Todos ficavam atentos para não sofrer perdas. A garota escolhida fazia sua parte no drama, tentando escapar, a um chamado interessante, ou poderia fazer “corpo mole”, caso estivesse protegida por alguém lhe fosse simpático. Grandes lances!
No ano seguinte seria nossa vez de participar dos trotes e recepção às novas turmas. Os meninos ficavam louquinhos com a chegada da nova turma de garotas. Às vezes fazíamos trote com algum calouro. O Stil e eu escolhemos um, de nome Guilherme. Muitos anos depois, ao reencontrar o Stil, ele comentou sobre o trote do tal do Guilherme Arantes. Quase caí de costas, pois G.A. era um de meus ídolos. Nunca havia relacionado um nome com o outro. Desconhecia também que nossa colega de classe em 63, Ana Cristina Arantes, era sua irmã!
Apesar de tanto tempo sem contato, as sementes do Espírito do GV plantadas pelos professores, calaram fundo. A chama continua viva.
Percebo hoje o porquê de tanto interesse por uma educação diferenciada ou uma nova Educação, tanto me incomodava. O interesse em uma nova escola para o terceiro milênio, a Nova Escola do Futuro.
O “estudo do meio” era o elo que mantinha as disciplinas ligadas entre si e que hoje se dá o nome de multidisciplinar.
Os anos 60 trouxeram novidades e mudanças de comportamento em diversas áreas da sociedade. E no que diz respeito à educação, a experiência mais rica que se conhece aconteceu nos Vocacionais, sementes da escola em Socorro e da Escola Inglesa compreensiva e a"Summer Hill - O Sonho de Liberdade sem medo”, de A S. NEILL,
Nos anos 80, a educadora Anna Maria Smith Pimentel, prima da Maria da Gloria Pimentel, que havia estagiado no Vocacional, plantou a Escola Mutirão em Cotia, trazendo de lá muitos dos conceitos e acrescentando outros. A escola cresceu e alcançou fama tornando-se conhecida como uma das maiores escolas alternativas dos anos 80 e 90, período em que meus 3 filhos lá estudaram e onde atuei também como professor.
Fiquei feliz em restabelecer o contato com meus ex colegas e professores .
Reencontrei o Vocacional pelo Orkut.

Luiz Carlos Marques-Luigy
Turma de 63.


Depoimento no. 4
Ex-Aluno GEVOA (data de recebimento 2005)
Utopia -

Muito das minhas memórias estão no UOL www.uol.com.br/guilhermearantes mas me fixando mais demoradamente neste tema, tem tanto o que dizer... Claro que o Vocacional fez uma geração, embora eu tenha ficado pouco tempo - 2 anos, pois minha mãe me tirou dali quando da Revolução do AI5 - e isso foi um desastre na minha cabeça, pois o contraste do Vocacional novinho em folha com o Roosevelt caindo aos pedaços foi um choque total. Mas aqui contam esses 2 anos ...Minha cabeça, e principalmente minhas mãos foram moldadas ali, naquele vasto e profundo laboratório...As aulas de artes com o Evandro, de música com o Alvarenga (ali eu era imbatível...), são inesquecíveis...Ali aprendi a lidar com tornos, serras , esmerís, lixas, furadeiras, madeiras, metais, plásticos, couro, papeis, etc.. para nunca mais pedir pra ninguém me ajudar a fazer nada, nadica de nada ...Me tornei o Porquinho Prático, e isso me ajudou para o resto da vida, na improvisação criativa, nos consertos de tudo, de móveis a sapatos , de amplificadores a Piano de cauda Steinway, de microfones a ventiladores, virei um craque em fazer carrinhos de rolimã, nos trabalhos na FAU ( onde eu entraria mais tarde), que ajudaram equipes inteiras a passar de semestre ...Criatividade é a palavra chave do Vocacional. Foi sensacional ...Me lembro da Geografia e História, Estudos Sociais, com seu enfoque amplo e questionador, da Educação Física onde aprendi várias modalidades ...Das viagens para Americana, das festinhas com os Beatles, Ray Conniff e muita bossa-nova...Das paqueras...Me lembro de ter visto o Sputnik passando como uma estrela brilhante girando no céu ( parece brincadeira, mas é verdade... )Disso tudo tiro o essencial, que é o fato do mundo ser um mundo prático, o mundo do fazer, e fazendo se reconstrói a teoria...Que escola sensacional, que época de ouro pra se viver ...Tudo isso foi truncado pela boçalidade-anti-comunista-que varreu o mundo, como se os escrotos do MIT e da Casa Branca já não soubessem que o comunismo soviético estava marcado pra morrer ...A cortina de chumbo caiu ali como uma chuva ácida, sulfúrica, e botou a Profa. Maria Nilde Mascellani no DEOPS ... que filhos-da-puta!! Hoje essa passagem escura parece coisa do passado, mas não é! Mas também não destruiu nossa geração. O Vocacional foi a experiência mais rica na história do ensino no Brasil. Coisa de Primeiro Mundo, não o primeiro mundo medíocre das paranóias de Wall Street e dos Falcões da Guerra, mas de um primeiro mundo escandinavo, de uma Holanda, uma Bélgica, uma Áustria ou Suíça. E isso foi no Brasil. É de se pensar que, se a Revolução truncou um processo criativo tão importante, quantos outros que se geravam naquela época também não foram pulverizados... Que perda! Que desperdício descomunal na Terra dos Desperdícios...Mas o Vocacional vive, vive, sim, inteirinho na minha cabeça, nas minhas mãos fazedoras de um novo mundo, no coração de todos que ali estiveram.É por isso que o meu lema, hoje aos 50 anos de idade, é:
UTOPIA JÁ!!!
Guilherme Arantes

Depoimento no. 5
Amigos do Ensino Vocacional – sobre S.C. do Sul – recebido 18.10.2005
Expectativa Frustrada -
“O resgate da história e trajetória da Escola Vocacional me fez voltar ao final da minha infância, já que tive que fazer um exercício para lembrar a expectativa que se criou em torno do surgimento de uma unidade, no final da década de 60, em São Caetano do Sul, minha terra natal.
São Caetano do Sul (o C do ABC, na Grande São Paulo) se desenvolveu em função do pólo industrial. Portanto, era uma região habitada, em sua grande maioria, por operários.
Conclusão: o dinheiro era curto e as perspectivas de futuro não eram lá grande coisa. Os filhos desses operários, como eu, meus irmãos e amigos, estudavam em escolas públicas, localizadas nos bairros onde morávamos. No meu caso, na Vila Santa Maria, que foi escolhida para abrigar a Escola Vocacional, na Alameda Conde de Porto Alegre.
O ensino público na época não era dos piores - não se compara ao que vemos hoje -, mas não dava para competir. Quando começou a construção do edifício do então Vocacional, lembro-me do falatório da "rádio peão". Ninguém sabia ao certo o que seria aquela escola: Vocacional!? Que história era aquela. Falava-se em uma escola em que o aluno fazia um teste "vocacional" para entrar. A confusão entre Vocacional e "vocação" nunca foi desfeita, porque não chegamos - os militares não deixaram - a conhecer o que hoje se conhece como um ousado conceito pedagógico.
A unidade em São Caetano era uma obra grandiosa para os padrões do bairro e da população. Foi construído dentro um bosque de eucalipto (poucas árvores foram retiradas para dar lugar à escola). Ao mesmo tempo, ao lado do prédio da escola, ainda foi construído um teatro, batizado como Paulo Machado de Carvalho. Era uma grande novidade para a Vila Santa Maria. Imaginem: escola bacana e um teatro??!!
A medida em que a obra avançava também crescia a expectativa em torno da escola, uma vez que ficavam cada vez mais fortes os indícios de que ela seria diferente, com métodos e conceitos mais avançados. As informações que nos chegavam eram poucas. Não tínhamos acesso a quase nada. O nosso mundo era restrito ao bairro, com pouca ou quase nenhuma infra-estrutura.
O entusiasmo com o novo projeto era grande. Lembro do meu pai dizer mais de uma vez: "Até que enfim uma escola que preste". Eu passava em frente da construção, com uma certa freqüência, e pensava: "Quero estudar nessa escola". Tinha entre 13 e 14 anos e apenas o curso primário, pela Escola Municipal Dr. Arthur Rudge Ramos, também na Vila Santa Maria. Após a alfabetização, não tive chance de continuar os estudos, por falta de tudo: escola, dinheiro, estímulo da família etc e tal (alguns anos mais tarde completei os estudos, pagando do próprio bolso - trabalhava de dia e estudava à noite -, por livre e espontânea vontade).
Na época, a perspectiva de ter uma escola diferente próxima de casa foi semelhante a acender uma vela na escuridão total. Em função dos comentários positivos em torno do empreendimento, parecia uma coisa fantástica. É uma pena que o projeto tenha sido abortado. Para mim, o Vocacional nem chegou a ser inaugurado como tal. Hoje sabe-se que a escola começou a funcionar. No entanto, destoava das demais unidades. Mas a mística em torno da escola se manteve por muitos e muitos anos. Mesmo depois de ter ganhado outro "status", outra função, outro nome, outro tudo, o prédio continuou a ser chamado de Vocacional pelos moradores da Vila Santa Maria. Virou ponto de referência. Hoje, não há um só registro do Vocacional na história de São Caetano do Sul. Pode procurar nos sites do município. É como se nunca tivesse existido o projeto. Depois de naufragar, o edifício se transformou em uma escola estadual. Atualmente, funciona a Escola de Educação Básica da Fundação Anne Sullivan, que atende crianças com necessidades especiais.
A inauguração do teatro me lembro muito bem. Afinal, foi um grande acontecimento. Em novembro de 1968, o então prefeito Walter Braido, contratou o show da cantora Elza Soares, para marcar a inauguração, que foi tumultuada. Pudera, o bairro compareceu em peso e os acidentes foram inevitáveis. Imagine. Nunca um artista tinha pisado naquele bairro.
Deu confusão na hora em que uma das portas do bonito teatro foi aberta. Todo mundo queria entrar ao mesmo tempo, para "pegar" o melhor lugar. No empurra-empurra, muitas crianças caíram, inclusive minha irmã, que tinha três ou quatro anos, e quase foram pisoteadas. Não houve tragédia, porque a própria multidão quebrou, no peito, a outra parte da porta de vidro que deu vazão à multidão. Havia apenas um segurança, que, na verdade, seria o porteiro do teatro, que, depois, ficou por décadas a fio sem nenhuma atividade.
O prefeito e a primeira-dama ficaram estarrecidos. Pura inocência achar que um povo tão tranqüilo, de um bairro pouco movimentado, que dormia de portas e janelas abertas, iria se comportar como gente "civilizada". Por certo um reflexo da "demanda reprimida", que foi compreendida pelo poder Executivo local recentemente, quando o município quase se transformou em uma cidade dormitório.
Tudo poderia ter sido diferente se a Escola Vocacional tivesse vingado e explorado o potencial dos jovens da época. É possível que a história da cidade tivesse sido outra. Pena!

Neusa Spaulucci
Jornalista


Depoimento no.06 -recebido em 29.10.2005
Ex-aluno CEVOA - turma de 72 -
Fragmentos -

Por aqui o típico friozinho tropical que se alterna com dias invernais ensolarados. Ambos assistem ao desfecho de minha gripe em sua tão ansiada decadência existencial. As pessoas continuam a me surpreender. Uma amiguinha oriental, literalmente falando, dos meus felizes anos teens me achou em um dia desses. Pelo telefone reconheci o seu agitado estado de ser, assim como a gargalhada juvenil explosiva, tão guardada e esquecida nas infindáveis gavetas de minha memória. Durante o breve contato tive que me esforçar para lembrar dos donos dos nomes tão vivamente enumerados e no redemoinho de informações atualizadas de parte a parte.

Isto é, de minha parte, aquelas informações gerais e triviais requeridas em formulários cadastrais: estado civil, profissão, local de trabalho, etc... Enquanto falávamos a sensação foi estranha, pois somente fragmentos de uma época esquecida se materializaram em imagens rápidas e opacas. Fui tomado por uma excitação meio nervosa acompanhada pelos meus batimentos cardíacos acelerados. Ao desligar, continuei sentado por alguns instantes, viajando por lembranças na tentativa de reconhecer lugares, aromas, pessoas e, principalmente, montar seqüências completas, ainda que breves, de situações vividas há tantos anos atrás. Em um trabalho penoso de reconstituição lembrei-me com alegria de partidas disputadas de basquete na quadra coberta da escola, onde o físico avantajado e a técnica mais refinada do Sérgio M. se destacava contra a agilidade e as cestas certeiras de outro Sérgio, B., do time oposto, formado durante as aulas de educação física. Uma sensação gostosa me invadiu ao lembrar da velha fórmula de seleção dos times através da escolha alternada de dois "capitães" previamente indicados. O corpo suado, a alma lavada, após uma vitória apertada, cuja última assistência fora a minha. Nada mal para uma disputa entre os "camisas" e os "sem camisas". Realmente nada mal; surpreendi-me, com um leve sorriso. Cena recorrente foi a avaliação física periódica com a inclusão do teste de Mr. Cooper: doze minutos de um suadouro interminável em área coberta cercada de colunas de concreto. A contagem das voltas, o desejo de ser o mais rápido. No final, o cansaço molhado, as dores nas pernas, a procura pelo ar desaparecido, o resultado mediano. A dura realidade para um potencial atleta: medíocre. Lembro-me então da figura quase atlética do professor em seu agasalho azul, três listas famosas, camiseta pólo branca e apito pendurado no pescoço. Como era mesmo o nome dele? Para um esforço inicial, já é demais ! As meninas, claro, tinham aula em separado com uma professora que nem gostosa era. Mas as meninas da minha classe... era um prazer poder observá-las da arquibancada de concreto praticando handball com seus agasalhos e calções. Tudo devidamente apreciado em seus mínimos detalhes.

Você deve estar estranhando tudo isso ao ler este e-mail. Raramente falo sobre fatos passados ou reminiscências juvenis, mesmo nos momentos mais reservados ou embriagados. Não que eu seja tímido ou avesso às recordações, mas simplesmente não costumo exercitar a memória neste sentido. E talvez, de alguma forma, tenha sido treinado para olhar sempre para frente, coisas do tipo: pés no presente e olhos para o futuro ! Horrível... Aliás, não me vem à mente com facilidade passagens cristalizadas em anos distantes. Percebo agora se tratar de uma anomalia; talvez. E sinto as dificuldades provenientes da ausência de prática deste tipo de exercício. Uma grossa crosta de ferrugem. Lacunas imensas que dificilmente serão preenchidas; resultantes da oxidação crescente dos contatos elétricos de meus poucos neurônios especialistas. Penso que poderia ter me divertido mais, solitariamente, apenas brincando de lembrar. Percebo também como os arquivos empoeirados podem se perder em datas de registro dúbias dificultando enormemente o encadeamento correto dos fatos, ou melhor, das lembranças seletivas. Links quebrados, penso com ironia. Como numa homepage mal feita onde o internauta em sua primeira visita se depara com informações espalhadas sem uma organização aparente e, se frustra, na tentativa de obter mais detalhes em páginas com endereços inexistentes, ou pior, "em construção". Mas insisto nesta aventura recém descoberta... na tentativa de restabelecer com minha persistência as conexões avariadas.


Reuniões de grupo raramente produtivas, mas com lanches soberbos de mães prestimosas, “papos-cabeça” rasos, mas satisfatórios. Às vezes, um banho de piscina revigorante, um duo de flauta e violão na vã tentativa de reproduzir partituras barrocas italianas. Para compensar, sempre boas notas que dissimulavam o mau comportamento adolescente de bombas no banheiro, atividades subversivas no Centro Acadêmico, conflitos com a megera professora de OSPB, beijos escondidos, contestações escancaradas. A verdade absoluta de um diletante imberbe quanto ao imperialismo americano; a recusa sistemática em consumir produtos emblemáticos como a vilã coca-cola. Viva o guaraná amazônico ! A descoberta do elitismo arrogante do cinema de arte pouco compreensível, nomes estranhos como Godard, Buñuel, Antonioni, Truffaut, Fellini, para citar alguns poucos. E acima de todos, Fassbinder. Ciclos na GV, no cine Bexiga. Cine Biju, quem se lembra? Leituras em tons negros de Orwell, Kafka e Huxley. Tudo isso regado a infindáveis jogos de ping-pong em mesas improvisadas com a disposição de inúmeras carteiras escolares, raquetes "Butterfly" e redinha verde, resultado de uma famosa "vaquinha". Campeonatos internos com a seriedade de uma olimpíada tendo como prêmio a respeitabilidade e admiração de seus pares e o sentimento superior da excelência. Tudo feito com muita cumplicidade, de forma solidária e “adulta”. A discussão de atitudes, a negação do estabelecido, as perspectivas de um grande futuro. De mudanças.

Nesta maratona nostálgica lembrei-me de um episódio que ilustra bem o espírito daquela época. Quase posso afirmar que se tratava do último bimestre da 7a. série. Da matéria, não faço a mínima idéia, mas o sentimento que tenho para com a professora de rosto esquecido é de simpatia. Grande parte dos meus amigos estava na iminente situação de “repetir” de ano. Se nesta matéria não se alcançasse a média anual requerida, ainda que medíocre, seria a gota que precipitaria toda a tragédia diluviana. No espírito de Missão Impossível arquitetamos um estratagema audaz e infalível para surrupiarmos um exemplar daquela última prova. As provas estavam em cima da mesa de nossa querida mestra, dentro de uma pasta de papelão colorido, e muito próximas da primeira carteira, onde se sentava um de nossos comparsas, ou melhor, elemento de nosso bando. A prova seria aplicada na aula seguinte, e como sempre, todos se sentiam e, de fato, estavam despreparados.

Para a adequada ambientação voltemos à década de 50, clima noir com ventiladores de pá sobre nossas cabeças, a voz em off de Bogart como narrador. Em branco e preto, melhorou ainda mais. Contraste no último. A professora com aquele vestidinho branco de bolas pretas até as canelas, longas pernas, cabelo impecável, laço de fita negro no cabelo combinando com o da cintura, batom vermelho nos lábios carnudos, curvas generosas e seios fartos.... uma verdadeira pin-up de calendário de borracheiro daquela época. À imagem da namorada do Spirit, tão bem desenhada por Eisner, se dirigiu ao fundo da classe, com suas formas balouçantes, provocando inúmeros suspiros e outros devaneios mais escondidos. A origem deste deslocamento perfumado tinha sido uma dúvida técnica sobre determinados aspectos da circunvolução primeva de um parafuso órfão; ou coisa muito, mas muito parecida. A clara exposição de nossa desejada professora atraiu inúmeros colegas, todos participantes do plano em andamento, que numa configuração geométrica cavernosa impediam qualquer visão da frente da classe. Tanto a lousa, quanto a bandeira verde-amarela e mesa da professora foram imediatamente esquecidos diante da discussão acalorada no “fundão” da ampla sala. Seguindo à risca as instruções de nosso minucioso plano, nosso agente nervosamente esticou o seu braço e, de forma ágil e determinada, abriu a pasta de papelão e sacou um exemplar da almejada prova. Escondeu-a no seu fichário, objeto muito popular nesta época, utilizado para carregar cadernos espiralados e livros, e se manteve imóvel olhando fixamente pela janela. Parecendo esperar pela conclusão deste 1o. ato, a discussão subitamente cessou e, mais uma vez, nossa professora desfilou pelo corredor de carteiras, desta feita, no sentido inverso, e sentou-se graciosamente em sua cadeira cruzando suas longas pernas.
Todos os olhos da classe se fixaram na figura do calendário e, sob as pás dos ventiladores, podia-se ouvir uma oração monocórdica e uníssona dirigida a todos os deuses onipresentes. Entretanto, os próximos quadrinhos viriam a demonstrar que os deuses estavam surdos nesta manhã. A indignação súbita na voz de nossa professora revelou o nosso fracasso. Abrindo a sua pasta levemente deslocada sobre a mesa, imediatamente percebeu a nossa artimanha. Não que ela fosse brilhante ou adivinha. Simplesmente o nosso agente, altamente treinado em furtos de provas escolares no Oriente Médio, havia seqüestrado apenas parte da prova; algumas folhas, deixando à vista uma página intermediária com questões que iniciavam com uma numeração truncada. O crime fora facilmente descoberto. Sem que ao menos tivéssemos compartilhado o fruto de nosso delito. Estávamos perdidos. A professora transtornada exigiu a atenção de todos e iniciou o interrogatório coletivo. Como se nunca soubéramos articular um simples fonema apenas nos olhávamos cúmplices, certos de que seríamos duramente castigados. Além disso, o desapontamento pela nossa fragrante incompetência havia nos deixado vulneráveis. Como o silêncio persistia em resposta às questões de nossa já não tão amada professora e o assunto era extremamente grave, demandou a presença de nossa odiada diretora.

Após minutos intermináveis a presença germânica de nossa temida diretora já nos intimidava apenas com seu olhar severo. Aplicou-nos um longo sermão e mais uma vez exigiu que o autor da façanha se levantasse de sua cadeira e se apresentasse para a execução. O folhetim policial chegava ao seu ápice recheado de elementos de suspense e terror.

Resultado da pressão insuportável e suando como um condenado à cadeira elétrica, o nosso especialista em furtos levantou-se trêmulo. Estava lívido. Quando a diretora em seu íntimo deleite se preparava para o tiro de misericórdia, Flávio S. levantou-se com um sorriso irônico.

Todos, surpreendidos, se viraram para ele. Do fundo da sala outro membro de nosso esquadrão também se levantou, bravamente. Nossa loira, a mais estudiosa da turma, prontamente se colocou de pé. E também a morena mais cobiçada. E assim, sucessivamente e de forma caótica todos os alunos da classe se solidarizaram. Então, o representante da classe, com toda a autoridade que lhe competia esclareceu aos representantes inimigos que a quadrilha era composta por toda a turma e que todos haviam participado da missão.

A diretora então, sem saber exatamente o quê fazer, disse que tomaria as medidas cabíveis e deu por concluída a jornada do dia nos gratificando com uma dispensa coletiva. A professora manteve a data da prova para o dia seguinte e se retirou decepcionada. Um clima tenso desconsolado.

No dia seguinte fomos informados pela diretora que a dispensa coletiva seria entendida até o final do período letivo. Portanto, doze dias de gancho. O estado-maior inimigo fora severo. Punição exemplar e, digamos, com a sênior visão de hoje, merecida. Com isso, quase oitenta porcento da turma teve a perda de ano consolidada. Sem qualquer tipo de apelação ou lamúria. Com cartas endereçadas aos pais. Uma mancha devastadora. Conseqüentemente, o grupo que se juntara três anos antes e se mantivera unido neste período foi quase que inteiramente dizimado. Para completar fomos todos graciosamente convidados a comparecer durante as férias de verão para pintarmos os corredores internos dos três andares de nossa escola, bem como a criação de um grande painel sob a orientação de nossa luminosa professorinha de artes. Duas semanas árduas onde pudemos desenvolver nossas habilidades como pintores de parede e artistas de painel.

Surpreso? Também estou. Não me julgava capaz de montar este pequeno quadro de maneira tão fluida e divertida. Após esta breve jornada ilustrada parece que redescobri o caminho de volta. Claro que a memória sofre distorções, ainda mais quando abandonada em locais escuros e sem ventilação. Solitária, ela vai se adaptando e sofrendo mutações. Mutilações e enxertos com o objetivo de dar forma, e um sentido narrativo ao episódio. O conserto de links quebrados. O mais fantástico é a preservação das sensações, impressões e emoções provocadas por fotografias amareladas e filmes envelhecidos. Após este exercício, que perdurou por toda a tarde, me sinto um pouco mais próximo de suas divertidas histórias, sempre contadas com talento único e entusiasmo contagiante; sobre a sua vida de estudante, encontros amorosos: húngaros ou russos e viagens inusitadas. Em uma velha cantina, em um restaurante japonês ou árabe, nos cafés dos jardins. Como um aprendiz redescubro um velho caminho, antes abandonado e acinzentado, agora interessante e colorido.
Espreguiço, acomodo a cabeça em minha poltrona favorita, fecho os olhos e me deixo levar pela deliciosa sensação de revisitar a minha história como um ser humano qualquer; com a ajuda da imaginação. E, para minha surpresa, descubro algumas pequenas imperfeições.
Neury Haruo Nakamoto

Depoimento no.07 r
ex aluno gevoa - recebido em 2006
Tatuagem espiritual

Meu propósito aqui é construir um depoimento capaz de reproduzir minha experiência com o Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha. Essa famosa escola fez parte da minha vida durante os anos de 1963 até 1968.
No começo fiz uma entrevista para seleção. Foi no final de 1962. Quem me entrevistou foi uma moça, cujo nome eu nunca soube. As perguntas concentraram-se em detalhes capazes de revelar perspicácia. Lembro de uma: Por que os dentes têm serra? Pelo jeito me sai bem. Salvo se a intenção era achar os piores e transformá-los nos melhores.

Assim, sob o número 263 fui selecionado, entre muitos, para fazer parte da segunda turma do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha. Minha classe, na primeira série, veio a ser a “C” e junto comigo estavam o Luiz Carlos(luigy), o Luiz Celso, o Rodolfo, o Carlos Alberto Gandolfo, o Michel, o Mstislav Kamensky, o Manuel Victor, o Marco Otávio, o Marcos Magaldi, a Maisa, a Maria Lúcia, a Ana Maria Joly, a Edna, a Márcia e a Mônica, o Dorian Taterka. Estive na 2ª C com o mesmo grupo. Na 2ªB meus colegas, foram o Francisco Gianatásio, Thomas Roth, Guilherme Arantes, Leda Bech, Mariana Cerretti, e Eduardo Benini. Na 3ªD e 4ª D estavam a Marlene Bendheim, a Gisella Karpati, o Ricardo Cacciatore, Eduardo Marafante, o Fernando Albuquerque Lima, a Ana Cristina Arantes e na 4ªA Maria Alzira, Heloisa, Lurdinha, Hugo, Nicolau entre tantos queridos colegas. Fora das classes, em cada projeto fiz grande amigos como Lélio, Alan Jean Pierre Baldacci, Willian, Maria Alice Amorim Garcia, Pedro Pontual, Paulo Roberto Ferreira, Eduardo Bicudo Dreifuss, Henrich, Wilson Sorrentino, José Luiz Iglesias e vai por ai.

Cabe esclarecer alguns detalhes dessa minha experiência. Primeiro, meu curso ginasial demorou seis anos, ao invés dos quatro regulamentares. Gentilmente, fui solicitado pela orientação escolar a refazer a segunda e depois a quarta séries. No caso da segunda série a justificativa foi: “falta de maturidade para a 3ª série” e no caso da quarta série deve ter havido alguma incompatibilidade com meus gráficos de escolaridade e avaliação. O fato é que meu bom humor, uma certa dose de patetice e uma franqueza meio sarcástica entravam para a conta do item atitudes como menos e puxava o gráfico para baixo.

Fui aluno dos Professores Mrs. Grainer, Geo Arruda, Edson, Itajahi Martins, Accorsi, Lucila Bechara, Elza Baba, Evandro Carlos Jardim, Celeste, Helena, Jonas Cristensen, Tokika, Lucy, Pomer, Maria Elisa, Orlando, Ferracioli, Diva, Luiz Mário, Odila, Mariazinha, Olga Bechara e tantos outros, todos fantásticos. Tive a honra de conhecer e conversar com uma das mais brilhantes mentes da Educação Brasileira, a inesquecível D. Maria Nilde Mascelani.

O lado positivo da minha longa passagem foi a possibilidade de participar e vivenciar outras experiências. Por exemplo, na primeira e segunda séries (1) participei com torcedor do torneio de Handebol entre escolas. Foi legal, mas frustrante porque nossos times não ganharam uma. Jurei que ia aprender jogar aquele esporte e mudar aquela história. Isso veio na quarta série (1) quando o nosso time venceu o primeiro campeonato colegial de handebol da história da escola e onde tive atuação destacada, não só como jogador, mas, como um dos organizadores da equipe.

As primeiras equipes eram dirigidas pelos professores de Educação Física (Frank, Ephigênia, Hélio, Salua). A equipe campeã foi organizada e dirigida (com um acompanhamento a distância dos Profs. Rizzo e Nelson Sanches) pelos alunos.

Nesse tempo todo de vocacional, além das matérias tradicionais, pintei com todo tipo de material e em várias superfícies, inclusive alguns grandes murais. Construí móveis, trabalhei com solda elétrica, com torno de madeira, serra circular e tico-tico, trabalhei na cantina, na cooperativa, no refeitório, na equipe de recreação, no almoxarifado, ajudei a fundar o Banco Vocacional, cantei nos coros da escola e no da quarta série e fui presidente da Assembléia no Governo Estudantil (na quarta série 2). Estive em Barretos, Batatais, Americana, Rio Claro (onde tomei muita Cerejinha), Belo Horizonte com a Pampulha e as obras de Portinari , Ouro Preto, Congonhas do Campo e as obras de Aleijadinho, Codisburgo com Gruta de Maquiné e João Guimarães Rosa, Sabará e a mina de Morro Velho. Estive na General Eletric em Campinas, na Kibon, no Palácio do Governo do Estado de São Paulo e no Palácio dos Campos Elísios onde conversei com a primeira dama do estado, em uma fabrica de vasos no ABC onde vi um oleiro fazer um vaso com as mãos e em vários outros estudos do meio, não menos importantes. Não conheço ninguém com essa experiência no currículo ginasial ou fundamental.

Compartilho da opinião geral. Essa foi uma experiência educacional única. Ao encerrá-la, os políticos comprometidos com o governo militar, furtaram o povo da única oportunidade capaz de dar ao Brasil uma educação digna de um povo de primeiro mundo.
Muitas eram as vantagens deste sistema. Trabalho em equipe, estudo dirigido, estudo do meio, seminário, painel e muito mais. Vivências em áreas inéditas, até então, como Artes Industriais, Práticas Comerciais, Educação Doméstica, Artes Plásticas, Educação Musical, Estudos Sociais, além da abordagem sempre progressista para as áreas tradicionais. Passei por seis sociogramas, pelo D.A.T. e recebi uma carga dobrada de vocacional na minha formação. Descobri depois, como a minha experiência democrática tinha sido contundente e como era difícil ajustar-me em um mundo desejoso em praticar a democracia, mas, sem a minha vivência.

Nem tudo foi acerto. Houve erros, não poucos. O saldo geral foi muito positivo. Tenho muito orgulho desse meu passado. Orgulho-me muito quando vejo meus antigos colegas de vocacional em evidência. Sei, aqui comigo, de onde eles tiraram parte disso. Lembro da D. Glorinha, minha orientadora educacional da primeira parte de minha longa jornada na escola, pois, toda vez que acontecia algum caso de indisciplina em massa (bagunça geral) ela me chamava para a sala dela como um dos suspeitos. Como no caso daquela bomba que um grupo de alunos comprou fazendo uma “vaquinha” e o Luiz Gonzaga jogou no meio de vários alunos, ela caiu dentro da japona do José Carlos e explodiu fazendo um rombo na japona com algumas queimadura leves no peito do Zé. Pediram-me dinheiro para comprar a tal bomba, mas, neguei-me a participar. Nunca entrei desse tipo de coisa, muito menos com bombas e fogos. Meu gênero sempre foi fazer graça, piadas, sem ofender os colegas ou professores. Claro que dei minhas pisadas, mas, não desse tipo. Essa história aconteceu fora da escola, lá no ponto do ônibus na Av. Sto. Amaro, mas, na hora de descobrir os responsáveis lá estava eu no meio dos suspeitos na sala dela. Mas, na segunda metade do meu tempo na escola a minha orientadora foi a D. Evair Marques e a compensação veio multiplicada. Com ela fizemos o D.A.T. e descobrimos nossas aptidões e Q.I., além de sua sempre encantadora presença.

Minha vida ficou marcada pela experiência vocacional. È uma tatuagem espiritual. Todos os meus passos a seguir passaram pelo crivo da experiência democrática e participativa adquirida nessa escola sem igual. Pena meus filhos e os filhos dos meus colegas não terem tido essa possibilidade.

Luiz Henrique Mello, turma de 63 gevoa

Depoimento no. 08 - recebido em 06/11/2005
Ex Aluno GEVOA – turmas 68/69 – recebido em 06/11/2005 1o C 1968; 1o E 1969
Marca Indelevel

Vivi o apogeu e acompanhei a derrocada de uma utopia. Feitas as contas, devo ser o aluno que mais tempo permaneceu matriculado naquela escola da Avenida Portugal, 859. Quando entrei, em 1968, era o GEVOA, em sua plenitude entelequial. Ao sair, em 1976, deixei para trás apenas o Osvaldo Aranha, já nem sombra do que fora um dia. Posso garantir, no entanto, caro leitor, que o espírito do GV seguiu comigo, na mente e no coração, aonde quer que eu fosse, o que quer que eu fizesse.
De meu grupo original (turma C), com o qual pouco convivi, guardei escassas lembranças. A exceção: Vinícius Branco, com quem dividi meu primeiro maço de cigarros – marca Elmo – fumado todo ele numa tarde pelas ruas da Vila Olímpia. O que Vincícius soube apenas recentemente, quando o reencontrei depois de décadas, é que devo a ele, também, o fato de ser corintiano. Grande Vinícius!
Descobri o significado da palavra “eufemismo” na primeira série, especificamente no final do ano letivo. Fiquei retido, sumariamente, sem direito a compromisso. Bombei. Tomei pau. Na escola e em casa. Recomecei minha caminhada com a turma de 1969 (E), e com ela permaneci até a terceira série, ocasião em que meu lado “menino-problema” ganhou projeção. Este que lhe escreve matava aulas, sistematicamente, e ia para o Aeroporto de Congonhas caçar autógrafos de jogadores de futebol em trânsito. Meus dias de gazeta tiveram fim quando fui flagrado por meu pai, em pleno horário de aula, à beira da represa de Guarapiranga. Nem tive tempo de recolher o lambari que acabara de fisgar... Pau de novo.

Concluí o ginásio no recém aberto curso noturno, entre alunos mais velhos, vindos da rede de ensino tradicional. Foi quando me dei conta de que, apesar de meu histórico de vadiagem, o abismo que havia entre mim e meus novos colegas era assombroso. A essa altura, o Vocacional propriamente dito já tinha ido para o beleléu, mesmo durante o dia. Havia ainda, contudo, algo no ar que a ditadura não conseguira dissipar: o espírito da coisa. Alguns de meus professores no diurno dos bons tempos estavam agora também lecionando à noite. Mestre Zago era um deles. O inesquecível Ferraccioli, outro. Preciso, no entanto, dizer de meus dois grandes xodós: Vilma Leal e Cecília Martins. Com a primeira, dei meus primeiros passos no Francês, naquela salinha ao fundo do corredor, no andar de cima. Reencontrei-a de noite dando aulas de Português, e com ela segui até o fim do colegial (guardo até hoje várias redações, carinhosamente corrigidas por ela, recheadas de comentários preciosos). Com a Cecília, ex-aluna da turma de 62, tive inesquecíveis aulas de Filosofia, além de outras peripécias intelectuais (como esquecer da SEMANARTE, Cecília?). Vocês duas: que estas linhas lhes soem como uma declaração de amor!

Seria injusto não revelar uma outra paixão que tive, a querida Celeste, de AP. Eu, que sempre fui absurdamente tímido e que só me manifestava na marra, era mais eu na aula da Celeste. Claro que a extrema doçura da mestra ajudava mas, mesmo sem jamais ter sido um gênio nas Artes Plásticas, consegui nesta “área” meu primeiro (e único) Superior Mais. Com um trabalho de técnica livre – horroroso! – na roda, começamos o processo de avaliação em grupo. Todos torceram o nariz para minha repugnante obra. Na hora da auto-avaliação, me enchi de coragem e imputei-me o conceito máximo, alegando ter atingido meu objetivo de causar repulsa ao público. Daquele dia em diante, o gráfico de minha auto-estima só melhorou.

Anos depois, já na faculdade, eu estava “insuportável”. Um professor de Estética tinha dado nota 2 a um trabalho de minha lavra. Fui até ele pedir explicações. Depois de ouvir a justificativa do mestre, aleguei que, em nome da coerência, eu mereceria um zero. Ninguém entendeu como aquele cabeludo estava brigando pela diminuição da nota. Nota? O que é nota?

Tenho guardadas algumas relíquias daqueles nossos anos gloriosos. A singela flauta bloch, com meu nome pirografado, é uma delas. Espantoso mesmo é que carrego na memória um dos exercícios da aulas de Música: sol, si, lá, sol, lá, si, lá /sol, sol, lá, lá, si, lá, sol. A bem da verdade, esqueci quase nada de tudo: situações, rostos, cheiros... O Voca está vivo, sempre esteve.
Não sei se surgirá definição melhor que a do colega Luiz Henrique Mello, no depoimento ao lado, de que o Vocacional é “ uma tatuagem espiritual” . Para mim, pelo menos, é marca indelével, que ostento com muito, mas muito orgulho.

Willians M.G. Barros

Depoimentos no. 9 (em audio) perdidos temporariamente
Depoimentos no. 10 (em audio) perdidos temporariamente

Depoimento no. 11
Ex-aluna do CEVOA t65
Sincronicidades,

Olá Pessoal!
Seguindo o caminho das “coincidências significativas”, também chamadas sincronicidades, quero contar pra vocês sobre um acontecimento que envolve a todos nós que passamos pelo Vocacional.

Dia 11 de fevereiro, apresentei na Unipaz, meu trabalho de conclusão da Formação Holística e Transdisciplinaridade em Saúde, Educação e Liderança. Esse curso também é uma pós-graduação lato sensu e minha monografia, ainda em andamento, também vai abordar o tema Educação. O que apresentei foi o projeto “Meditando a Sagrada Educação: sua Alma e Coração”, que foi criado e concretizado sincronicamente ao “encontro marcante” do dia 11/6/2005.
Como nada acontece por acaso, e acho que nós nada mais fazemos do que pescar o que está no ar (a Clarice Lispector diz que as palavras são como anzóis), é evidente o quanto a grande aldeia está necessitada de relembrar valores e práticas que estão no DNA desde sempre. Então, nós que vivemos essa experiência tão significativa, estamos fazendo o correto quando passamos aos outros aquilo que foi pra nós tão valioso. Isso inclui todas as nossas histórias, e vai muito além delas. Foi isso que aconteceu na exposição do projeto que , basicamente, pretende trabalhar com educadores e pais (mas aberto a quem se interesse) um olhar para sua trajetória de vida que possa contemplar e qualificar sua experiência como ser humano, ativando a memória da vivência de cooperação entre os seres, do homem como parte da natureza, incluindo toda a diversidade que representa cada indivíduo e, ao mesmo tempo, tomando essa diversidade com respeito e como o elemento de união entre todos.

Bem, procurando manter o entusiasmo no equilíbrio, vou seguindo.
Minha apresentação aconteceu no sábado à tarde. Desde a sexta-feira à noite, a apresentação dos trabalhos foi muito intensa. Em cada pessoa podíamos perceber sua marca pessoal e autonomia e, ao mesmo tempo, percebíamos a conexão que fazia de todos nós o mesmo. Uma das apresentações trouxe a imagem de uma constelação, que representa bem o que aconteceu.

Antes do intervalo do almoço, os organizadores do curso trouxeram uma surpresa. Sabem o que? A apresentação de “Gandhi” feita pelo nosso colega João Signorelli. E de lá, a fonte que nos une jorrou generosamente, incluindo a nós todos (presentes ou não) e indo muito além. No final, João fez um agradecimento ao Vocacional e muitas pessoas vieram falar conosco a respeito, algumas porque tinham tido algum contato e outras porque queriam saber que escola era aquela.

Gente, foi demais!!! Aquilo tinha uma força maravilhosa!
Entre muitas coisas, na minha apresentação, relembrei o encontro que teve a nossa turma de 65, com o Pierre Weil (mentor e reitor da Unipaz) , estudo do meio de 67 em Minas, quando ele fez um psicodrama e palestra sobre orientação vocacional, no auge dos nossos 15 anos!

E... continuando, abro no início da semana seguinte, o e-mail do Shigueo, sugerindo espaços pra conversar Educação, e as propostas do Polojo, e os e-mails do Luigy, e o grêmio, e o livro da Ângela, ETC... ETC... E TAL!!!!!!!

“As coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender”, cantado pelo Paulinho da Viola. Parece que as boas coisas estão muito emergentes no mundo, mesmo que muitas vezes, queiram nos fazer crer que não. Me sinto uma aprendiz de escutar e seguir os sinais que nos levam a um bom lugar. A companhia de todos e os laços de fraternidade são tudo! “Imagine all the people...” , acho que está real, não?

Abraço a todos,
Toní - 1965
Maria Antonieta Araujo Lima Amato


Depoimento no.12
ex aluna t68 31 de março 2008
Falando sobre o vídeo Descendo a Serra- via litoral

“Põe f... nisso.
Realmente era divino.
Que legal, adorei, é o trenzinho que passa pela estação Evangelista, vai pro litoral norte? Sul!
Delícia. Se for, fiz isto alguns anos (um grupinho do voca capitaneado pelo André Gurgel, que se encontrava domingo às sete da manhã na estação socorro, passava o dia no meio da serra do mar, e voltava no trem das quatro da tarde).

Quando lembro desses domingos (o André era mateiro e guiava a gente), vejo que a vida vale a pena.
Um bando de aluninhos adolescentes do vocacional, imagina, saía, cada um do seu canto, da sua casa, pegava ônibus cedinho no domingo, e se encontrava antes das sete na estação socorro.
Cada um levava uma mochila, com lanche, água, capa de chuva (chovia muito na serra do mar).

Daí a gente descia na estação Evangelista de Souza, se não me engano.... (só o André para lembrar), daí andávamos quilometros, às vezes íamos até um rio, que tinha uma prainha de areia bem branquinha.
Conhecíamos as pessoas que moravam nas poucas estações, elas davam chá quentinho pra gente na volta, e deixavam a gente se aquecer e secar o tênis na beira do fogão a lenha, enquanto esperávamos o trem das quatro e trinta.

Ia o André com a namorada Ana Helena (hoje veterinária homeopática, morando no interior), o Abílio Gurgel (irmão dele), eu, a Elisa, às vezes a Carminha, o Paco, o Aviro, Zepinha... A turminha variava de domingo para domingo.
T
udo isso sem perigo, sem drogas, sem malícia, sem desconfiança ou medo da parte dos pais. Íamos curtir a natureza, dar risada, dividir comida, andar muito.
Quais pais deixariam hoje seus filhos de 14, 15 anos, passar o dia no meio do mato na serra do mar? Outro mundo, amigo. Um mundo que o JP certamente não vai conhecer. Bjs, Renata

Sobre o video "Viagem à Itatiaia" :
"Legal, foi bacana mesmo. Fazíamos bolo em casa para vender aos pedaços nos faróis perto da escola e no recreio. A gente vendia de tudo, até a língua da Elisa Saintive."
Eu desafiava o colega: "duvido que você consiga encostar a língua na ponta do nariz!". O cara tentava, não conseguia. Renata T68

Renata Delduque t 68

Depoimento 13
ex aluno - t68 texto 2008
Sobre o Filme super 8 Viagem de formatura a Itatiaia da turma de 68 :

Fico feliz que tenha gostado do filme. Na época não imaginávamos no que isto resultaria.

O evento da viagem foi muito significativo para a turma. Com o objetivo de arrecadar os fundos necessários, fizemos muitas atividades que mobilizaram muito a turma. Entre outros, recolhíamos jornal velho para revender, fazíamos sessões de cinema pagas no recreio com filmes de 10 minutos emprestados de consulados (Canadá, França), e um grande show de final de ano, com apresentações dos alunos e de profissionais (Renato Consorte participou na época). Isso tudo gerou maior integração com a turma.

A viagem foi ótima, e a presença de professores (Zago, por exemplo) e de pais de alunos (Cicero super amigo de todos até hoje, pai do Ricardo Kellerman, infelizmente já falecido) deu muito certo.

Ficou como uma marca de finalização de uma época, e cristalização da experiência educacional pela qual tínhamos passado, bastante forte.

O filme foi feito por mim junto com o Luis Osse da nossa turma. Filmamos em duas câmeras e editamos em conjunto.
Acho ótimo que o filme possa compor um conjunto de registros históricos da escola.
Abraços

William Lohn – t68


Depoimentto no.14
Ex aluna T63 email 25 abril 2008
Ponto de Mutação

Oi pessoal!
Sei que não se lembram de mim, pois me desliguei totalmente da turma quando concluí o Ginásio. Isto se deu em 67, pois repeti a 2ª série em função de complicações pós-operatórias que me fizeram ficar afastada da escola por um grande período. Imaginem quantas aulas perdi! Por isso mesmo sei que não têm como se lembrar.

Entretanto, o Fórum das reflexões que se colocam me fez sentir um forte desejo de também opinar, uma vez que como cidadã e ex-aluna do Vocacional, fato que nos identifica filosoficamente, tenho compromisso em relação às situações e ao mundo em que vivo.

Além disso, também me fez relembrar a leitura do livro: O Ponto de Mutação de Fritjof Capra, o primeiro indicado quando ingressei no mestrado. Foi uma leitura tão importante que ela vem se repetindo ao longo de diversos outros cursos que realizei, pois sua temática é recorrente: a análise reflexiva e a ruptura com os paradigmas cartesianos na perspectiva de uma postura holística frente aos desafios da contemporaneidade.

Fico muito feliz por verificar que temos um posicionamento filosófico semelhante acerca do que seja liderança. Atualmente sou Orientadora Pedagógica da Secretaria da Educação do Município de Sorocaba, mas já exerci o mesmo cargo na Fundação Bradesco/Matriz.
Nele, a liderança se faz no contato direto e permanente com educadores, incluindo neste universo todos os que atuam na escola, educandos e familiares, possibilitando articular os conteúdos trabalhados, com uma proposta pedagógica que desenvolva e evidencie uma escola cidadã, que se propõe formar um cidadão pleno, capaz de vivenciar sua cidadania na perspectiva de transformar o que está posto hoje. Percebam que é um objetivo bastante pretencioso, mas tenho trabalhado na direção de seu sucesso. É importante querer tudo para alcançar ao menos parte do pretendido.

É assustador verificar em que nível de desumanização chegamos, como nos sentimos impotentes diante da realidade e, pior, como estamos anestesiados diante dos fatos gravíssimos que presenciamos. Como podemos nos articular para revitalizar sentimentos e mobilizar ações capazes de resgatar um processo educacional comprometido com a melhoria do ser humano e que preserve valores, não na perspectiva de um saudosismo alienante, mas no de rever o que está provocando tantas distorções?
Por vezes me sinto um pouco deslocada por não aceitar e não me deixar levar pelas exigências de uma sociedade consumista que vem sendo legitimada, mas que traz consigo tantos problemas! Não se trata de ter um posicionamento maniqueísta, mas gostaria de vivenciar um processo educacional capaz de desenvolver nos educandos posturas mais éticas e pautadas no respeito ao outro.
Que bom! Vejo que não me deixei contaminar, pois não se apagou em mim a esperança de que outros, como eu, também se preocupem com a educação em nosso país.
Em Sorocaba há diversos Programas em curso, com o objetivo de desenvolver nas crianças o espírito empreendedor, solidário e humanista, mas que resguarde a boa qualidade do ensino oferecido, de modo a assegurar-lhes inserir-se na vida adulta melhor preparados. Esperamos estar no caminho certo, apesar da resistência de alguns professores em aceitar que os alunos devem ser sujeitos no processo, única forma de torná-los comprometidos com sua formação escolar e com o que fará com a educação que está recebendo.
Fiquei muito feliz em saber um pouco mais da colega Daphne Ratner que, se não estou enganada, residia em Santo Amaro como eu, pois meu pai tinha um açougue naquela região e eu fui à casa dela uma vez.
Abraços fraternos e saudosos à todos,
Maria Aparecida t63


Depoimento no.15
Ex aluna t62 Texto de 14 de setembro de 2004. colhido no site da t62 (com autorização)
Um Marco Pessoal

Confesso que estou muito emocionada com o que está ressurgindo entre nós. Está claro que eu sabia da importância do que havia sido a experiência do Vocacional para cada um, mas há um clima ainda mais forte do que eu poderia imaginar... Fiquei muito tempo olhando para as fotos dos nossos tempos de GV e é como se estivesse assistindo a um filme do tipo Cinema Paradiso, daqueles que a gente, até contra a vontade, se acaba de chorar! Também confesso que não reconheço todos e nem mesmo sei qual daquelas carinhas é a minha (desconfio, mas não tenho certeza). Penso que isso importa pouco, porque o que ficou marcado ém nós está para além, muito para além de nossa feições daquele tempo ou dos dias atuais.Há alguns anos tive de escrever um Memorial para a minha efetivação na USP. Escolhi o tema Os Mestres e os Livros. Penso que talvez interesse a vocês o trecho em que falei do GV.Então lá vai.

Estudei na Escola Pública quando ela era muito respeitável. Apesar das críticas que já sofria, e das acertadas previsões de decadência e desinteresse dos poderes públicos por ela, constituía-se ainda na melhor opção para a formação dos filhos da classe média. Cumpri o Primário num dos mais afamados Colégios de Estado da cidade (o Instituto de Educação Prof. Alberto Conte) e nele provavelmente teria continuado a estudar, se não fosse a feliz oportunidade de ingressar no Ginásio Vocacional (Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha, Brooklin - São Paulo). A experiência dos Ginásios Vocacionais foi um marco na educação de São Paulo e, do meu ponto de vista, enquanto diretamente beneficiada como aluna, um marco pessoal. A escola tornou-se para nós, seus alunos, o centro de nossas vidas, o lugar em torno do qual tudo girava e dentro do qual tínhamos toda a sorte de experiências: as mais vivazes, as mais amplas e abrangentes. Pelo desenho do ensino vocacional, éramos integralmente estimulados a vivências partilhadas e socializadas e, já no início dos anos 60, a construir cada parcela do conhecimento muito antes de se falar em Construtivismo. Particularmente o estímulo às artes, onde se conjugavam conhecimentos teóricos e práticos, dizia-me respeito. Mas, para além desse aspecto que cada um de nós reconhecia como sua escolha individual e, por isso, diferenciada, corria, sólida, a nossa formação crítica, de caráter político, que, se passava despercebida em todo o seu potencial para nossas tão jovens consciências, em absoluto foi ignorada pelos donos do poder que, na década seguinte, desfigurariam o sistema vocacional até seu total desaparecimento. Em cada um dos que participaram daquela pequena utopia posta em realidade, resta a memória que se faz História: existiram os mestres Maria Nilde Mascelani, Joel Martins, Olga Bechara, Lucila Bechara, Fernanda Milani, Itajaí Martins e outros tantos.Entre eles, a professora de Português: Auri Daubian Ferreira. Na biblioteca de classe, ou melhor, na sala-ambiente de Português (no Ginásio Vocacional, havia salas-ambiente por disciplinas - numa antecipação conceitual de décadas), a professora deixou-nos escolher o título que desejávamos ler. Dentre as obras que não havia lido, escolhi o meu indefectível José de Alencar e, malfadadamente, dele escolhi as longas Minas de Prata. Passei o meu décimo-primeiro ano de vida tentando cumprir o compromisso sem dar conta dele. Minha querida mestra de Português não viveu o bastante para saber que, de todos os prazeres que a vida me reservou, o maior seria o da leitura.

Depoimento no.16
Ex aluna T62 16 de setembro 2004 (colhido site da t62 e autorizaçao)
Uma Educação Sentimental: visita ao ginásio

Luiz, Antonio Carlos, Gilberto
Para quem não se lembra de mim, dou a dica: sou mais conhecida como a irmã da Sonia Capella, ( a artilheira, aquela dos gols fantásticos, de Handball), a Maria Lúcia.- Isso que dá ter gente famosa na família, não é Gilberto?. Eu era líder ( por sociograma, lembra?) da única equipe totalmente feminina do Vocacional ( um grande equívoco que a Glorinha tentou mostrar pra gente, mas que relutamos e mantivemos durante quatro anos.....a gente conheceu e entendeu Neruda muito depois, Gilberto) A equipe: eu, Maria Cecília, Maria Alice, Sandra, Djamira, Nancy....também tivemos um tempo de Glória, com a presença da Glória Omori. Lembro do Antonio Carlos perfeitamente

Aliás, me identificava com a sua (aparente) timidez e com o seu jeito de bom menino.( era mesmo?) O mesmo para o Luiz Américo ( apesar de ter certeza que você "descolou" fotos da Poliana, o que não o torna tão "bonzinho" assim.... ) Apesar de ter me relacionado muito pouco com vocês na escola, ( vide declaração acima), achei incrível como vocês lembraram de fatos, descrevendo-os exatamente como os tenho guardado na minha memória. Acho que a experiência foi tão forte, numa época tão importante das nossas vidas, que deixou marcas indeléveis em cada um de nós. Da viagem ao Rio de Janeiro lembro-me não só da comida do Calabouço, que me fez sentir saudades do refeitório do GV, como também de vocês, meninos, na janela da "Pousada" vendo "encantados" as prostitutas na calçada, quando uma professora perguntou o que estavam vendo e alguém respondeu "Cachorro de raça, professora". ( Acho que foi o Novaes) E foi um riso só. Jamais esqueci essa frase, e a utilizo sempre que desejo colocar um "non sense" como resposta a perguntas que não quero responder.

Também lembro da dona Dalka, a professora de português que a guia da nossa turma no Rio, que para ter certeza que o ônibus que íamos pegar passava na Lapa, foi a primeira a subir para perguntar ao motorista, quando ônibus zarpou levando-a e nos deixando no ponto. Inesquecível a cena: "Meus, alunos, me deixem descer, meus alunos..", gritava a Dalka com uma das pernas para fora do ônibus que só foi parar na outra esquina, para o nosso cruel deleite. O incidente virou fato no relatório da viagem ( lembram que fazíamos relatório?) e foi encenado pelo jogral das wowousis ( como nós no auto denominávamos) , justamente na aula .....de português... ( muito cruel, não acham?) Do professor Edson, lembro que o chamávamos de "Professor Moléculas", porque sempre que falava delas, levantava as duas mãos e mexia todos os dedos desordenadamente, levando-nos a abafar o riso. ( é claro que o imitávamos pelas costas) Das aulas de educação física, ainda as associo a colchonetes verdes e dedos das mãos inchados, enfaixados com esparadrapo e palito de sorvete Kibon...Das festas juninas, não esqueço um cenário maravilhoso, cenográfico mesmo, de São Paulo antigo, pintado nas aulas de Artes Plásticas ( com enorme ajuda dos professores de Artes Plásticas). Foram tantas emoções e graças a Deus estamos podendo revivê-las através de relatos como esses. Foi, realmente uma escola da vida, como o AC chamou.Tenho orgulho de ter compartilhado tudo isso com essa turma que acredita na educação como ferramenta de transformação. Aliás., Gilberto, obrigada pelo Neruda ...lindo demais. Um grande beijo a todos Maria Lucia
( Maria Lucia Capella Botana - turma de 62)

Saint-Exupéry: Cada um que passa em nossa vida, passa só, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só,
nem nos deixa só. Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si. Há os que levaram muito, mas, não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidadede nossa vida e a prova de que duas almas não se encontram por acaso...(Antoine Saint-Exupéry)


Depoimento no. 17
Ex aluno t62 (site da turma 62) 15 setembro 2004
VISITA AO VOCACIONAL, 40 ANOS DEPOIS

Vou contar prá voces, sábado retrasado estivemos no ginásio e vi:-a sala de ciências, onde Prof. Edison ficou vermelho por conta das cobaias que pintamos com hidrocor.
Reyner foi você?-a casa modelo, o almoço para os professores, com compras no Pão de Açucar. Na casa da Gloria recebi um pito da D. Nilza, pois ela ficou sabendo que não aprendi a cozinhar, alguém tinha que contar este segredo.-a cantina, cooperativa dos alunos, prof. Domingos, banho de realidade logo cedo.
Tive a oportunidade de lhe agradecer, não importa que 40 anos depois.-a sala da Glorinha, quis entrar para jurar prá ela e para a D. Maria, mais uma vez, que não era eu quem tirava as fotos da caderneta da Ana Maria, não iam acreditar, mas não pude a porta foi "emparedada". Devia te-las tirado pelo menos ficava quites. Ou as tirei ? A dúvida do tempo me perdoaria-a sala de Inglês, Mis Greiner elegância clássica.-a sala de Português, eu prestava uma 'atenção' na Aury mas na aula nem tanto, uma explicação pessoal acabava de confundir tudo, ruptura terrível.-a sala de projeção de audio-visuais. Os mais expertinhos, pegavam na mão . O meu Deus, era muito respeito ou pouca imaginação, talvez esteja desinformado. Quem puder me conte, sem nomes por favor, não vamos complicar.-a quadra, dancei as melhores danças, as quadrilhas, com as mais lindas meninas, que satisfação ser convidado a dançar com os sonhos. E o Nelsinho jogando hand-ball gols fantásticos, não esqueço. Marcio voce era o goleiro? Ai veio o Prof. Helio volley cortadas, altura, velocidade, demais. E o Waltinho, não acertava uma cesta, quanto mais errava mais ria, impossível
Vi muitas coisa mais, mas vou me poupar um pouco da emoção Mas eu não vi:- a quadra de cima, onde dei minhas primeiras raquetadas e tomei gosto pelo tênis . Agora o Celso era imbativel nas corridas. Quando a gente(menino) não se "comportava" bem a Ephigenia dava o castigo -fazer ginástica com as meninas-. Realmente ela não sabia das coisas.-a escada, depois do almoço, papinhos cabeça ou papos cabecinhas, tramas e planos.-nossos murais, latex neles que merda, merecia um restaurador daqueles de igreja que descobre os tesouros sob as mãos de tinta barata Luiiz Feitosa T62

Depoimento no18
ex aluno t62 texto recolhido no site t62 7 de outubro 2004
O Velho Vocacional: mudamos nós ou mudaram as circunstâncias?

Mensagem do Antonio Carlos Gonçalves, de 7 de outubro de 2004:
Gente,
Estive ontem na escola junto com a Gloria, a Mazé, para verificar os reparos necessários nas instalações do refeitório e confesso que fiquei meio chapado. Olhei a escola... aqueles corredores. as salas de aulas.. , e me vieram lembranças, boas lembranças bons momentos que passamos e que vivemos.
As lembranças começam com aqueles corredores de cerâmica vermelha, sempre bem encerado, ( hoje trocado por um piso cinza), das escadas de granilite com corrimão que fazíamos de escorregador, do local da cooperativa, hoje um vestiário juntamente com a parede onde pintamos aquele mural . Na minha imaginação eu ainda enxergo o mesmo naquele lugar.

Andei pelo pátio externo observando os alunos tendo aula de Ed. fisica e enxerguei a nós mesmos. A sala do Frank e Ephigenia permanece igual. A quadra, eu imaginava maior, bem como a arquibancada e também a cobertura da mesma onde o Prof Frank nos "ajudava "carinhosamente " a atravessar.

Lembranças da ginástica de solo, dos colchões verdes, do ping-pong , das apresentações de quadrilha, de danças, da montagem cenográfica que fizemos de Santo Amaro. Gente foi muito gostoso lembrar disso tudo, ali.

Dá tristeza ver as salas , na maioria re-divididas, perderam personalidade, o charme, olhei para a parede onde estavam os armários de aço , como querendo vê-los naquele local, só lembranças da posição, da cor.

Me vi correndo pelos corredores como gostava de fazer, até atropelar, na curva em frente a sala de Praticas comerciais, uma professora, que não me lembro quem foi. Me vi afundando o piso do corredor, quando o mesmo estufava, fazendo trabalhos de madeira em artes industriais, fazendo a vitrola, como eu gostava e até hoje curto eletrônica. Me vi em Artes Plasticas, pintando, trabalhando com linóleo (lembram-se) para fazer gravuras, preparando a "tempera" para fazer pintura, as aulas de pintura , os "a fresco" ( não sei se se escreve assim ) preparando tinta com clara de ovo, a terebentina, etc quantas lembranças, gente, boas lembranças. Eu dou graças a Deus por ter podido freqüentar uma escola que realmente nos preparava para a família, para a comunidade e para o mundo.
Observei , porém os atuais alunos, com tristeza. Pessoal , eles não tem nada a ver com o nosso passado, é muito esquisito, é um comportamento muito diferente. Porque essa geração é tão diferente da nossa?
Só sei uma coisa, com certeza, estou resgatando um passado que foi maravilhoso e que me ajudou a formar a pessoa que sou hoje.

Um grande abraço a todos
Toninho
Paulo Roberto de Almeida

Depoimento no. 20
Ex Aluno recebido em 15 de setembro 2008
Título: RELATO DE UM TEMPO QUE FOI MAS NÃO PASSOU


Vou ver este filme. Está tudo bem focado. É só procurar lá dentro da mente. Ginásio Vocacional Osvaldo Aranha. Com certeza a melhor época da minha vida estudantil. Estava eu no inicio da adolescência. Da nossa casa na Rua Michigan até a Av. Portugal, o trajeto era feito de bicicleta. Uma poderosa e resistente bicicleta. Íamos três pessoas. Meu primo Armando nos pedais. Meu outro primo Toni atrás, sobre o bagageiro. E eu sentado sobre o guidão. Não havia a menor preocupação com o perigo, o inusitado, o diferente, o sem cabimento...Ao chegar no portão de entrada eu era o primeiro a saltar. Sempre a procura de algum amigo que já devia estar aguardando no pátio a hora de entrar para as aulas. O uniforme era composto de calça de brim cinza escuro, camisa branca de mangas curtas, agasalho cinza aberto no meio, com zíper e com o emblema GV na cor vermelha, no peito, do lado esquerdo. As meias, creio, eram na cor branca para acomodar os insubstituíveis tênis.
Tínhamos armários individuais instalados ao longo dos corredores que eram próprios para guardar nossos objetos - pastas, uniforme de ginástica, avental para as aulas de artes plásticas e artes industriais, além de uma enorme quantidade de coisas que não tinham nenhum proveito imediato. O pátio coberto estava sempre lotado. Ali era o local dos encontros entre amigos, misturando-se com os funcionários e alguns professores que iriam começar a jornada. Nas aulas a minha equipe era formada por uma três ou quatro pessoas. Lembro-me da fisionomia delas, porém, continuo péssimo em memorizar nomes. Com certeza lá estava o Eduardo Marafanti (cabelos lisos sobre a testa) e o Antonio Grisi (exímio instrumentista de violão). Decidimos batizá-la com o nome mais charmoso e importante da época: "Equipe Alvorada" Havia até o desenho num papel cartolina simbolizando o Palácio com seus arcos em forma de "U" (querendo fazer referência ao Palácio do Governo, em Brasília, que estava costumeiramente estampado nos jornais e revistas, fazendo já a sua fama).
Das meninas, posso lembrar de muitas fisionomias e poucos nomes. Silvana Cappanari e Maria Regina Vieira da Mota. Tínhamos anotado no caderno os dias com as respectivas aulas e horários. Posso recordar de algumas; português, matemática, estudos sociais, artes plásticas, artes industriais, economia doméstica, práticas comerciais, ciências, educação sexual, educação física, inglês, educação musical, teatro e orientação pedagógica. Na matéria de estudos sociais, me recordo que os alunos do primeiro ano estavam envolvidos com o estudo da Comunidade (bairro e cidade). Lembro numa aula de artes plásticas estar sentado sobre a guia da calçada da Av. Portugal, em frente ao prédio do Vocacional, com uma prancheta, lápis e algumas folhas de papel em branco, para fazer o desenho do prédio e das casas ao lado. Tudo em perspectiva! No segundo ano, o estudo era sobre o Estado de São Paulo. Fomos viajar para a cidade de Barretos, de trem. Conhecemos, entre outras tantas coisas, o Vocacional que também se instalou naquela cidade. No terceiro ano, o estudo se voltava para o Brasil. Tivemos a oportunidade de viajar para Minas Gerais. Imagine, conhecemos o interior da Gruta Maquiné, seguidos por guias que iluminavam o caminho com lanternas... Nesta viagem fomos, como sempre, acompanhados por cultos e dedicados professores que a todo instante enriqueciam nossos momentos com ensinamentos acerca da vegetação, do relevo, da formação rochosa, da população, das atividades comerciais e industriais e um cem número de informações que até os dias atuais nos servem de apoio. E tudo isso, faziam com o maior respeito, com o maior interesse e carinho, conseguindo alcançar os melhores resultados da sagrada missão de educar, de ensinar. Pessoas que se dedicaram verdadeiramente para o Magistério, feito com competência e amor. São pessoas inesquecíveis, especiais em nossas vidas.
No quarto ano, o estudo se voltava para o mundo. Que pena, agora as viagens foram interrompidas de vez. Não era por falta de interesse e sim por falta de condições financeiras para um empreendimento de tamanho vulto. As aulas de artes industriais eram aguardadas com muita ansiedade. Um salão enorme abarrotado de máquinas dos mais diversos tipos, bancadas, ferramentas, esquadros, madeiras, e tudo sob a supervisão de professores por demais conhecedores do ofício. Era tudo de bom...E tudo funcionava com a maior perfeição. Na aula de ciências, por vezes tínhamos que dissecar algum bicho. Ora o sapo era a bola da vez, ora o rato branco era posto na mesa de alvenaria revestida de azulejos da mesma cor para ser objeto de estudos. Já na aula de práticas comerciais, estou me vendo diante de uma máquina de escrever Remington, treinando a digitação, sem olhar para o teclado - "a,s,d,f,g espaço. a,s,d,f,g espaço, a s d f g espaço." Quem poderia esquecer uma passagem dessa!
Na aula de economia doméstica me recordo mais do ambiente, do local, porque tínhamos também que aprender a acomodar os móveis, a decorar a sala, a dividir os espaços. Sei que havia um momento destinado ao estudo da etiqueta e aos afazeres na cozinha. Hoje sou um homem que adora sua casa e adora cozinhar. Será que isto é resultado também dessas experiências? Na aula de educação física, tínhamos ginástica de solo, basquete, handebol, corridas, salto em altura e assim por diante. O Professor era um craque no basquete. Não havia bola que fosse por ele arremessada e não caísse na cesta. Também treinava o dia todo, todos os dias!!! Lembro de ter feito um trabalho em equipe sobre as Olimpíadas, com uma capa que era o desenho símbolo daquela competição (arcos entrelaçados coloridos) Ficou um luxo. Tiramos a nota máxima. Na aula de música, estou enxergando o "diapasão" e os alunos cantando o Hino Nacional. Tenho orgulho de desde aquela época saber com segurança a letra do nosso Hino, um dos mais belos se comparado com os Hinos das outras nações. As matérias básicas como português, havia muita leitura de livros de autores famosos, gramática, redação e interpretação de texto. Matemática lembro pouco, pela minha falta de afinidade com a matéria. Sei que sou bom em percentuais, em razão da minha profissão...A nossa orientadora educacional era para nós - jovens adolescentes, o símbolo da mulher bonita e desejada. (Será que posso dizer isto?) Muitas vezes aprontávamos alguma encrenca apenas para ter um encontro forçado com ela...Coisas de crianças levadas! Ah, merece também registro o fato de o Vocacional proporcionar num amplo refeitório o almoço que era servido sobre pratos em bandeja. Fazíamos a fila para entrar e todos portavam um cartão para que fosse feita alguma anotação. Acho que era o dia da semana. Não lembro bem. Todavia, da comida ... essa eu lembro. Era farta, elaborada com capricho, uma delícia!!
No final do dia, após ter passado na escola o período da manhã e quase toda a tarde, retornávamos para as nossas casas, cansados, mas felizes.
Éramos felizes e sabíamos!!!
De vez em quando, muito de vez em quando, eu e meus amigos - Olha lá o Antonio Grisi Sandoval, saíamos antes do horário para ir até o Parque do Ibirapuera alugar um barquinho a motor para passear no lago. É, é este mesmo lago que hoje não se pode sequer chegar perto pela poluição de suas águas. Numa dessas "matadas de aulas" conseguimos fundir o motor do barco, ficando parados no meio do lago, pedindo socorro para sermos puxados até a margem. Foi o maior sufoco, além da vergonha. O dono do barco disse que iria cobrar o conserto. Imagine, logo pra quem (nós, duros de pedra, sem um tostão...)
Tenho saudades daqueles tempos em que a vida não era tão complicada. Bastava viver. Era muita alegria, entusiasmo, e um mundo todo para ser descoberto.
Sei que sou uma pessoa feliz. E tenho a certeza que a experiência colhida por todos os alunos que vivenciaram a Era Vocacional são pessoas também felizes, pois tiveram na sua formação as melhores referências de ensino já praticadas neste País. Penso que também por isso, somos responsáveis pelas mudanças necessárias em prol do bem comum. Vamos tentar unir nossas forças e nos concentrar num trabalho que possa, de alguma forma, manter a chama do Vocacional sempre acesa, viabilizando a continuidade dos exemplos que nos foram ofertados pelos nossos dedicados Professores. A eles toda a nossa imensa gratidão.
Ricardo Campos Jordão
Turma de 64.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Página dos Ex Alunos do Vocacional de São Caetano do Sul



Página dos ex alunos Ginasio Vocacional Vila Santa Maria -Sao Caetano do Sul
Ex Alunos do Vocacional de Sao Caetano Sul
Ex alunos vocacional SCSul
sou da época dos Professores Estamato, Mitisuko, Marciano, Milton, Magda etc.
Colegio Vocacional de Vila Santa Maria em São Caetano do Sul.
Angela Olmos
criado em:
2 de novembro de 2005 14:21
membros:
22/06/06
Paulo
VAMOS LEMBRAR DOS(AS) PROFESSORES(AS)
Agenir - matemáticaCélia - geografiaMagda - portuguesIrene - matemáticaMilton - Educação moral e Cívica e práticas comerciaisNeide - Educação DomésricaMarciano - Ed FísicaStamato - Ed Física ( depóis encontrei ele no Julio mesquita em S André)Neusa - InglêsSilvio - História (not)Clemente - Portugues (Not)KatiA- Portuguêsesqueci os nomes das prfs de Artes Plásticas, Francês,Ciências e históriaEducação Musical era Araci,eu acho,mas parece que houve mudança em 71
31/07/06
Silvio
Artes Industriais - Maria ZairTeatro - ASntonio Petrin
19/08/06
♥­ Van ♥
Paulo
Eu tive aula com o Clemente, Milton, Célia, Zé Nelson e Silvio(que aliás morava na mesma rua que eu, Ivaí).Tive aula de educação física com a Mitsuko, na mesma época que a Hortência.
07/09/06
Paulo
Prof silvio
eu melembro que ele morava NUMA travessa da conde antes do Rosalvito..ou não?
20/07/07
Ms.
Eu também estudei na mesma época da Hortênica, na mesma série... ela era uma moleca... todos nós já previamos que ela iria para a seleção brasileira e ia fazer uma carreira brilhante.
22/07/07
Ronald
Ciências
]Me lembro da Terezinha de Ciências.
18/08/07
Luiz Carlos
Lembro-me vagamente de alguns, mas o Milton Lopes Santa Barbara me marcou, pois reprovou-me em Práticas Comercias (alguém se lembra?) por 0,3, - incrível. Verifiquei em outros tópicos e tentei lembrar-me de voces, mas não me recordo bem. Ainda tive Ed.Física com o Marciano.
13/09/07
ßethy ♥
Nossa....
Há quanto tempo!!!! Mas, lembro-me perfeitamente dos professores: Nair(artes industriais), Mitsuko(educação física), Milton Lopes Santa Bárbara(pátricas comerciais), Marciano(educação física), Antonio Petrin - gênio!!(teatro), Irene (matemática), Arlinda (música), Fany (história), Estamato (educação física)...nossa tem muitos outros que marcaram minha vida...(aliás, a nossa, né?)
20/09/07
Paulo
COMO ERA O NOME DA PROF DE francês????
ELA ERA GENTE FINÍSSIMA, MAS UM DIA FICOU MUITO BRAVA E PERDEU O AR PARISIENSE..RS
16/12/07
Verginia
Ed. física- Professora Mitsuco( boa d+)
9 jan
Mário Sérgio
LEMBRO BEM
DO PROF. MILTOM ( A GENTE CHAMAVA ELE DE MILTÃO ) DIZENDO: CALMA...MUITA CALMA.
9 jan
Mário Sérgio
E DO CAPITÃO?
UM QUERIDO FACHINEIRO, QUE SEMPRE ANDAVA COM BLUSA DE COURO E UM BONÉ, ESTILO CAPITÃO, DAÍ O APELIDO. LEMBRAM DELE?

29 fev
Ricardo
Professores do Vocacional
Lembrei do nome da professora de Artes Plásticas : Professora Odete. Lembram ?

3 mar
ana rita
Lembro dos professores Katia, Agenir, Terezinha, Margarida, Antonieta, Celia, Fernanda, Glads, Onice, Carlos, Ana Tereza.

12 mai
Jah أنا سعيدة
Lembro de alguns...Marciano, Mitsuko, Milton, Odete, Irene, Célia...tinha duas prof japonesa uma de Ed Domestica e outra de Frances mas não lembro os nomes

27 mai
Jah أنا سعيدة
Professor Milton
Será q vcs lembram q o prof Milton ficava muito nervoso qd a ultima aula era a dele e a penultima Ed Fisica...ele odiava pq os meninos subiam p a classe.. suados, desarrumados e atrasados como sempre.

27 mai
Jah أنا سعيدة
Profª de Frances
Lembrei Paulo o nome dela era Kazuco. rsrsrsrs
Silvio
Faz tempo hem!!!
Também lembro do Pereira de contabilidade, Sonia de artes domésticas, Maria Zair da artes industriais e Antonio Petrin de teatro...Quanto tempo......E claro, a que mais odiei... Não vou citar o nome....

27/02/06
Anônimo
Faz tempo hem!!!
E como faz tempo!!!! tbm sou do tempo da Mtsuko, o japonesinha q pegava no pé, rsrs Hand; tinha q ser perfeito rsrs ô tempo bom.

01/05/06
♥Clau♥
como faz tempo......e q saudades....
Lembro muito bem da professora Mitisuko, minha técnica de basquete, eta japonesinha porreta...De vez em qdo encontro alguns ex-alunos, como por ex, a Sueli Nogueira, o Horácio, o Erminio, os Braidos. Outro dia conheci a sobrinha da Regina, q jogava basquete, muito por acaso, foi muito legal.Gostaria muito de reunir um bom numero de ex-alunos, e marcarmos um encontro, o q vcs acham?Um grande beijo,Claudete Prescinoto

03/05/06
Silvio
Como sai de S Caetano há anos...
Nunca mais vi ninguém da turma...Só dois amigões de 1972 (formatura 8ª)Lembro do Ermínio, Silvio Buso, Horácio, Braido, Henri, João Pascoal, Steiner, Wagner Madureira, Bié, Celso, Zelito, enfim....
Diretora Arlete Dantola
Página criada por Angela Olmos

Turma do GV de Barretos - Orkut

Página dos ex alunos do Ginásio Vocacional de Barretos

Barretos – Ginásio Vocacional Estadual “Embaixador Macedo Soares
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=47434258


S er aluno do Ginásio Vocacional de Barretos, uma das seis unidades experimentais do Estado de São Paulo foi motivo de grande alegria para muitos jovens. Transitar pelos corredores, salas de aula, pátio, participar dos chamados "Estudos do Meio" foi a maior glória!


Quem não tem saudade do querido GV?


Dos professores: Expedito, Possato, Daniel Bampa, Suesen, Alberto, Margarida, Guerina, Zaira, Gediel, Sueli, Vorlei, Zaquie, Regina Césari e outros mais?E das aulas de Práticas Agrícolas, Práticas Comerciais, Teatro, Artes Plásticas, Artes Industriais, Educação Doméstica e daquelas outras consideradas "chatas", mas, marcantes em nossas vidas?



O nosso querido GV, símbolo da resistência contra a tirania da Ditadura Militar, moldador de cidadãos conscientes e prestantes hoje está completamente abandonado.Se você foi aluno do GV-Barretos nas décadas de 60 e 70, forme uma corrente para que o prédio que abrigou nossa amada escola seja preservado.VIVA O GV BARRETOS!

Pagina criada por Elisete G. Tesdeco