domingo, 6 de julho de 2008

O que é a Gvive? www.gvive.org.br

O que é a Gvive? www.gvive.org.br
A Gvive é uma associação que congrega todos os que participaram da experiência dos ginasios vocacionais desde alunos, funcionarios, professores, pais de alunos e amigos. Vamos saber um pouco dessa história. Os ginasios vocacionais surgiram em 1962 e foram extintos pelo governo militar em 1969. Os professores foram se dispersando e dispersados. O Clima politico piorou apos o AI 5. Os alunos ainda jovens nao tinham força para qualquer reação. O tempo passa e cada jovem corre atras de seu sonho. Alguns ainda mais persistentes fazem questão de manter o contato com a maioria. Aqui e ali acontecem alguns encontros. De tempos em tempos turmas se reunem aqui e ali, mas ainda sem uma motivação maior que pudesse levar adiante e realizar o sonho de Maria Nilde (na verdade seu testamento) vejam abaixo: "Depois de 15 anos da extinção dos Colégios Vocacionais eles ressurgem na memória de muitos educadores, na busca de explicações entre pesquisadores e na ânsia de informações entre estudantes secundaristas e universitários." Aparentemente morta, está na vida de todos quantos por ela passaram, bem ou mal sucedidos. Para alguns a marca profunda da descoberta de uma nova educação." " Se nos dias atuais assistimos o ressurgimento das idéias e dos ideais contidos na experiência dos Colégios Vocacionais da rede pública do Estado de São Paulo, de outro assistimos com tristeza o espetáculo camaleônico de transformação de figuras medíocres e autoritárias em “autoridades constituídas” das repartições públicas da educação neste mesmo Estado." "Estamos agora no tempo de ressuscitar aqueles capítulos da história da educação. Há uma efervescência entre professores e estudantes na busca do novo ou do necessário. É sempre surpreendente para auditórios estudantis ou de magistério descobrir ou saber de algo mais a respeito desta controvertida experiência. Sente-se um desejar ter vivido aqueles momentos; sente-se também a vontade de construir algo semelhante. Muitos têm nos procurado para debates mais aprofundados sobre a questão educacional hoje e dentre eles alguns estão assumindo a árdua tarefa de ajudar a resgatar esta memória. Há os que pretendem elaborar teses de pós-graduação universitária a partir de questões suscitadas pela experiência dos Colégios Vocacionais da rede publica". "Fica porém para todos nós a grande responsabilidade de registro e divulgação da experiência na sua totalidade. Mesmo com as imensas dificuldades por não se ter materiais documentais, pois a maioria deles foi retirada dos ginásios na violenta invasão que sofreram no dia 12 de dezembro de 1969 por parte da Polícia e do Exército. Não contentes começaram a levar o que encontraram nas devassas que faziam em muitas de nossas casas". "Mas o que os policiais e os militares talvez não saibam é que a verdadeira História não morre. Ela está dentro de cada um que a viveu e será publicada um dia, para que os jovens das novas gerações saibam o que já se fez, saibam que neste País alguns educadores já deram muito de suas vidas por um Brasil livre. E alguns ainda vivos cantam em coro a defesa de seus ideais, o canto da libertação educacional – “Sete vidas eu tivesse, sete vidas eu daria...”(aqui nasceu a ideia do video da turma de 63). "Esta rede de ensino, conforme se comprova por documentos anexos foi extinta pelas forças militares em meados de 1969. Seus dirigentes, professores e vários alunos foram presos, processados, aposentados pelo Ato Institucional n° 5 e outros atos arbitrários. As escolas foram invadidas em 12 de dezembro de 1969 pelo Exército e pela Polícia Militar. Nesta invasão muitos materiais foram danificados e outra parte levada para os porões do Quartel do II° Exército. Nessa ocasião, alunos, professores e pais trataram de esconder tudo o que possuíam e de esconder aquilo que pôde ser salvo das escolas.Durante 16 anos estes materiais estão dispersos com uns e outros. Uma parte significativa pôde ser resgatada e está em poder da profa. Maria Nilde Mascellani, ex-coordenadora geral da experiência Educacional Vocacional, mais precisamente, em seu escritório de Assessoria Educacional". "Como Coordenadora do escritório RENOV, como ex-Coordenadora do Serviço do Ensino Vocacional, passados os anos da mais dura repressão fiz o que me foi possível para resguardar os materiais referentes àquela experiência." "Entretanto há dificuldades que uma pessoa sozinha não pode superar, sejam as dificuldades de localização e busca dos materiais sejam as de gastos materiais para manutenção e pagamento de uma ou duas pessoas que possam se incumbir de sua catalogação, fichamento, etc." "Penso que não somente eu mas outros interessados desejaremos publicar vários títulos. Não se trata de minha parte de um interesse puramente acadêmico mas de cumprir o dever de por a público tudo o que caracterizou a experiência, de passar a legítima versão da história já que os organismos de segurança se esmeraram em denegri-la e as “ortodoxias” fiéis à repressão produziram teses com a exclusiva finalidade de caracterizar toda e pedagogia ali desenvolvida ora como tecnicismo pedagógico ora como mais uma tentativa do escolanovismo". "Julgo que este Projeto deveria ter uma dimensão mobilizadora do debate educacional no Brasil dos dias atuais. Não penso numa biblioteca estática mas num local onde a elaboração histórica seria objeto de cursos, seminários e debates." "As tentativas feitas junto ao poder público – Secretaria da Educação, da Cultura – foram infrutíferas. O Estado sempre alega não dispor de verbas para qualquer tipo de trabalho que não se enquadre em suas rotinas. Correríamos também o risco de perda dos materiais em qualquer alteração de Governo ou de Regime Político que viesse a ocorrer. A solução pelo lado das Igrejas – Católica ou Evangélica – segue também uma cansativa burocracia e já percebi que tal Projeto não se casa com as prioridades alegadas por elas." "Penso pois numa modesta Sociedade que possa resguardar todo o acervo, possibilitar a consulta e incentivar o debate educacional visando a formação de novas consciências entre os educadores. É nesses termos que proponho a Sociedade Memorial Vocacional". Maria Nilde Mascellani. ("Estes são fragmentos deixados por ela em tres momentos diferentes. Como disse o PO em um email: "Ela profestizou a GVIVE" - (criada em 2005 ).- Com a existência do Patio, colegas puderam se encontrar, matar a saudades e ali deixar seus recados eacabou dando o norte de onde andavam todos . Muitos encontros acabaram acontecendo e isso acabou motivando colegas jornalistas levarem noticias para a midia vejam as mensgens deixadas no patio na epoca: "Para quem não viu, a Folha Sinapse publicou em 23/julho/2002 um artigo sobre o Vocacional: "O velho vocacional ensina de novo aprender.http://www1.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u20.shl Aprendi a conviver com as diversidades. "http://www1.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u28.shl "Onde a experiência ainda vive "http://www1.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u30.shl Houve um comentário depois em 27/agosto:"Vocacional: por que os bons tempos não voltam? "http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u67.shl obs: mensagem deixada no Patio: por Paulo de Tarso: 09 de Dezembro de 2002 - 18:54:50 Na mesma epoca aconteceu a 58ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DO SERVIÇO DE ENSINO VOCACIONAL.(vide mensagem com o mesmo titulo) Varias ações foram se juntando mesmo que desordenadas, mas que foram fundamentais para chegar onde chegamos. "Desde março de 2005, ex-alunos do GEVOA têm se encontrado no primeiro sábado de cada mês no Bar Memorial, no Campo Belo. A iniciativa, que partiu de representantes da turma de 69, foi recebendo adesões de outras turmas mês a mês. Três meses depois, desta vez no dia 11, o Memorial foi testemunha de um encontro marcante com representantes das turmas de 62 até 77 e vários professores, que se reuniram para um animado almoço que se estendeu até tarde da noite. Foram quase 250 pessoas."site da gvive http://www.gvive.org.br / No dia 6 de agosto de 2005, em mais uma reunião de confraternização dos ex-alunos do GEVOA, e agora com a presença de ex-alunos de outras unidades, foi fundada a GVive.(idem) Em setembro de 2005, uma diretoria provisória, foi eleita por aclamação ( Shigueo Watanabe- T65, foi aclamado presidente), assumiu a associação com a tarefa de tratar da documentação e legalização da GVive e fazer com que ela desse os primeiros passos para atingir as metas que estão em seus estatutos. (idem) No dia 6 de abril de 2006 a GVive, depois de cumprir com todas as exigências legais, recebeu o seu registro no CNPJ. (idem) Somado a enorme lista que PRSimon acumulou por anos, uma equipe batalhadora do cadastro da gvive logo alcançou a marca de 1200 colegas em cadastro. Desde 2005 vem acontecendo a festa de final, que se repetiu em 2006 no La Gloria e 2007 no O.Aranha sempre com publico superior acima de 500 colegas e professores. Já em 2006, elegemos, no dia 3 de junho, pelo voto direto dos associados, a primeira diretoria para cumprir o mandato pelo período de 1º de julho de 2006 a 30 de junho de 2008. A votação foi superior a 100 votos. E Paulo Angelo Martins Jr, o PO, foi eleito como o novo presidente. E a historia continua...pois há muito ainda a fazer.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Várias Teses sobre os Ginásios Vocacionais

Literatura sobre a Experiência Vocacional (editados):


-Orientação Educacional - 1971 - Maria da Gloria Pimentel e Áurea Sigrist - Orientação Educacional -1971
Coleção Fundamentos e Prática do Ensino Vocacional.
Livraria Pioneira Editora

-Os Ginasios Vocacionais... 2001 - Angela Rabello Maciel de Barros Tamberlini Os Ginásios Vocacionais- A Dimensão politica de um projeto pedagogico transformador - Fapesp - Angela Tamberlini. Editora Annablume R. Padre de Carvalho, 275 - 05427-100 - Pinheiros Sao Paulo SP fone 11 -3031 9727

-Revolucionou e Acabou? - 2002 Ary Meirelles Jacobucci
REVOLUCIONOU E ACABOU?
BREVE ETNOGRAFIA DO GINÁSIO ESTADUAL VOCACIONAL DE AMERICANA”
Ary Meirelles Jacobucci
Editora: COMPACTA, 2002
Rua Sebastião Adão Jr, 331 – São Carlos – SP. Fone/fax: (16) 3368-2172

- Martinho o velho e o tempo novo - 2002- Jc Caio Magri
MARTINHO, VELHO E O TEMPO NOVO”
José Carlos Caio Magri
Editora: VIA SETTE EDITORIAL
O autor fez uma generosa doação de livros à GVive, que está
comercializando através do e-mail gvive@uol.com.br.

-Ensino Vocacional uma Pedagogia Atual -2005 - Esmeria Rovai
ENSINO VOCACIONAL UMA PEDAGOGIA ATUAL
Esmeria Roval (organizadora) / Angela Rab. Maciel de Barros Tamberlini/
Nobuko Kawashista/ Moacyr da Silva /Newton Cezar Balzan/ Aureliano
Biancharelli/Paulo Ricardo Simon /Esmeria Roval
Os Autores fazem aqui um recorte de um importante Capitulo da Educação Publica
Cortez Editora Rua Bartira 317 Perdizes - São Paulo SP

-O professor em construção 1994 -Maria da Gloria Pimentel
Tese sob a supervisão de Neston Balzan
Editora Papirus -

Teses de metrados e doutorado em forma apostilada


1)-Tese de Mestrado em Psicologia/ USP - 1978 - Olga Thereza Bechara
"Estudo Comparativo Auto-Conceito Adolescentes" 1978
DIFERENTES EXPERIÊNCIAS EM ATIVIDADES DE GRUPO EM SITUAÇÃO
ESCOLAR” * A GVive tem um volume da tese, doado pela autora, que está à
disposição para consulta. Entrar em contato com gvive@uol.com.br

2)Tese“ A concepção de natureza nos estudos do meio realizados nos
ginásios estaduais vocacionais do estado de São Paulo, de 1961 a 1968”.
Sandra Júlia Gonçalves Albergaria

3)Tese“As cinzas e a brasa: ginásios vocacionais - Um estudo sobre o
processo de ensino-aprendizagem na experiência pedagógica do Ginásio
Estadual Vocacional Oswaldo Aranha - 1966/1969”. Esméria Rovai

4)-Tese “Comunitarismo e educação: implicações e limites”.
-Ângela Rabello Maciel de Barros Tamberlini

5)Assunto = Ginasio Vocacional; nivel = Mestrado "Escola de Tempo Integral" ADRIANA MARIA SERSUN CALEFI. Escola de tempo integral: Reflexões sobre algumas esperiências - 01/10/2003

6) MARIA AMELIA MARCONDES CUPERTINO. DILEMAS DA ESCOLA RENOVADA -
01/03/1990

7)Mestrado
Denis Barros de Carvalho. A cidade e a alma reinventada:
modernização urbana e a consolidação acadêmica e profissional da
Psicologia na cidade de Natal - Rio Grande do Norte - 01/02/2001

8) Mestrado Daniel Chiozini - Ginasio Vocacional - A (Des) Construção da Historia de uma experiencia transformadora -2003 - Unicamp

9) Marques, Sandra Machado Lunardi:
Contribuicao ao estudo dos ginasios vocacionais do Estado de SP
ginasio vocacional Chanceler Raul Fernandes de Rio Claro
Sao Paulo s.n 1985 407 31 cm

10) Tese - Democratização do Ensino - Vicissitudes na idéia no ensino p.eml
Jose Mario Pires Azanha

11) Dissertacao Daniela Gomes Albuquerque[1].pdf
Ginasio Estadual Vocacional Candido Portinari
Historia, sujeitos e praticas. 2007

12) Daniela Gomes_Maurilane.pdf
Ginasios vocacionais do Estado de Sao Paulo:Um lugar de memoria?
Ginasio Estadual Vocacional Candido Portinari - 1999

13) Eduardo Jose de Almeida Amos
Tese-Proposta de formação e apropriaçoes: Um estdo com ex alunos do
ginasio Vocacional de rio Claro. 2006


Textos encontrados no Cedic-PUC (já digitalizados-pdf):

*Códigos dos alunos cedido por Ana Maria Santiago t62
*Considerações s/ Experiência dos Ginásios Vocacionais do Est de S.P.
*ENSINO VOCACIONAL (Livreto p/divulgação)Renovação da escola
secundaria.
*Regimento interno dos GVs
*Programação Experimental em Educação .


Eventos Públicos
1ª Exposição sobre Educação nos Diarios Associados 1968
Assembleia Estadual - Tema 40 anos do SEV dez/2002
Primeiro Seminário de Educação da Gvive - 2007


Artigos de Revistas sobre os Ginasios Vocacionais
Revista Realidade -A Escola do futuro ja Existe - Fev 1967
Revista Visão - Vocacional: Renovação ou Suberversão - Jan 1970
Revista ISTOÉ - Dez anos sem uma escola inovadora - Dez 1979
Revista Nova Educação - Um legado de inovação maio 2006.

Livros Sobre o Vocacional e Conteúdos






Fundamentos e Pratica da Educação Renovada-Documentos do SEV

Documentos do SEV


Coleção : Fundamentos e Prática da Educação Renovada

A mais objetiva colaboração do encaminhamento do problema da Educação no Brasil: fruto do trabalho da equipe de educadores que desenvolveram a experiência do Ensino Vocacional no Estado de São Paulo, expondo uma linha de reflexão quem visa fundamentar a ação educativa.
Cada volume analisa importante aspecto da Educação como processo de integração do individuo na sociedade. (Con tra capa do livro)

Volume I - Orientação Educacional - Maria da Gloria Pimentel/ Áurea Sigrist - 1971

Próximos Lançamentos:
Volume no l l A.Inds Angelo Schoenaker * Confirmado ** Localizado
Volume II l Estudos Sociais Newton Balzan confirmado p/ Daniel
Volume IV Português Cecília de Lara nao confirmado
Volume V Matemática Lucila Bechara Sanches nao confirmado
Volume VI Ciências Joaquim Rocha nao confirmado
Volume VII Educação Musical Hélia Caffé Siqueira confirmado Fac. Educ USP
Volume VIII Artes Plásticas Evandro Castro Jardim/ Ana Maria Nogueira nao
volume IX Praticas Agrícolas ?
Volume X Praticas Comerciais ?
Volume XI Educação Domestica Nilza C. Bittencourt sim localizados
Volume XII Educação Física Nelson Sanches nao
Volume XIII Teatro nao
Volume XIV Recurso Áudio Visual nao
Volume XV Orientação Pedagógica Olga T. Bechara nao
Volume XVI Fundamentos Filosóficos Maria Nilde Mascellani ?

Obs: esses livros estavam sendo preparados para lançamento...Só um foi lançado..
So o volume I foi lançado
Volume I - Orientação Educacional - Maria da Gloria Pimentel /
Áurea Sigrist - 1971

Volume XXI: Extratos de uma experiência educacional –Maria Nilde Mascellani – SEV 1967

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Código dos alunos feitos por eles mesmos

NOSSO CÓDIGO
Códigos dos alunos do GEVOA Ginasio Vocacional Oswaldo Aranha

INTRODUÇÃO
No ano de 1962, o Ginásio Vocacional começou a funcionar.
A atitude dos alunos não era satisfatória para o bom andamento dos trabalhos da Escola porque prejudicava um aproveitamento adequado.
Seria necessário que se pensasse em algo que auxiliasse a socialização dos alunos.
Foi então que surgiu a idéia de um código.
Um verdadeiro trabalho de base foi realizado para a elaboração daquele: foi feita uma elaboração individual, posteriormente discutida em equipe e, depois discutida e aprovada em classe.
Depois de todas as classes terem apresentado suas conclusões, os representantes da classe fundiram num só código.
O efeito foi animador.
Porém com a entrada de 120 alunos novos no Ginásio(1963), foi necessária uma reformulação do mesmo código, pois as vivências desses alunos eram diferentes dos das 2ª séries.(turma de 1962)
Houve a reformulação ao mesmo tempo que as 1ª séries elaboravam suas leis.
Os representantes de classe das 2ª séries fundiram os dois códigos num só em função do bem comum.

ENTRADA E SAÍDA: APRESENTAÇÃO DO ALUNO

DEVEMOS:

1- Ser pontuais;
2- Evitar aglomeração nos portões da escola.
3- Sair da escola, no término das aulas, pelo portão que estiver aberto.
4- Conservar, perfeitamente limpas, as entradas da escola, evitando correr, brigar, empurrar, etc.
5- Respeitar e atender as solicitações do guarda de trânsito.
6- Respeitar as pessoas que estão no ponto de ônibus, cobradores, colegas, etc.


NÃO DEVEMOS:

1- Tomar as seguintes atitudes no ponto de ônibus: desordem, algazarras, etc.
2- Fazer brincadeiras de mau gosto.
3- Cometer imprudências.
4- Perturbar a ordem dentro do ônibus.
5- Ficar nos arredores da escola depois do término das aulas.
SALA DE AULA: AMBIENTE DE TRABALHO

DEVEMOS:
1- Observar a pontualidade no início de cada aula.
2- Entrar na sala de aula como pessoas civilizadas, evitando correrias, empurrões, gritaria, aglomerações, etc.
3- Manter, durante toda aula, atitudes de seriedade, colaboração, interesse e participação.
4- Acomodar-nos para esperar o início dos trabalhos.
5- Colaborar na organização da equipe, no desenrolar dos trabalhos, evitando a nossa distração e a dos colegas.
6- Levantar a mão para obter a palavra.
7- Tratar exclusivamente de assuntos que interessam diretamente à área em que estamos tendo aula.
8- Respeitar os trabalhos e as idéias alheias.
9- Consultar livros, professores, estudar em conjunto e em voz baixa, não falando junto com colegas e professores.
10- Respeitar o nosso material, o dos colegas e o da escola, procurando conservar os móveis e objetos.
11- Levar para a aula o material que interessa à mesma.
12- Esperar que o professor dê por terminada a aula para sairmos.
13- Manter a classe limpa e em ordem.
14- Obedecer às determinações das oficinas.
15- No trabalho individual ou nos de avaliação, não devemos contar com o auxílio dos colegas.
16- Só podemos nos ausentar da aula com permissão do professor.

SALA DE ATIVIDADE RELIGIOSA
1- Entrar na sala em silêncio e com respeito.
2- Todas as atividades religiosas desenvolvidas devem ser feitas com a maior seriedade e com muito respeito.
3- Zelar pela decoração da sala.
4- Conservar modos e postura adequados ao ambiente.

CASA MODÊLO
1- Conservar, na sala, um ambiente familiar.
2- Observar tudo quanto foi estabelecido a respeito da sala de aula.

SALA DE ESTUDOS
1- Levar o material necessário ao estudo, para não interromper as aulas, perturbando os colegas e professores. Há tolerância de dez minutos.
2- Aproveitar o tempo para estudo sem nos ocuparmos com leitura de revistas ou outras atividades que não estejam ligadas ao mesmo.

CORREDORES E ESCADAS LUGAR DE TRÂNSITO
DEVEMOS
1. Andar normalmente no corredor à direita, evitando aglomerações e conversas inúteis.
2. Passar nas portas de sala de aula sem chamar a atenção dos alunos.
3. Tomar cuidado os ladrilhos soltos.
4. Andar sem empurrar, sem abraçar os colegas e não passar o pé....
5. Conservar os corredores e escadas perfeitamente limpos, (sem) coisas no chão. Procurar não passar a mão nas paredes.
6. Subir a escada degrau em degrau conservando-se à direita.
7. Não devemos descer pelo corrimão e jogar objetos pelo mesmo.
8. Devemos comer o lanche no pátio e na hora adequada.

INTERVALOS
1. Devemos usar o intervalo para:
a. Mudar de classe.
b. Ir aos reservados e beber água.

BEBEDOURO
1.Devemos beber água rapidamente, evitando brincadeiras para darmos oportunidade aos outros colegas.
2.Devemos usar os bebedouros exclusivamente para seus devidos fins.

REFEITÓRIO: AMBIENTE DE CALMA E ALEGRIA PARA UMA BOA REFEIÇÃO

DEVEMOS
1.Organizar em fila, seguindo a ordem numérica das equipes, para pegarmos os pratos na entrada do refeitório.
2. Tomar, nessa fila, atitudes que evitem brincadeiras de mau gosto, interrupções na mesma, aglomerações desnecessárias. Não devemos guardar lugar na fila.
3. Devemos pegar a bandeja no lugar adequado, não escolhê-las, zelar pela sua conservação.
4. Colocar na bandeja os talheres necessários, o prato de comida, o pão e a sobremesa que nos cabe.
5. Andar normalmente para evitar acidentes com a bandeja, móveis e utensílios.
6. Devemos sentar, de preferência , meninos com meninas, observando bons modos, postura e conversação agradáveis e adequadas.
7. Agradecer à Deus o alimento que nos dá.
8. Esperar que todos da mesa terminem a refeição para nos retirarmos.Evitar, por isso de sentarmos à mesa onde a refeição já está adiantada.
9. Terminada a refeição, deixar o refeitório em perfeita ordem, observando limpeza das mesas, cadeiras ou bandejas e chão.
10. Colocar utensílios usados (pratos, talheres e copos) nos lugares adequados.
11. Conversar no refeitório ou na fila em tom de voz moderado, evitar barulhos irritantes com talheres, pratos, móveis.

PÁTIO E RECREAÇÃO: AMBIENTE DE DESCANSO

1. Devemos: Conservar o pátio sempre limpo, jogando papéis usados no recipiente adequado.
2. Não podemos andar no galpão, só em volta da quadra.
3. Recrear juntos: meninos e meninas.
4. Requisitar o material de recreação e entregar à equipe encarregada.
5. Evitar que as atividades de recreação não exijam esforço físico violento, pois devemos estar em condições de assistir às outras aulas.
6. Respeitar as brincadeiras dos grupos de alunos, pedindo licença para participar da mesma.
7. Evitar de subir nos arcos do galpão, a não ser em atividades de Educação Física, com a presença do professor.
8. Ter espírito esportivo.
9. Obedecer imediatamente o sinal de término da recreação.

EM RELAÇÃO AOS COLEGAS

DEVEMOS
1. Respeitá-los para obtermos respeito.
2. Procurar ajudá-los na hora de dificuldades.
3. Ter espírito de coleguismo: lealdade, seriedade, delicadeza e amizade.

NÃO DEVEMOS
1. Ofendê-los com casos pessoais.
2. Fazer brincadeiras de mau gosto.

ONDE QUER QUE ESTEJAMOS, DEVEMOS:
1. Conservar a higiene própria.
2. Falar com voz moderada.
3. Andar normalmente.
4. Observar boa postura e boas maneiras.

DISPOSIÇÕES GERAIS – CONTRIBUIÇÃO DA 2ª SÉRIE
1. Respeitar o regulamento interno, estabelecido em algumas áreas. Por exemplo Educação Física, Artes Industriais.
2. Sugerir aos colegas que não estejam observando as determinações do código, que obedeçam às leis por nós formuladas, para o bom andamento dos trabalhos na Escola.
3. Fica estabelecido que a 1ª Série eleja representantes de classe para as atividades que se organizem na escola.
4. Fica estabelecido, também, que a 2ª Série tem o direito de eleger representantes de classe, por um semestre, para governar a escola, no que diz respeito aos alunos, junto à direção e corpo docente.
5. Os alunos de 1ª e 2ª Séries podem organizar –se em grupos de responsabilidade, para auxiliar na administração da escola, junto aos professores. Por exemplo: equipes de refeitório, de recreação.
6. Este código pode ser ampliado e completado, desde que haja necessidade da formulação de novas leis de interesse geral, aprovadas por todos os alunos.

VESTIÁRIO: LUGAR PARA TROCAR A ROUPA
1. Devemos usar o vestiário a fim de nos aprontarmos para a aula de Educação Física.
2. Trocar de roupa rapidamente, sem gritar, sem brincadeiras e conversas impróprias.
3. Observar a higiene e ordem dos vestiários, usando os cabides para seus devidos fins.
4. Evitar a indiscrição e nos vestirmos em frente a porta.
5. Sujar ou estragar roupas de outros colegas.
6. Fazer guerra de “shorts”, tênis, etc.
7. Evitar de deixar materiais estranhos no vestiário.

ATITUDES GERAIS EM RELAÇÃO AOS PROFESSÔRES, ORIENTADORES E FUNCIONÁRIOS:
DEVEMOS
1. Ouvi-los.
2. Tratá-los com a maior delicadeza.
3. Seguir a sua orientação.
4. Obedece-los.

EM RELAÇÃO AOS VISITANTES
DEVEMOS
1. Ser corteses e atenciosos.
2. Responder às perguntas que nos façam ou explicações que nos peçam sem interromper nosso trabalho, quando não houver solicitação para isso.


(Transcrito e encaminhado por Ana Maria Costa Pereira de Rezende( Poliana )
em 24 de outubro de 2004)
fonte-http://www.pralmeida.org/00PRAfiles/03GinVocOswAranha/00GinVocacional.html

Considerações sobre experiência dos G.Vs.

Considerações sobre experiência dos Ginásios Vocacionais do Estado de S.Paulo

S.E.V.

Texto desenvolvido por de pais de alunos

Textos Vocacionais


Histórico

A Idéia do nosso trabalho sobre a experiência educacional no Ginásio Vocacional surgiu na 1ª. palestra do curso de Instrumentação para o Ensino de Física, quando nas discussões foi abordado o problema do ensino profissionalizante. Notamos que a experiência do Ginásio Vocacional talvez se constituísse numa alternativa humanística para este tipo de ensino, embora não tivéssemos certeza desse fato. Pensamos então em pesquisar e analisar o que foi esta experiência e dependendo dos resultados continuaríamos o projeto com objetivo de sugerir uma linda de trabalho que seria uma contraposição às propostas de ensino existentes hoje, no Brasil.

Inicialmente enfocaríamos a experiência no ensino das ciências. Depois verificamos que no tocante à Física a experiência foi menos intensa, não tendo sido concluída ,pois o colégio passou a integrar a rede de estabelecimento de ensino oficial, mudando sua orientação filosófico–pedagógica (os motivos que levaram a esta mudança não será tratados em nosso trabalho. Sendo assim restringimos nosso trabalho ao levantamento de informações, analise e divulgação da experiência do Ginásio Vocacional na área de Ciências.

Para obtenção de dados realizamos contatos com educadores que vivenciaram a experiência e nesse processo nos foi informado sobre a dificuldade de acesso aa documentação.
Para exemplificar, eis uma das questões que tentamos responder: sabendo-se que todas as atividades dos alunos do G.V. tinham na área de Estudos Sociais a sua linha-mestra, como era planejado e executado o curriculum de Ciências? Existia um programa mínimo, independente dos estudos feitos sobre os problemas levantados nas varias atividades que os alunos realizava? Na tentativa de respondê-las concluímos que as questões eram incorretas do ponto de vista conceitual. A nossa concepção do curriculum, o conjunto de matérias que devem ser ministradas por uma escola durante o ano letivo, não passava de uma distorção do significado amplo da palavra, como veremos adiante.

Nesse momento, nossa proposta teve que ser novamente reformulada, e passamos então, a atentar compreender o conteúdo da proposta filosófico –pedagógica a do Serviço de Ensino Vocacional – (SEV), agora com alguma bibliografia.

O E N S I N O V O C A C I O N A L

Para compreendermos o ensino vocacional, e em particular as considerações que aqui faremos sobre esta experiência no setor educacional, é necessário termos primeiramente alguma idéia a respeito da proposição filosófico–pedagógica desse método de ensino.
“A proposição filosófico –pedagógica do SEV procura responder às necessidades de uma determinada realidade considerando o homem como vivendo em um determinado contexto social, condicionado pela cultura e situando-se dentro do desse contexto com possibilidades de criticá-lo e transcender seus próprios condicionamentos.

Nossa posição de educação parte ,pois do homem concreto, situado num determinado contexto e é uma busca de uma forma original de educação, que situe o homem brasileiro no processo histórico de desenvolvimento”.(?)

É dentro dessa visão que todo o método usado no SEV e desenvolvido, tendo em vista os seguintes “objetivos educacionais”: mostrar ao aluno que cada homem pode ser um cientista e mostrar que tudo aquilo que aparece realizado pelo homem, num primeiro momento foi descoberta cientifica( a Aplicação da Ciência leva à tecnologia )
Surgem daí conseqüências determinantes para todo o planejamento e concretização deste método. A primeira delas é sobre o processo de seleção de uma unidade de ensino vocacional (ginásios vocacional) numa dada comunidade. Trataremos deste ponto agora.

O Processo de Seleção de uma unidade de ensino vocacional numa dada Comunidade.

Após alguns anos da experiência ter sido iniciada verificou-se a necessidade de se fazer um estudo sócio–econômico da comunidade onde o ginásio vocacional estava localizado, para, a partir deste estudo, determinar um método de seleção de candidatos, já que os métodos utilizando-se unicamente provas de escolaridade, favoreciam os candidatos provenientes das classes mais privilegiadas.

O objetivo principal desse estudo era, delimitada uma certa área ( Brooklin, por exemplo), estudar todas as principais características sócio – econômico dessa comunidade e, traçada uma curva sócio– econômico, tentar uma aproximação, o mais preciso possível entre essa curva e a dos alunos matriculados no ginásio vocacional.

Para se obter essa seleção eram usados os seguintes instrumentos:

1. Formulário (curso diurno) para coleta de dados de identificação, dados sobre o nível sócio– econômico da família e a escolaridade do aluno.

2. Entrevista ( curso noturno ) para:
2.a. - Caracterização do candidato quanto ao nível sócio–econômico, à faixa etária, ao local de residência e a situação do emprego, itens aos quais foram atribuídos pontos que, somados aos obtidos nas provas de escolaridades, serviram para a classificação final do candidato; a inclusão desse critério já foi pensada em termo de atenuar possíveis diferenças de escolaridades entre candidatos de níveis sócio– econômico diversos.
2.b. Caracterização do candidato quanto a aspectos mais pessoais ( Saúde, relacionamento com familiares e com grupos de idade, lazer, etc) para fins de orientação educacional e planejamento curricular.

3. Provas de escolaridade de Português, Matemática e Estudos Sociais, elaboradas em níveis diferentes (quantitativa e qualitativas) para os candidatos aos cursos diurnos e noturnos, com a finalidade de avaliar, o mais objetivamente possível, aprendizagem de conceitos e de conteúdos ao nível de

4º. ano primário. Essas provas de escolaridade forneceram subsídios necessários
mas não exclusivos para a classificação final do candidato.”(2)
A tabela abaixo mostra os resultados obtidos nos processos de seleção tradicional e o novo processo propostos.

Nível Sócio Econômico
Seleção Processo
Tradicional
Processo Reestruturado
Comunidade Escolar
I
45,0 %
18,4 %
13,9 %

II
48,3 %
56,6 %
51,6 %

III
6,7 %
25,0 %
34,5 %

Um outro ponto fundamental decorrente da posição filosófico-pedagógica – do SEV é a integração da escola com a comunidade à qual pertence. Nesse sentido, quando alguma unidade era implantada em uma cidade, - era feita uma analise da comunidade em questão, utilizando dados estatísticos de diversas fontes(IBGE, Prefeitura, Sindicato, etc) tentando-se caracterizar então esta comunidade para que se pudesse elaborar uma pesquisa, que seria feita entre as famílias de alunos dos quartos e quintos anos primários.

Esta pesquisa, que não é exatamente um estudo da comunidade, “visava dar ao conjunto de educadores uma visão global da realidade na qual o processo educacional iria se desenvolver”.(1) Este estudo ia sendo complementado por estudo mais aprofundados, feitos com a clientela escolar dos primeiros anos do cursos do primeiros ciclo dos ginásios que estavam sendo instalados.
Após dois anos da instalação do ginásio, era iniciada uma pesquisa entre as famílias dos alunos da escola, que eram denominadas “receptividade de curriculum. Esta pesquisa dava então condições para se avaliar até que ponto as famílias se sentiam participantes do processo da educação, qual a imagem que a escola estava dando à comunidade.

Os dados coletados davam condições para se fazer uma avaliação do Curriculum posto em execução, e se necessário, condições para se determinar uma revisão do mesmo,“dando ao planejamento do Curriculum uma dinâmica própria intimamente relacionada com as possibilidades da comunidade e das possibilidades de seu desenvolvimento”.

Entende-se como Currículum o conjunto de experiências, de atividades, de pesquisas propostas pela escola, visando o atendimento dos objetivos e incluindo-se meios de sua avaliação.
Se voltarmos à proposição filosófico –pedagógica vemos aqui que o Currículum tem que ser algo dinâmico que possibilite ao educando vivencias um processo da educação que se renove a cada momento atendendo a todas as necessidades decorrentes de uma realidade cultural na qual o educando esta se inserindo.

Para que esse Currículum correspondesse às necessidades de uma determinada dada comunidade,este era definido levando-se em conta as características Psico – Pedagógicas e Sociais (através dos métodos expostos anteriormente) alem de uma avaliação do resíduo de aprendizagem no caso dos alunos ingressantes nas primeiras seres do ginásio vocacional.

As características Psico – Pedagógicas compreendem a maneira como os educando da comunidade em questão Percebem, Aprendem, Compreendem, Discriminam, Generalizam e Abstraem. E, para a caracterização social da clientela são levados em conta seus Valores, Padrões, Expectativas, Aspirações, Estilo de Vida, Imagem de Sociedade, Imagem de Educação, Relacionamento Professor-Aluno, Família e Participação.

“Dada, porem, a dinâmica do próprio Currículum não se pode admitir a previsão de problemas a longo prazo. Isto o tornaria estático e criaria sérios impedimentos para que a realidade cultural, sempre renovada, se inserisse como conteúdo do processo educativo. O que importa, pois, estabelecer, são as linhas mestras através das quais os problemas serão colocados, elas devem revelar uma grande identidade com os objetivos. Desta análise, surgiu nossa definição de “Core-Currículum”.” (3)

O “Core-Currículum” era determinado em cada unidade de ensino vocacional, atendendo às necessidades da comunidade na qual estava inserido. Não era uma elaboração estática pois deveria estar pronto a levar em consideração os novos dados da realidade em constante movimento.
O “Core-Currículum” é, pois, uma idéia ou um grande conceito que sintetiza a linha essencial dos objetivos na apreensão desta cultura, que dinamiza todos os recursos do processo educativo e que significa a seqüência de problemas, dando-lhes a desejada unidade.”

“A filosofia traduzida pelo “Core-Currículum” deverá estar presente em todos os momentos da ação educativa. É preciso, também, que ela vá se tornando cada vez mais consciente para os educandos. Desde as primeiras experiências, é necessário colocar o educando com condições de se situar. A consciência de participar de um processo com objetivos definidos e reconhecíveis, leva o jovem a um estágio superior de consciência. Ele não é manipulado pela educação, passa a elaborar o processo.” (4)

Surge agora uma questão: como é planejado todo o trabalho educacional – para que este dê ao educando condições de realmente participar do processo e chegar a atingir os objetivos e propostas estabelecidas no Currículum e “Core Currículum”?
Para esclarecer a questão citaremos um trecho do trabalho apresentado na XX Reunião Anual da SBPC.

“O Currículum organizado integradamente, em função de uma idéia diretriz do processo educativo, o “Core Currículum”, é desenvolvido no Ginásio Vocacional através das Unidades Pedagógicas que consistem em questões e problemas em torno dos quais se organiza toda a experiência educacional do aluno, num determinado período de tempo. Para que se possa atingir o grande conceito definido pelo “Core Currículum” os problemas propostos para serem submetidos à análise dos alunos devem ser de real interesse, de grande atualidade e devem ter entre si, uma íntima relação, de modo que cada um deles seja, de certa forma, suscitado pelo anterior e se abra numa verdadeira linha evolutiva da estimulação do pensamento e da aprendizagem, contendo já cada uma delas, a idéia do “Core Currículum” e sendo a ultima a síntese das anteriores”

A problemática apresentada para os alunos era determinada por todo o corpo docente orientado pelos professores de Estudos Sociais e cada professor colocava as questões através da sua disciplina, sendo pois, que Estudos Sociais ocupava a posição de área núcleo.
A unidade pedagógica inclui então todas as atividades do aluno no processo educativo algumas delas são os estudo de grupo, estudo do meio, seminários, projetos, sessões de atualidades, etc.
Para que o processo fosse desencadeado o professor colocava uma questão, um problema, para a classe que o discutia e tirava dele um serie de questões e propostas que posteriormente iriam constituir a “Plataforma de Trabalho do bimestre para uma determinada classe.

Num primeiro momento os alunos faziam um arrolamento de questões e propostas. Estas eram então discutidas e trabalhadas pelo grupo e professores de todas as disciplinas que, junto com os orientadores, direcionam todo o trabalho dos alunos no sentido de se entender aos objetivos e tarefas colocado no Currículum e “Core Currículum”.
Definida a plataforma, por parte dos alunos, cabia ao grupo de professores então planejar todas as atividades que o aluno necessitaria para cumprir o que planejou dentro do estabelecido. È o momento então de planejar a Unidade Pedagógica considerando objetivos a atingir, conceitos a serem elaborados; seleção dos conteúdos das diferentes áreas; técnicas de trabalho; instituições didática- pedagógicas que possibilitam as mais diferentes vivencias; formas de avaliação em processo de execução.

No Final de cada Unidade Pedagógica era feita uma síntese do trabalho da classe, que podia se apresentado de diversas formas: assembléias (com elementos de várias classes); sínteses gráficas, sob a supervisão da especialista em Recursos Áudio- Visuais ou ambas.
Mostramos agora um exemplo que tenta aclarar parte do processo desencadeado numa Unidade Pedagógica.

Relatório de Orientação Pedagógica

“Tomando por base uma projeção de slides, feita pelo professor de Ciências, na qual foram focalizados não aspectos do Ginásio Vocacional sobre vários ângulos, mas também aspectos da cidade de Americana, incluindo-se outras escolas, os alunos passaram a discutir sobre aquilo que haviam observado na escola onde estudam, com o prédios ainda por terminar e com equipamento improvisado, ao lado das demais, já praticamente concluídas; os alunos de sua escola, em numero de 81 alunos apenas, contrastando com as demais. Outras duas escolas semelhantes à sua - no Estado, apenas...

A partir destas constatações, passaram s solicitar aos professores informações sobre fatos que perceberam desconhecer e para os quais desejavam respostas - quais as diferenças entre o Ginásio Vocacional e as demais escolas? Porque apenas mais dois Ginásios Vocacionais no Estado de São Paulo? Nossa escola poderá desenvolver suas atividades da mesma maneira que as demais?

Algumas dessas questões foram esclarecidas pelos professores e outras não. Travou-se um dialogo e as perguntas forma grupadas pelos próprios alunos em categorias. Os professores estimularam uma síntese de tudo que foram discutindo. Conclui-se que as questões propostas faziam parte de um conjunto mais amplo. O que é o Ginásio Vocacional? Como contribui para equipá-lo? É apenas um exemplo para a primeira Unidade Pedagógica da primeira serie; vários outros poderiam ser dados numa linha evolutiva de 1ª a 4ª serie.

Conclusão

O estudo do material que conseguimos ate agora, nos leva a acreditar – que um trabalho especifico sobre o ensino de Ciências no Ginásio Vocacional seria artificial, na medida em que, como tentamos expor, o método já utilizado integrava efetivamente todas as áreas. No entanto, uma analise dessa integração, - do ponto de vista do ensino de Ciências, é um trabalho valido e possível de ser realizado, desde que se leve em conta a experiência como um todo.


Referencias

(1) Do artigo da revista Ciência e Cultura, vol. 22, no 2, 1970; A Pesquisa da Comunidade como um dos elementos de Planejamento de Currículo no SEV.
(2) Mesma revista, artigos 1 realidades sócio- econômica como fundamentação do processo de seleção nos Ginásios Vocacionais do Estado de São Paulo.
(3) Do artigo da revista Ciência e Cultura, vol 20, no. 2, 1968 – “Simpósio sobre Ensino Vocacional”
(4) Idem.



Trabalho realizado por:
Cláudio Justino La Macchia
Eduardo Adolfo Terrazzan
Jose Domingos T. Vasconcelos
Luis Gabriel de Fiori
Vinicius Ítalo Signorelli (João Singorelli 1968)


-------------------------------


Fonte Cedic Puc - GT Memória GVive 2006

Digitalização do original:Imma/Luigy 2007

O velho vocacional ensina de novo a aprender - Sinapse Folha de S.Paulo

O velho vocacional ensina de novo a aprender - Sinapse Folha de S.Paulo
Conceitos (Retalhos da reportagem) 23/07/2002 - 02h57
AURELIANO BIANCARELLI GVRC da Folha de S.Paulo

Mais uma vítima do regime militar, o ensino vocacional -um dos mais ousados conceitos pedagógicos implantados no Brasil- está de novo nas salas de aula. Criados em 1962, os ginásios vocacionais deixaram de existir no início da fase mais violenta do regime, em dezembro de 1969, um ano após o AI-5, quando pensar por conta própria e questionar valores vigentes viraram sinônimo de subversão.

Agora, 40 anos depois, as idéias do Vocacional retornam em uma série de iniciativas de ex-alunos, ex-professores e pesquisadores que, inconformados com o fim prematuro da experiência, tratam de revivê-la. Há pelo menos uma dúzia de teses, já escritas ou em andamento, relatando essa "aventura pedagógica". Um grupo planeja ressuscitar o colégio em Paulínia (interior de São Paulo). E, em várias escolas particulares, é possível sentir traços da herança do Vocacional.

A história é típica do período em que o programa se desenvolveu. De um lado, o ideal libertário; de outro, a repressão. O curso, que deveria se estender por toda a rede pública de São Paulo, nunca passou de seis unidades espalhadas pelo Estado.

No final do ano letivo de 1969, os personagens foram obrigados a se dispersar. Professores foram presos nas salas, e os alunos, mandados para casa. Documentos tomados nessas ocupações nunca mais foram achados.

Destruída a memória, educadores se apegam hoje a depoimentos, lembranças e ao pouco que restou dos cursos para mapear os ensinamentos do Vocacional e resgatar seus valores.

É preciso, desde já, desfazer uma confusão sobre o Vocacional. Induzido ao erro pelo nome, muito leigo tende a achar que 'vocacional" tem a ver com "vocação", no sentido mais estrito do termo, que remete para a idéia prática de encaminhamento do aluno para uma opção profissional. Nada poderia ser mais distante do sentido dessa pedagogia.

Uma das ferramentas que distinguia o Vocacional era a integração das disciplinas em torno de um problema ou de uma plataforma central. Se hoje isso soa comum para quem está a par da pedagogia contemporânea, na época era revolucionário.

Eram escolhidos temas bimestrais: uma terceira série ginasial da unidade de Rio Claro estudou, por exemplo, se a "diversidade regional é compatível com o Brasil unido". O objetivo era discutir democracia, diferenças, reconhecer o esforço para manter a união, além de desenvolver a capacidade de observação analítica/crítica.

Foram desenvolvidos trabalhos sobre o ciclo do ouro em Minas Gerais, sobre o arcadismo, as obras de Portinari, o folclore presente na música brasileira, o banco nacional, e até na educação física foram estudadas as confederações e federações esportivas.

O conceito mais associado ao Vocacional talvez seja o de "aprender a aprender". O estudante conduzia suas pesquisas, valendo-se sobretudo das bibliotecas não se usavam livros didáticos. A pesquisa começava dirigida pelo professor, que mais tarde se limitava a supervisioná-la. Depois, o trabalho era livre.

A maior contribuição pedagógica do Vocacional, porém, é o método do estudo do meio em que vive o estudante. Num universo que se amplia em círculos concêntricos, os alunos começam estudando a própria comunidade. O país e o mundo vêm depois, permitindo a descoberta gradual da realidade.

O estudo do meio é o elo que mantém as disciplinas ligadas à realidade exterior e ao mundo acadêmico. "Os militares achavam subversivo, porque os alunos aprendiam a realidade como ela é, não aquela que eles mostravam como ideal", afirma Cecília Vasconcellos de Lacerda Guaraná, orientadora e diretora de três ginásios vocacionais.

Os estudos do meio não cabiam num gabarito único pela simples razão de que o meio varia a cada região, a cada bairro. Em Americana, os alunos do primeiro ano estudaram a industrialização rápida da cidade. Já os de Batatais concentraram-se nos problemas de um município agrícola. Quanto aos de São Paulo, no Brooklin, analisaram as múltiplas faces de um bairro de classe média metropolitano.

No segundo ano, o objeto de estudo foi o Estado. No terceiro, o país. Grupos de estudantes viajaram para o Rio, num percurso que incluía a pesquisa do Vale do Paraíba e a siderúrgica de Volta Redonda. Outros foram para as cidades históricas de Minas.

O cenário do quarto ano era o mundo, ou as fronteiras mais próximas dos vizinhos sul-americanos. De todos os colégios, só uma turma chegou a ir até a Bolívia. Os projetos de contato com outros países foram impedidos ou dificultados pelos militares.

Em sua tese, Silva recupera outro diferencial daquele sistema de ensino, a formação continuada do professor na própria escola. "O governo hoje tem gasto muito dinheiro no treinamento de professores, afastando-os da realidade em que vivem e daquela em que vão atuar", critica.

A primeira turma de professores do Vocacional fez estágio no colégio de Socorro, interior de São Paulo, uma das escolas experimentais de maior sucesso na época. "Quando fui obrigado a sair do Vocacional e fui para a USP do período militar, percebi que estava regredindo do século 21 para a Idade Média", conta Newton Cesar Balzan, que fez parte da turma pioneira em Socorro.

"Mesmo nos EUA, onde uma iniciativa monitorada pela Universidade Harvard manteve escolas experimentais em sete Estados, nada foi feito que se compare ao Vocacional", afirma Balzan, que hoje é professor na PUC-Campinas.

Balzan destaca outro diferencial desse projeto, que acabou causando atritos com autoridades e políticos: a "socialização das vagas". Em 1961, antes do início da primeira turma, pesquisas foram feitas em Americana, Batatais e na região do Brooklin, onde ficava a unidade de São Paulo. "Quando começamos as aulas, sabíamos quantas horas dormiam, o que comiam e o que liam as crianças dessas comunidades.

"A seleção, que incluía entrevista com os alunos e os pais, reproduzia na classe a mesma composição socioeconômica da comunidade. Se um terço dos moradores da cidade eram operários, um terço dos alunos seriam filhos de operários.

Com o sucesso do Vocacional, a unidade do Brooklin chegou a ter 2.000 candidatos para 120 vagas. No exame geral, os candidatos das classes A e B, que representavam 19% nos bairros do entorno, ocupariam mais de 30% da faixa de aprovados, mas a proporção do bairro foi mantida. "A socialização não agradou aos políticos e houve confusão", lembra Balzan.

Entre os ex-alunos, o fascínio pelo Vocacional também persiste. "Foi um processo mais importante para mim que o da universidade. Minha visão de mundo e da realidade social foi construída ali", diz a pró-reitora da PUC- Campinas Carmen Lavras, que fez parte da única turma que completou o colegial do Vocacional, em 1970.

"O Vocacional é sempre visto pelo seu compromisso com o social, o comunitário, mas foram as artes que me educaram para a sensibilidade. Pelas mãos dos professores, nós participamos do teatro de Arena, do Oficina, das bienais, do Masp, estivemos no Estadão, na Folha", lembra Carmen, que é médica sanitarista.

"A proposta era projetar a criança para o mundo", diz Áurea Sigrist de Toledo Piza, que foi orientadora pedagógica e diretora do Vocacional até 1969.

Áurea e o marido passaram os últimos seis anos reunindo fundos para a construção de um "novo vocacional". No próximo dia 31 de agosto, ela e três outros ex-professores do Vocacional inauguram o Instituto Lumen Verbi de Educação e Cultura, em Paulínia, na região de Campinas.

A escola funciona provisoriamente desde o início do ano formando o que ela chama de "base" para o Vocacional. "Os alunos que saem hoje das quatro primeiras séries, que correspondiam ao primário, têm um nível muito inferior ao dos alunos dos anos 60. Eles precisam de uma base", diz.

Para manter os estudantes em período integral, com um currículo que inclui línguas, música, dança e até capoeira, a escola está cobrando cerca de R$ 400, na média.. "A idéia é que pais que podem mais cubram a diferença dos que podem menos", diz Áurea.

Também um "órfão" do Vocacional, o ex-aluno Ary Meirelles Jacobucci escreveu uma "breve etnografia" do ginásio de Americana. O livro faz, no título, uma pergunta que ficou sem resposta para todos que viveram aquela experiência: "Revolucionou e acabou?". Se foi tão bom, por que foi tão esquecido? E seria possível acrescentar outra ainda: "O Vocacional faria sentido hoje em dia?"

A pedagoga Ângela Rabello Maciel de Barros Tamberlini, que escreveu uma tese sobre os Vocacionais, acha que um projeto desse tipo seria importantíssimo na rede pública. "Na atual conjuntura de violência extrema, pesquisas mostram que as escolas em que há interação com a comunidade são as mais preservadas. E os Vocacionais tinham esse objetivo.

"Ela afirma que o projeto tinha uma interação forte com a história da época e que "readaptações teriam de ser feitas". "Outra questão é a da desconstrução do público, do Estado, a exacerbação do individualismo. O ensino vocacional seria uma forma de resgatar esses valores", acredita.

Os defensores dos Vocacionais diziam que a ampliação deveria ocorrer, mas com qualidade. "Em relação ao que se gasta com a educação no Brasil, é um projeto caro. O ginásio vocacional de São Caetano já foi de meio período, de forma a baratear. Uma idéia era a de parcerias, envolver os pais e a comunidade, mutirões. Mas era outra época. Foi lindo porque as pessoas acreditavam nos seus ideais. Os professores trabalhavam em período integral e passavam o final de semana com a comunidade", conta Ângela.