domingo, 20 de julho de 2008

a vida de Maria Nilde

Release de Maria Nilde Mascellani

Lida na inauguração do Ciep em Americana que levou seu nome- 11 agosto 2007 . Prefeito. Eric

Principal figura ligada aos Ginásios Vocacionais, a professora e pedagoga Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo a 03 de abril de 1931. Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava.

Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade, sentia muitas dores e só suportava as crises a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas alternativas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve.
Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador.
Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro, e em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França), viriam a ser a semente do Sistema de Ensino Vocacional.

Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do S.E.V. (Serviço de Ensino Vocacional) e após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969.

"Maria Nilde, Olga Bechara, Lygia Forquin e o prof. Modesto(depois prof no Geva), fazem parte da equipe de instalação das Classes experimentais Obs: Sevres é reconhecido pela sua faculdade de Educação, grandes nomes da Educação Brasileira passaram por essa faculdade. Nos anos 60 existia um convenio entre a Secretária da Educação do estado e a Faculdade, havia bolsas e cerca de 10 educadores iam por ano fazer cursos . O vocacional tinha um acordo e em 69 iria enviar bolsistas, foi suspenso face a perseguição política. Os supervisores do Voca tinham sido selecionados. O prof.Ângelo estava entre eles". Cida Schoenacker

Maria Nilde sofreu muitas pressões como coordenadora do S.E.V. Em 1965, por exemplo, no governo Adhemar de Barros, o S.E.V. recebia inúmeros pedidos de contratação de professores e técnicos e de vagas para alunos que não tinham passado pelo processo de seleção. Diante da resistência em atender esses pedidos, o S.E.V. começou a receber ameaças de corte de verbas e de demissões de funcionários não comissionados. A primeira grande crise, conhecida dentro do S.E.V. como a “crise de 65”, aconteceu diante da negativa de matricular um candidato a aluno que era filho de um funcionário de confiança do secretário de Educação, e que não tinha passado no processo de seleção no Oswaldo Aranha. Esta atitude causou o afastamento de Maria Nilde da coordenação do S.E.V e da diretora administrativa do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha.

O último período de vida do Ensino Vocacional coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato lnstitucional n° 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.

Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane­jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos per­seguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho), foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 74, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês.

Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano, a sua própria tese de doutorado.

Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. A partir de 1972, esta colaboração se dá por intermédio do RENOV. Neste mesmo ano, implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital.

Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos, Era o projeto INTEGRAR. A principal idealizadora deste programa foi a professora Maria Nilde Mascellani (PUC-SP). Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social.Maria Nilde não se casou e nem teve filhos. Em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarto fulminante, morreu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro­blemas do ensino e coragem.

Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Inte­grar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem ter assumido uma forma assistencialista.



Em 1961, parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro, a convite do Secretário de Educação, participa da criação dos Ginásios Vocacionais. Olga Bechara vai trabalhar em Americana e Maria Nilde fica na equipe técnica de São Paulo coordenada pelo prof. Joel Martins. Com a saída do prof. Joel e Maria Nilde assume a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional. Início de 1970, acaba o Vocacional, Maria Nilde é enquadrada no ato institucional número 5 e aposentada, responde a inquéritos. Não sai do país.
Em 1970 constitui-se a Renov. Em 1974, Ma. Nilde e outras pessoas relacionadas a ela, são presas. Ma. Nilde é presa e torturada.De 1974 a 1986, dá aulas na PUC, é secretaria de Educação de Rio Claro, continua com atividades na Renov.Em torno de 1990, é solicitada pela CNM/CUT a desenvolver o projeto Integrar, de pedagogia voltada para trabalhadores.9 -Defende sua tese de doutorado baseada nesse trabalho, uns dez dias antes de morrer, em 1999 (1931-1999). ( Informações da Cida e Ângelo.)Faleceu em São Paulo em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarte.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Uma ideia a ser seguida:



http://www.criancasegura.org.br/crianca_patrocinadores.asp



Parceiros
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Parceiros Institucionais Empresas de patrocínio institucional. O investimento está voltado principalmente para a manutenção da organização e para a garantia das ações relacionadas a duas importantes linhas estratégicas: Comunicação e Políticas Públicas.Parceiros de Programas Empresas de patrocínio total ou parcial aos programas da organização: Ação Verão, CRIANÇA SEGURA na Escola,CRIANÇA SEGURA Pedestre e Formação de Mobilizadores. Saiba mais sobre essas ações.
ApoiadoresEmpresas que investem seu tempo e talento para o desenvolvimento das ações da CRIANÇA SEGURA através da doação de produtos ou serviços.

domingo, 13 de julho de 2008

GVIVE Eleições 2005/ 2006/ 2008

Carta 01/08 nova gestão

Eleição 2008 – Gvive Chapa:
Ação para a Educação 12 de julho 2008 - 55 votos

Cargos da Diretoria-4 e Conselho Fiscal 6.
Presidente: Luiz Carlos Marques-Luigyt63
Vice: Cida Schoenacker –SEV
Diretor Financeiro e Adm. T71 Rosemira Uehara
Diretor Social e Cultural - Sylvia Lohn T69

Conselho Fiscal
1 Armando Cezar Franco t 65
2 Waldery Mazza t 62
3 Armando Varroni Neto t 65

Suplentes
1 Zaira Abreu t69
2 Marco Otavio Barrufaldi t63
3 Eduardo Amos 63 GVRC –Gvive de Rio Claro

Secretaria da Diretoria :
Cibele Zveibil 67
Assessoria de Imprensa: Evelyn Kubota 72
Relações Publicas: Zaira de Abreu 69
Assessor de Relações Inter GVs: Prof Ângelo Shoenacker
GT Eventos - Ana Rosalina 69
GT Memoria Renata Delduque 68

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Carta 07/2006

Caro Associado.

A primeira diretoria da GVive escolhida pelo voto
direto tomou posse no começo de julho. A eleição
aconteceu no encontro de ex-alunos e amigos de junho.
Esta diretoria foi eleita com 93 votos de um total de 106 votantes.

Foram eleitos:

PAULO ÂNGELO MARTINS JR, turma/68 - Presidente
LUIZ CARLOS MARQUES -Luigy, turma/63 -Vice-Presidente
SHIGUEO WATANABE JR, turma/65 - Dir. Financeiro-Administrativo
ELIANA MARKUN, turma/68 - Dir.Social-Cultural

Para o Conselho Fiscal:
CIBELE ZVEIBIL, turma/68
LEONARDO MANZIONE, turma/68
LUIZ EDUARDO OSSE, turma/67
e
ARMANDO VARRONI NETO, turma/65 - Dir Jurídica
CARLOS MARTINS, turma/72
PAULO RICARDO SIMON, turma/66
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Outros departamentos:
GT Memória Diretora CIda Shoenaker SEVs
Diretora Assistente Renata Delduque 68
GT Cadastros Diretora Rosely Martinez 65
GT Eventos Diretora Ana Rosalina 69
Assessoria de Imprensa Evelyn Kubota 72
Assessor de Relações Inter GVs Paulo Ricardo Simon 66
Fábio .. - Diretor de Informática

GT Memoria
Cida - Diretora,
Renata - Diretora Assistente,
Banco de dados Luigy
Colaboradores Prf Ângelo Schoenacker, Carminha, Cibele, Gloria, Rosa, Baruffaldi, Luigy, Shigueo, Vicente

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Eleição da primeira diretoria da Gvive

Nesse dia (6 de agosto de 2005) uma diretoria provisória, eleita por aclamação, assumiu a associação com a tarefa de tratar da documentação e legalização da GVive e fazer com que ela desse os primeiros passos para

atingir as metas que estão em seus estatutos -
e) Presidente Shigueo Watanabe JR
Vice PAULO ÂNGELO MARTINS
Dir.Financeiro PAULO RICARDO SIMON
Diretora Social Zaira de Abreu

Criação da Gvive





No dia 6 de agosto de 2005, em mais uma reunião de confraternização dos ex-alunos do GEVOA, e agora com a presença de ex-alunos de outras unidades, foi fundada a GVive. Ela se expressa em seu site www.gvive.org através de notícias, dados e informações na comunicação contínua entre seus associados. Na ata de fundação da GVive constam 118 nomes de ex-alunos de todas as turmas. Estavam presentes além de professores, pais e colegas de Americana, Batatais e Rio Claro (Site)
Nosso web site. http://www.gvive.org/

terça-feira, 8 de julho de 2008

Revista Nova Educação Maio 2006 n 109

Revista Nova Educação Maio 2006 n 109

Legado de inovação (titulo)

Extinto após o endurecimento do regime militar, o Serviço de Ensino Vocacional foi referência de qualidade e pioneiro na implantação de práticas pedagógicas

Rubem Barros
O que teriam em comum, em meio às transformações em curso nos anos 60, jovens estudantes do bairro paulistano do Brooklin (que reunia imigrantes de diversas origens), da cidade de Americana (que girava em torno da indústria têxtil) e da agroindustrial Batatais, ambas no interior do Estado de São Paulo?
Muita coisa, se considerados aqueles que passaram pelos ginásios vocacionais.
Ao lado de alunos de Americana, Rio Claro, Barretos, Batatais, e São Caetano do Sul, outros pólos da experiência, eles foram beneficiados por um modelo que marcou época na escola pública e influenciou instituições do ensino privado nas décadas seguintes.
Criado em 1961, o Serviço de Ensino Vocacional (SEV) funcionou até 1969, quando o endurecimento do regime militar cessou seu funcionamento. Liderado pela professora Maria Nilde Mascellani, reuniu um grupo de educadores que buscava a renovação do ensino e a formação de professores, renegando o behaviorismo e apostando na valorização de uma formação abrangente, que contemplasse todas as áreas do saber.
Na mesma época, tomavam corpo também as escolas experimentais e os colégios de aplicação.
A memória dessa experiência, que no início dos anos 60 punha em prática idéias e métodos ainda hoje vistos como inovadores - o "aprender a aprender", as práticas interdisciplinares e o estudo do meio, entre outros -, tem sido objeto de análises acadêmicas e de ações por parte de ex-alunos.
No final de 2005, sob a organização de Esméria Rovai, professora que participou do SEV desde seu início e hoje integra o programa de pós-graduação do Instituto Paula Souza, foi lançado o livro Ensino Vocacional, Uma Pedagogia Atual (Cortez, 192 págs., R$ 30), que reúne artigos de estudiosos e relatos de participantes. A obra vem juntar-se a pelo menos cinco teses dedicadas ao Vocacional, uma delas da própria Esméria Rovai, publicadas entre 1996 e 2005.

No ano passado, ex-alunos da unidade do Brooklin - o Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha (GVOA), hoje Escola Estadual Oswaldo Aranha (de ensino médio) -- fundaram a Associação Gvive, que reúne (+) 600 pessoas cadastradas. Já articulada com as ex-unidades do interior, a entidade trabalha em três frentes: documentação e registro da história do Ensino Vocacional, apoio a ações de melhoria nas escolas em que seus participantes estudaram e realização de atividades educacionais complementares, em sintonia com educadores dessas escolas.
Em 2007, o tema ganhará um documentário para a TV, assinado pelo cineasta Toni Venturi, ex-aluno do GVOA.Com influências da Escola de Sèvres francesa e da Escola Compreensiva inglesa, o Serviço Vocacional surgiu num momento em que se repensavam o homem e seus processos de apreensão do saber. "A origem de sua filosofia está centrada num novo humanismo, que pensava o homem dentro de seu contexto cultural. Rompeu-se com várias tradições que havia na época. Uma delas foi o currículo único. O Vocacional dizia que o currículo tem de ser elaborado a partir do contexto sócio-histórico da escola e de seus alunos", explica Esméria Rovai.Para a professora, os pontos centrais do Ensino Vocacional foram suas características metodológicas (estudo através de situações-problema, com integração entre as matérias e estudo do meio, entre outras), aprendizagem significativa (em oposição à aprendizagem mecânica) e avaliação processual (valorizando aspectos cognitivos e aptidões). "O aluno era orientado a perceber-se como sujeito e a conhecer suas habilidades e limitações", resume.

Uma das inovações do SEV foi a proposta de core curriculum, em que todas as disciplinas trabalhavam seus conteúdos a partir de uma questão inicial estudada sob o prisma de cada uma das áreas. Essa questão era escolhida numa "Assembléia de Plataforma", em que professores e alunos dividiam assento, sob coordenação dos primeiros. Ao final do bimestre, os resultados eram apresentados numa "Assembléia de Síntese"."Houve um ano em que o tema emergente foi a Guerra Fria.
Na minha disciplina, matemática, pedi aos alunos que buscassem livros russos, americanos e europeus. Um deles conseguiu um livro russo sobre geometria projetiva e a discussão chegou até o [matemático russo Nicolai] Lobachevsky (1792-1856), criador da geometria não euclidiana que ajudou a sustentar a Teoria da Relatividade de Einstein", conta Lucíola Bechara Sanchez, ex-professora do Oswaldo Aranha e hoje membro do Conselho Deliberativo do Colégio Vera Cruz.
O exemplo é ilustrativo da profundidade a que chegavam discussões e pesquisas nos vocacionais. "Aprendemos a estudar, a pesquisar. O que mais se incentivava era que buscássemos as respostas que queríamos.
Não eram os professores que as davam, eles faziam as perguntas", relembra o engenheiro Paulo Simon, ex-aluno e autor de um dos depoimentos do livro organizado por Esméria Rovai. A interação entre escola e comunidade foi um fator fundamental nas práticas dos ginásios vocacionais.
O estudo das comunidades e das suas características era determinante na formação do currículo. Essa relevância em muito advinha da influência do existencialista cristão francês Emmanuel Mounier (1905-1950), que defendia a formação de seres "engajados" em suas realidades. Os objetos de estudo partiam, então, da realidade próxima até universalizar-se: no primeiro ano ginasial (atual 5a série do Ensino Fundamental), a questão de partida dizia respeito ao bairro e à cidade. No ano seguinte, ao Estado de São Paulo. No 3o ano, ao Brasil; no 4o ano, à América Latina e ao mundo. A mesma idéia de progressividade era utilizada para que os estudantes alçassem vôo próprio. Na 1a série, havia o Estudo Dirigido, com um planejamento mais elaborado e orientação minuciosa de cada área. No ano seguinte, era substituído pelo Estudo Supervisionado, que permitia que os alunos começassem a propor diretrizes. A seqüência desembocava no Estudo Livre, com orientação apenas inicial e avaliação final. O estudo do meio, hoje em voga em vários colégios particulares, estava presente em todas as séries. Num dos anos, alunos da unidade de Americana ficaram durante quase um mês vivendo em alojamentos nas cidades históricas de Minas Gerais. Outros, de São Paulo, foram conhecer a cultura cafeeira da região de Batatais, onde se hospedaram em casas das famílias dos alunos do Vocacional da cidade.
As aulas profissionalizantes eram outro eixo do projeto. Como os Vocacionais funcionavam em período integral, muitas horas da grade eram dedicadas às artes industriais, plásticas, economia doméstica e práticas comerciais. As disciplinas ajudavam no entendimento das realidades locais e eram uma maneira de construir conceitos estudados em sala de aula, unindo teoria e prática.Fim da linha - Esgarçado já em 1968, quando começou a registrar cisões internas entre os professores, o SEV foi extinto no final de 1969. Havia tempos criticava-se o fato de seu custo ser muito alto, tanto que a unidade de São Caetano do Sul, inaugurada em 1968, já não contava com o tempo integral.Nas décadas seguintes, no entanto, os ecos da experiência foram absorvidos por outras escolas.
No final dos anos 70, Maria Nilde Mascellani deu uma consultoria ao Colégio Equipe, de São Paulo, onde havia um ambiente de liberdade e estímulo à reflexão pouco comum à época. Segundo Lucília Bechara, o grande legado do Vocacional que levou ao Vera Cruz foi a visão da aprendizagem, construída com a abertura de uma escuta. "Aprendi a ouvir o aluno e a repensar o planejamento a partir desse diálogo. Havia um trabalho em grupo entre professores e alunos que depois vi ser muito difícil de realizar sem que os professores façam entre eles", relata. Hoje, por mais que o próprio Vera Cruz faça trabalhos com a comunidade similares aos que existiam no Vocacional, Lucília crê ser difícil a mesma integração. Para Esméria Rovai, essa interação é fundamental. "Não dá para isolar os problemas que cercam os alunos e fazê-los estudar só o que há nos livros. É preciso que eles tomem contato com a realidade para que a escola possa formar sujeitos que ajudem a buscar soluções para a sociedade", acredita.
- Site da Associação Gvive (reune depoimentos, filmes e estudos sobre o SEV): www. gvive.org e - Ensino Vocacional, Uma Pedagogia Atual, org. de Esméria Rovai (Cortez Editora, 192 págs., R$ 30)- Os Ginásios Vocacionais, de Angela Tamberlini (Ed. Annablume, 178 págs., R$ 18) Ecos ainda presentes"Corria um boato entre os alunos de que aquela havia sido uma escola-modelo, uma referência no estado de São Paulo. Eles achavam impossível que isso tivesse acontecido", conta o arquiteto Paulo Ângelo Martins, turma de 1968 do Vocacional Oswaldo Aranha e um dos mais ativos membros da Associação Gvive. Um dos primeiros trabalhos da associação foi o de recuperar a memória e a filosofia do Vocacional para os estudantes de hoje. Em parceria com a direção da escola, fizeram apresentações e perguntaram aos alunos o que eles gostariam de fazer juntos. Sinal dos tempos, ouviram de muitos deles que é necessário haver mais autoridade do professor. Para estimular a participação dos estudantes, a Gvive comprometeu-se a organizar as eleições para o grêmio, doou um computador para a biblioteca e está ajudando na reforma física do prédio, onde conta com uma sala. "Nosso objetivo é interferir na educação, fazer com que a experiência do Vocacional seja discutida entre os educadores e lutar por um ensino público transformador, como aquele que tivemos", diz Martins.Para a pedagoga Sônia Dreyfuss, da turma de 1964, o trabalho em equipe foi a marca principal de sua vivência como aluna. "Exercíamos papéis diferentes, alternados, com todos experimentando todas as tarefas", diz. O engenheiro Paulo Simon recorda fatos bem distintos entre si: a visita à fábrica de tornos da Romi, em Santa Bárbara d´Oeste, e as aulas de economia doméstica, quando aprendeu a pregar botões. "Por causa disso, não criei o mito de que costura é coisa de mulher."Julieta Maroni, hoje dentista, chegou ao Oswaldo Aranha em 1972, quando alguns ecos do Vocacional ainda se faziam presentes. Foi presidente da Aliança Juvenil de Amigos da Natureza Oswaldo Aranha (Ajanoa), que promovia excursões para a Serra do Mar, Represa de Guarapiranga, mangues e outros locais para estudar o meio ambiente. "Quem estudou no Oswaldo Aranha, independente de época, tem uma grande identidade", diz em referência ao espírito investigador instilado a partir da proposta do Vocacional.Escola pública em debateCerca de dois anos antes de sua morte, ocorrida em dezembro de 1999, a educadora Maria Nilde Mascellani chamou seus ex-alunos ligados à área de comunicações e fez uma confidência: gostaria de fazer um filme sobre os ginásios vocacionais. "Ela juntou um grupo de umas 15 pessoas que se dividiram para fazer pesquisas em várias áreas, como fazíamos 40 anos atrás. No começo, houve muita empolgação. Mas, infelizmente, no estágio em que estávamos, não havia tempo para tamanha dedicação", relembra o cineasta Toni Venturi (de Cabra-Cega e O Velho), que ingressou no Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha em 1967. A idéia, no entanto, ficou arquivada em um escaninho de projetos futuros. No ano passado, Venturi foi procurado pela roteirista e também ex-aluna Sylvia Lohn, que tinha um argumento para um filme de ficção sobre o Vocacional. Convenceu-a de que o documentário seria o gênero mais apropriado para a empreitada.A dupla aproveitou os almoços mensais que a Gvive promove desde agosto passado para colher depoimentos de ex-professores, ex-alunos e estudiosos. No momento, conta com 10 horas de material gravado em vídeo digital e projeta veicular Vocacional: Uma Aventura Humana (título provisório) no início de 2007. O filme se destina à exibição em emissoras públicas e educativas, escolas e secretarias da educação. "Queremos não só resgatar a experiência humana e pedagógica do Vocacional, mas trazer à tona o debate sobre a escola pública e, através de um exemplo rico, elevar a auto-estima do professor", diz Venturi. Além dos depoimentos, distribuídos em blocos temáticos, o filme trará também trechos de um documentário produzido nos anos 60, no auge da experiência, por alunos da Escola de Comunicações e Artes da USP. Disponível no site da Gvive (http://www.vocacional.org.br/ e http://www.gvive.org/ ), o material mostra um pouco das atividades cotidianas dos alunos, como as oficinas de artes industriais, artes plásticas, economia doméstica e práticas comerciais, depoimentos de alunos, professores e de Maria Nilde Mascellani.No documentário a ser lançado no ano que vem, Venturi e Sylvia ainda não decidiram como vão narrar as próprias experiências, mas têm uma certeza. "Será o mais pessoal dos meus filmes. Vou mergulhar no meu próprio passado. Ainda não sei se farei um depoimento ou a narração com minha própria voz", diz Venturi.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Homenagens para Maria Nilde

Homenagens:
Em Ribeirão Preto há um Núcleo Jardim Maria Nilde Mascellani
chamado
Em Americana foi inaugurado em 11 de agosto 2007, um Ciep com o Nome de Marai Nilde Mascellni. A homenagem foi do atual prefeito de Americana, Erich Hetz Junior, que foi aluno do da primeira turma do GEVA.

PROJETO DE LEI N.º 148/2006

Denomina “Profª. Maria Nilde Mascellani” a unidade de ensino que especifica.

Dr. Erich Hetzl Júnior, Prefeito do Município de Americana, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º Fica denominado “Profª. Maria Nilde Mascellani” o Centro Integrado de Educação Pública – CIEP localizado no Parque Residencial Jaguari.

Art. 2º O Poder Executivo afixará placa no local, relativa à homenagem.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito do Município de Americana, aos 18 de outubro de 2006.


Dr. Erich Hetzl Júnior
Prefeito Municipal


16/08/2007
Inauguração do Ciep “Profª. Maria Nilde Mascellani”

No sábado, dia 11 de agosto, acompanhei a inauguração do maior Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) de Americana, no bairro Jaguari.

Logo na entrada da instituição de ensino notei a beleza daquela obra, a qual já atende 380 alunos em período integral.

A escola leva o nome da educadora Maria Nilde Mascellani, um dos maiores ícones da educação em nossa região e no País.

Logo que cheguei um colega perguntou:
“Quanto será que a prefeitura gastou para construir tudo isto?”
Enquanto eu olhava toda a grandeza e toda a beleza daquele edifício, com as crianças correndo de um lado para o outro, pensei e respondi: Eu acho que a prefeitura não gastou nada. Tenho a certeza de que aqui foi investido muito, na construção deste espaço físico, na contratação e capacitação dos educadores além do maior patrimônio aqui deixado pelos pais, que são os jovens de hoje sendo bem preparados para o nosso futuro de amanhã.

Certamente os moradores do bairro farão o melhor aproveito possível desta obra.

A homenageada com o nome da escola é nascida na cidade de São Paulo, em 3 de abril de 1931, filha de Tito Pedro Mascellani e Swoboda Mascellani, tornou-se uma das maiores educadoras que o País já teve. De 1961 a 1969 foi coordenadora do SEV (Serviço de Ensino Vocacional) do Estado de São Paulo.

O Projeto de Lei (N.º 48/2006) de autoria do prefeito municipal, Dr. Erich Hetzl Júnior, que denomina à Maria Nilde ao Ciep diz que:

“O último período de vida do Ensino Vocacional (1969) coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato Institucional n.º 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.”

Outra homenagem na inauguração.

A irmã de Maria Nilde, Silvana Mascellani juntamente com seus filhos, moradores do Brooklin, Zona Sul da grande São Paulo, receberam um cartão de prata da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Educação de Americana.

A ex-diretora do Vocacional, Cecília Guaraná, ex-professores, ex-alunos do SEV e autoridades da cidade e da região também prestigiaram a inauguração do Ciep do Jaguari.


Escrito por Kim às 12h46[ (1) Apenas 1 comentário ] [ envie esta mensagem


Obras do Autor: MASCELLANI, MARIA NILDE
Periódicos:
MASCELLANI, MARIA NILDE. A EDUCAÇÃO ENTRE DUAS TRANSIÇÕES (1890-1990). ANFACLA,Batatais (SP): n. 4, p. 59-68, jan./dez., 1995.

MASCELLANI, MARIA NILDE. DILTHEY E DEWEY. REFLEXÃO [PUCCAMP],Campinas (SP): v.19, p.196-200, p.19

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Nilde_Mascelani
Maria Nilde Mascellani (São Paulo, 2 de abril de 1931 ? São Paulo, 19 de dezembro de 1999) foi uma educadora brasileira.

[editar] Biografia


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Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava. Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade e sentia muitas dores que, nas crises, só as suportava a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas saídas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve. Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador. Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Mais tarde foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro. Em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França)*, viriam a ser a semente do Serviço de Ensino Vocacional. Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do SEV (Serviço de Ensino Vocacional) e, após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969. Maria Nilde sofreu muitas pressões durante o período em que coordenou o SEV. Acusada pelo regime militar de ?subversão?, foi cassada pelo AI-5 em 1969, quando era Coordenadora do Serviço do Ensino Vocacional da Secretaria Estadual da Educação. Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. Em 1972 implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital. Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou em 1972 a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane¬jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos perseguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho) foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 1974, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês. Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano a sua própria tese de doutorado. Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos. A principal idealizadora deste programa, o Integrar, foi a professora Maria Nilde Mascellani. Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social. Vítima de um infarto fulminante em 19 de dezembro de 1999, Maria Nilde Mascellani faleceu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro¬blemas do ensino e coragem. Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Integrar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem jamais ter assumido uma forma assistencialista.

[editar] Ligações externas
O Liberal

12.6.2007 - 18:17
Relembrando Maria Nilde, exemplo de luta
Diógenes Gobbo - diogenes@liberal.com.br

O Conselho Permanente da 2ª Auditoria de Guerra da Justiça Militar em São Paulo, absolvia, no dia 6 de junho de 1977, a ex-coordenadora do Ensino Vocacional do Estado de São Paulo, Maria Nilde Mascelani, a jornalista Dermi Azevedo e a secretária Darcy Andória Azevedo. Maria Nilde foi a implantadora do Ginásio Vocacional de Americana (1962) e presa em 1974 na vigência do AI-5.
Ela era acusada de haver redigido relatório considerado subversivo pelo regime, sobre o ensino de Educação Moral e Cívica obrigatório no Brasil a partir de 1971. O documento fora encomendado pelo Conselho Mundial de Igrejas com sede na Suiça.
Na prisão, Maria Nilde foi torturada. A Auditoria de Guerra Abolveu a a educadora, mas considerou subversivo o documento por ela elaborado. Maria Nilde teve o direito de voltar a lecionar em São Paulo por ato do governador Franco Montoro, em 1984, e graças a trabalho desenvolvido polo deputado Vanderlei Macris junto à Assembléia Legislativa.
A foto acima é da capa da revista "Visão", com publicação de fevereiro de 1970, intitulado Vocacional - Renovação ou Subverão?.
A transcrição da reportagem pelo LIBERAL, contrariando determinação da unidade militar de Campinas (5º G.Can) causou a detenção do redator Diógenes Gobbo para explicações.
Maria Nilde morreu em dezembro de 1999. Seu nome foi dado ao Ciep do bairro Jaguari, pelo prefeito Erich Hetzl Júnior.

Oliberal
Sábado, 28 de junho de 2008 - 04:10
Proposta pedagógica revolucionária fazia parte do Serviço de Ensino dos VocacionaisOs Ginásios Vocacionais foram escolas pioneiras na rede pública de São Paulo nos anos 60
Comente esta notícia! (Da Redação) - Os Ginásios Vocacionais foram escolas pioneiras na rede pública de São Paulo nos anos 60. Os seis colégios vocacionais do Estado que funcionaram de 1962 a 1969 continham uma proposta pedagógica revolucionária. Entre as experiências dos colégios vocacionais destacava-se a pesquisa junto à comunidade para favorecer o trabalho coletivo do planejamento curricular.Na construção do currículo, procurava-se trazer a realidade social para o interior da escola.O processo de avaliação nessas escolas era considerado inovador: substituía as notas por conceitos. Os alunos se auto-avaliavam em relação aos objetivos, aos métodos e estratégias, conteúdos e atitudes. Se atribuíam um conceito que era levado aos Conselhos de Classe e aí eram discutidos.Criado pelo Decreto Estadual nº 38.643, elaborado por uma comissão de educadores do ensino secundário e do ensino industrial, a proposta pedagógica lançava mão das estratégias de integração curricular, e, apresentava um projeto de estudo para o surgimento de uma escola que viesse ao encontr das reivindicações de uma sociedade mais democrática.Nessa comissão estavam os professores Osvaldo de Barros Santos, Luís Contier e Maria Nilde Mascellani, esta última atuou como secretária municipal de Educação em Rio Claro nos anos de 1989 1990.Os "Ginásios Vocacionais" representaram um marco na história de educação paulista por adotar a democracia como prática pedagógica. Foram extintos pelo governo militar em 1969.
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DIA A DIA http://jornalcidade.uol.com.br/paginas.php?id=13074
Domingo, 12 de agosto de 2007 - 05:14
PanoramaOntem, Maria Nilde Mascellani recebeu homenagem póstuma em Americana
Comente esta notícia! PANORAMAMariaNildeOntem, Maria Nilde Mascellani recebeu homenagem póstuma em Americana. Seu nome é dado à Ciesp do município. Considerada uma das maiores educadoras do Brasil, ela foi secretária municipal da Educação em Rio Claro entre 1989 e 1990. Ela também foi criadora do sistema pedagógico do ensino vocacional. Maria Nilde foi vítima da didatura militar pelo ensino moderno que desenvolveu.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL parte 1 Video
Description: A educadora Maria Nilde Mascellani em palestra na UNESP de Rio Claro 1990 nos conta a partir de sua visão crítica sobre a história da Educação ...

PUCVIVA nº 08 - Março a Abril de 2000
Na abertura desta edição, prestamos uma homenagem à educadora Maria Nilde Mascellani, falecida alguns dias após a sua defesa de tese de doutorado na USP sobre a capacitação de trabalhadores desempregados, pelo Programa Integrar CNM/CUT.


A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL parte 1 Video
Video HomeUploaded by grupobanzoDate uploaded: Thu Sep 13 16:28:58 2007Length: 585 secondsViewed: 2722 timesAverage Rating: 0.00 (0 votes)Description: A educadora Maria Nilde Mascellani em palestra na UNESP de Rio Claro 1990 nos conta a partir de sua visão crítica sobre a história da Educação no Brasil.Channels: Howto & Style

O Colégio Friburgo, localizado na zona Sul da cidade de São Paulo, lançou, no final de janeiro de 2008, seu veículo de comunicação e debate. O primeiro número do Jornal do Friburgo ainda é uma edição especial, que traz em retrospectiva os principais eventos e atividades da escola no ano passado e apresenta seus planos para 2008.
No entanto, em algumas matérias, já começa a mostrar a importância que deve ter o jornal dentro e fora do ambiente escolar. Entre outras, o número 1 traz uma reportagem sobre projetos sociais promovidos pelos alunos do ensino fundamental e médio e um perfil da pedagoga Maria Nilde Mascellani, a visionária educadora que lançou o projeto dos Ginásios Vocacionais nos anos 1960 e foi uma das responsáveis pelo projeto pedagógico implantado no Colégio Friburgo na sua fundação.

Artigos
Arantes, Vocacional e GVive
ARY MEIRELLES JACOBUCCIAmericana Quarta-feira, 19 de Outubro de 2005
A GVive é uma associação dos ex-alunos e amigos do Ensino Vocacional, fundada em São Paulo no dia 6 de agosto desse ano. Estive nesse evento e na ata constavam vários nomes de ex-professores, ex-alunos, pais e colegas das unidades dos Vocacionais de São Paulo, Americana, Batatais e Rio Claro.Segundo o presidente Shigueo Watanabe Jr., a GVive tem como proposta: 1. Memória: referência para todos os documentos, trabalhos acadêmicos e artigos para contribuir na discussão de políticas públicas de educação; 2.Escola hoje: apoiar as escolas estaduais (extintos Vocacionais) através de obras, eventos, cursos e palestras; 3. Encontros: promover eventos para juntar histórias e emoções. A associação se expressa em seu site http://www.vocacional.org/, atual (http://www.gvive.org/ ) através de notícias e informações. Há o rico depoimento de Guilherme Arantes ex-aluno do Vocacional Oswaldo Aranha de São Paulo, que emociona e encoraja: "O Vocacional fez uma geração, fiquei apenas 2 anos, minha mãe me tirou dali na revolução do AI 5, um desastre na minha cabeça, pois o contraste do Vocacional novinho em folha com o Roosevelt caindo aos pedaços foi um choque total. Fui moldado ali. As aulas de arte com o Evandro, de música com o Alvarenga (ali eu era imbatível). Aprendi a lidar com tornos, serras, esmeris, lixas, furadeiras, madeiras, metais, plásticos, couro, papeis, etc.; Me lembro da Geografia e História, Estudos Sociais, da Educação Física. Das viagens para Americana, das festinhas com os Beatles, Ray Conniff e muita bossa nova, das paqueras, de ter visto o Sputinik passando como uma estrela brilhante girando no céu (parece brincadeira, mas é verdade). Disso tudo tiro o fato do mundo ser um mundo prático, do fazer, e fazendo se reconstrói a teoria.Que escola sensacional, que época de ouro! Tudo isso foi truncado pela boçalidade -anticomunista, como se os escrotos do MIT e da Casa Branca já não soubessem que o comunismo soviético estava marcado para morrer. A cortina de chumbo caiu ali como uma chuva ácida, sulfúrica, e botou a Profa. Maria Nilde Mascellani no DEOPS, que filhos da...! Hoje essa passagem escura também não destruiu nossa geração. O Vocacional foi a experiência mais rica na história do ensino no Brasil. Coisa de primeiro mundo, não o primeiro mundo medíocre das paranóias de Wall Street e dos Falcões da Guerra, mas sim escandinavo, de uma Holanda, uma Bélgica, uma Áustria ou Suíça. E se a revolução truncou um processo criativo tão importante, quantos outros que se geravam naquela época também não foram pulverizados? Q Mas o Vocacional vive, inteirinho na minha cabeça, nas minhas mãos fazedoras de um novo mundo, no coração de todos que ali estiveram. Por isso o meu lema, hoje aos 50 anos de idade, é UTOPIA JÁ!".O que dizer de um depoimento como esse? Só uma coisa: felizes e privilegiados aqueles que puderam estudar numa escola pública estadual como essa. Eu fui um deles, fiz parte de uma das mais belas páginas da educação brasileira de todos os tempos.Ary Meirelles Jacobucci é professor da Unisal de Americana, mestre em Educação e colaborador do LIBERAL.Site: http://www.oliberalnet.com.br%20/- Arquivo recuperado em: 19/10/2005.



Friburgo
Em formato tablóide, com uma tiragem inicial de 5 mil exemplares e periodicidade bimestral, o Jornal do Friburgo pretende ser uma publicação completamente diferenciada, a começar por sua proposta inovadora, que é não ficar limitado pelos muros do colégio. O objetivo é levar aos alunos, professores, pais e moradores de bairros da zona Sul da capital paulista o debate sobre temas ligados a educação, cultura, comportamento e meio ambiente.
As próximas edições trarão reportagens especiais, perfis, notícias, entrevistas e textos de opinião de renomados especialistas, além dos principais trabalhos e projetos da instituição. Tudo feito numa inédita parceria entre experientes jornalistas, professores, funcionários e alunos.
Para o Colégio Friburgo, comunicação e educação são palavras inseparáveis. Assim, o novo jornal faz parte de um projeto muito maior e mais audacioso, que começou com a criação do Departamento de Comunicação da escola, para o qual foram contratados profissionais experientes.
Nesse projeto, a Internet ganhou especial atenção, assim como a própria área de comunicação. O site do colégio foi reformulado, blogs foram criados e novas ações estão sendo preparadas. Algumas delas se integram à campanha da Unesco - organização da qual o colégio é parceiro através do Programa de Escolas Associadas da Unesco - que instituiu 2008 como o Ano Internacional do Planeta Terra.
Também foram introduzidas novas disciplinas no currículo da escola, que terá aulas de “Introdução ao jornalismo”, “Produção de vídeos e documentários” e “A história contemporânea contada através das séries de televisão”, esta ministrada por Fernanda Furquim, uma das maiores especialistas do Brasil em produções inglesas e norte-americanas.Mais informações sobre o Colégio Friburgo acesse http://www.colegiofriburgo.com.br/. Leia outras matérias deste Boletim

Escola Pública
Ops: Não deixe de ler o artigo até o fim, onde costumo reservar o melhor.
Às vezes é bom que um santo revele seus segredos, afinal nem nós somos eternos e precisamos pensar nas próximas gerações. O bastão precisa ser passado. Nos tempos de Escola de Educação Física, essa foi uma das práticas que mais odiei ter que aprender. Custei a acreditar que todos aqueles detalhes, aparentemente imbecis, fariam diferença na hora da corrida. Pior é que fazem. Até hoje muitas equipes de revezamento, com bons velocistas, não logram êxito, por não dominarem a técnica da passagem de bastão, em toda a sua plenitude.Quando penso nessas coisas logo me vêm à mente toda a relevância desse curso que deu minha primeira graduação, ainda que psicólogos e pedagogos pensem que somos seres menos importantes. Justo eles que nem sabem o que são. Dizem que a maior dificuldade nas faculdades é classificar esses cursos menores. Ninguém sabe onde colocá-los. Uns os classificam como humanas e outros como biológicas. Na verdade, a psicologia foi inventada graças aos devaneios fantasiosos de um médico psiquiatra mal resolvido na área sexual, um tal de Sigmund Freud. Assim, todas as pessoas mal resolvidas na área sexual fazem psicologia para tentar resolver seus próprios problemas, salvo uns e outros desavisados. Não conseguem resolvê-los e tratam de esculhambar os outros.
Os pedagogos são psicólogos que se concentraram mais nas questões educacionais (pedófilos inrustidos), com raras exceções. Depois deles, a educação deteriorou-se vertiginosamente. Infelizmente, o Brasil deu uma grande contribuição nessa área, na pessoa do Paulo Freire. Sua pedagogia do oprimido é uma grande falácia e foi chupada de Aldus Husley, em termos, a quem ele nunca deu crédito. Seus experimentos foram grandes fracassos, mas como foram feitos na África, ninguém foi lá conferir o tamanho do estrago e acreditaram em seus relatos, pouco convincentes. Ninguém ouse me contestar nesse quesito, se não tiver ido lá para conferir. Alguém aí já ouviu falar em algum país africano exemplo de educação do oprimido graças à anta do Paulo Freire? A única pedagoga brasileira (que não tinha formação em pedagogia) chamava-se Maria Nilde Mascellani. Ela criou o Ensino Vocacional, o qual vivenciei como aluno, que seria a educação do século XXI, no Brasil, mas foi devidamente extinta nos porões da ditadura militar, pois colocava as escolas particulares sob risco. Nem o infeliz do Ruben Alves sabe disso. Ele teve que ir a Portugal para descobrir uma escola exemplo (A Escola da Pedra Ponte) sem saber que aqui havia algo muito mais consistente.
Em nosso país, tudo que se fala em termos de Escola Pública é hipocrisia. O ensino público foi sucateado em favor das escolas particulares, por uma questão de mercado. Escola Pública, hoje, é a escola dos pobres, apenas, onde está a raiz do consumo e tráfico de drogas e o início da nova moralidade, “a décadence“. Um bom lugar para você se esconder de missionários, pastores, evangelistas e toda essa raça de parasitas, pois eles nunca aparecem nestes lugares, coisa que fazíamos como método evangelístico nos tempos do finado do Tio Cássio. Pastores são facilmente encontrados em congressos regados a Shedd, Gondim e Ed Rene ou nos debates realizados em Shoppings nas áreas nobres das capitais.
A Educação Física, depois de Finanças, é o assunto que mais interessa ao ser humano globalizado desse mundo pós-moderno. Não estão todos voltados às questões do corpo (alimentação, exercícios, sexo e estética física em geral) depois das financeiras? Assim, sou o segundo profissional mais importante na escala da verdade da vida.http://luizhmello.wordpress.com/2007/12/01/blogando-diariamente/

Atividades e sugestões para 2008 -gt memória

Alguns focos importantes para nossa atuação em 2008:

a) Cedic: rascunhos do livros dos professores-supervisores.

1) Obter os planos pedagógicos e administrativos em dois volumes(com a Eliana)
2) Obter o regimento interno do vocacional ( ja temos em cd)
3) Relato dos superivores de area. Sabemos da existencia dos:
Relatos de Ed. Domestica Nilza ( ja temos)
Relatos de Estudo Sociais Newton Balzan (ja temos) ( faltam algumas paginas)
Relatos de Artes Industriais prof Angelo (falta localizar)
b)Centro de Memória Fac Educ. Usp:
Relatos de Educação Musical - Profa Helia Caffe
Copia atualizada do Livro do Balzan - Relatos do Estudos Sociais
Todo material doado pela Angela Tamberlini usado nas suas teses
Há tambem o material doado de Olga Bechara (que ja visitado) mas nao disponivel ao publico.

c)Casa Silvana Mascellani - Conhecer o conteudo

d)Material de S.Caetanos Sul:A prof Arlete tem sobre sua guarda o material da unidade.

e) Reinício das entrevistas na capital e no interior.