sexta-feira, 25 de julho de 2008

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 132

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 132


No tempo do "estudo integrado"Ginásios vocacionais e colégios experimentais trabalhavam com conceitos semelhantes aos de trans e interdisciplinaridade

Esméria Rovai, organizadora de livro sobre os ginásios vocacionais: interdisciplinaridade nos anos 60
A experiência dos antigos ginásios vocacionais, que existiram no Estado de São Paulo entre os anos de 1962 e 1969, terminando com o acirramento da ditadura militar, foi a responsável pelo melhor trabalho de interdisciplinaridade já realizado no Brasil. É o que defende a professora Esméria Rovai, doutora em psicologia da educação e autora de Ensino vocacional, uma pedagogia atual (Cortez). A experiência dos ginásios vocacionais no período acabou se restringindo a seis escolas no Estado de São Paulo - uma na capital e outras nas cidades de Batatais, Americana, Rio Claro, Barretos e São Caetano do Sul. Por serem ginásios em período integral, com atividades variadas no período da tarde, eram acusados de muito custosos por gestores da época. Sobretudo depois do Ato Institucional número 5, quando o incentivo à formação de alunos intelectualmente autônomos passou a constituir grande incômodo.
Naqueles tempos, como lembra Esméria, o termo utilizado era "estudo integrado", mas as práticas levadas a cabo pela pedagoga Maria Nilde Mascellani, que liderou o projeto, já trabalhavam várias disciplinas de forma conjunta, com métodos que hoje seriam considerados transdisciplinares. "O aluno começava por um estudo da comunidade, que abrangia diversas disciplinas, porque se chegava a elas por meio de uma problemática, ou seja, o estudo da comunidade", lembra.

Ex-aluna do Ginásio Vocacional do Brooklin, em São Paulo (SP), e hoje diretora-proprietária do Colégio Paulicéia, Carmen Lydia da Silva Trunci de Marco levou algumas experiências do Vocacional para a escola que comanda. "O estudo do meio, por exemplo, foi uma proposta do Vocacional", lembra. Mas o trabalho é muito diferente do que acontecia nos antigos ginásios em razão da infra-estrutura e também em função das exigências da educação nos dias de hoje. "A gente tinha uma casa montada dentro da escola para estudar economia doméstica, tinha uma lanchonete para entender o comércio, tinha horta. Eu tinha talão de cheques para pagar minhas compras na lanchonete, mas não utilizei gramática", conta. "Era um trabalho muito rico, mas difícil de implantar hoje em dia. Como é que eu vou explicar para os pais que não vamos utilizar livros didáticos?", pergunta.
Para Carmem, a educação hoje está muito voltada ao vestibular e às avaliações. "O foco do ensino vocacional era formar pessoas que tivessem liderança, agentes capazes de realizar transformações sociais. A ditadura acabou com isso", completa.
Esméria Rovai avalia que hoje não existe uma noção básica entre os educadores sobre o que é uma metodologia interdisciplinar, não há orientação clara sobre isso. "Na prática, cada escola faz de um jeito", diz. Certa vez, uma aluna veio lhe contar que foram fazer um estudo do meio. Então Esméria perguntou qual o motivo de terem ido visitar Itu. A resposta foi que os professores haviam sugerido várias opções e os alunos sugeriram a cidade. "No Vocacional, o aluno não escolhia onde queria fazer estudo do meio, o estudo do meio surgia em função da necessidade de estudar um problema. Se o problema era como se dá o desenvolvimento regional da região Centro-Oeste, então a gente tinha de fazer estudo do meio numa cidade dessa região. O estudo do meio se realiza no local que oferece mais possibilidade para o aluno estabelecer relações e fazer algo mais completo, colher dados, verificá-los e analisá-los. Só tem sentido a partir do momento em que você já está estudando algum assunto. Se não for isso, vira um piquenique, uma excursão", ressalta.
Nos ginásios vocacionais, relembra Esméria, ao fazer um projeto na área de artes industriais, o aluno entrava em contato com a matemática, com a produção industrial, com noções de ciências, de história. Dessa maneira, todas as disciplinas se integravam no estudo de um problema, a partir do qual o aluno estabelecia relações.
"Na interdisciplinaridade, não necessariamente todas as disciplinas precisam ser integradas. É possível fazer um estudo com duas ou três delas", explica Esméria. Na concepção pedagógica do Vocacional, o objetivo não era o estudo da disciplina, mas do problema para o qual a matéria trazia uma contribuição para a sua compreensão. Para a pesquisadora, nenhuma experiência de interdisciplinaridade que ela conheça suplantou a dos ginásios da década de 60.
Os experimentaisConcebida na mesma década, a experiência do EEPG Experimental da Lapa Dr. Edmundo de Carvalho também é fonte de inspiração para muitos educadores. Cristina Salvador, que hoje se dedica à formação docente e aos estudos de inter e transdisciplinaridade na Universidade São Judas Tadeu, foi professora e posteriormente coordenadora do Experimental da Lapa. "Quando fui refletir sobre as questões da interdisciplinaridade, a minha dissertação foi todinha baseada na vivência construída naquela época. Vi que tínhamos uma proposta interdisciplinar sem saber que éramos interdisciplinares", conta. Naquela época, os termos utilizados para designar esse tipo de prática eram "proposta" e "inserção no contexto".
Cristina lembra que os professores trabalhavam sempre de forma coletiva. "Partíamos das disciplinas que ministrávamos, mas, na ação, na construção prática, o que fazíamos já era interdisciplinaridade. Decidíamos tudo no coletivo, tínhamos um trabalho que envolvia a horizontalidade, porque se reuniam as disciplinas para discutir os conteúdos que estavam sendo estudados. E também atuávamos na verticalidade das séries, sabíamos o que cada série estava estudando. Eu sabia como cada colega ia dar continuidade ou me anteceder em um trabalho. Pensávamos na integralidade do curso", explica.Na letra da lei
"A interdisciplinaridade tem uma função instrumental." É o que diz o documento que explica as bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), editado no ano 2000 pelo Ministério da Educação para dar seguimento e tornar concretos os princípios educacionais definidos pela Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 1996 (LDB 9394/96). Segundo a orientação do MEC, o ensino médio deve ser estruturado em três grandes vertentes: linguagens e códigos; ciências da natureza e matemática; ciências humanas - todos os três campos acompanhados de suas respectivas tecnologias.
O documento explica que a adoção da interdisciplinaridade não tem como meta acabar com a divisão por matérias, mas sim "utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista". Isso a partir "de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência".


No tempo do "estudo integrado"Ginásios vocacionais e colégios experimentais trabalhavam com conceitos semelhantes aos de trans e interdisciplinaridade

Esméria Rovai, organizadora de livro sobre os ginásios vocacionais: interdisciplinaridade nos anos 60
A experiência dos antigos ginásios vocacionais, que existiram no Estado de São Paulo entre os anos de 1962 e 1969, terminando com o acirramento da ditadura militar, foi a responsável pelo melhor trabalho de interdisciplinaridade já realizado no Brasil. É o que defende a professora Esméria Rovai, doutora em psicologia da educação e autora de Ensino vocacional, uma pedagogia atual (Cortez). A experiência dos ginásios vocacionais no período acabou se restringindo a seis escolas no Estado de São Paulo - uma na capital e outras nas cidades de Batatais, Americana, Rio Claro, Barretos e São Caetano do Sul. Por serem ginásios em período integral, com atividades variadas no período da tarde, eram acusados de muito custosos por gestores da época. Sobretudo depois do Ato Institucional número 5, quando o incentivo à formação de alunos intelectualmente autônomos passou a constituir grande incômodo.
Naqueles tempos, como lembra Esméria, o termo utilizado era "estudo integrado", mas as práticas levadas a cabo pela pedagoga Maria Nilde Mascellani, que liderou o projeto, já trabalhavam várias disciplinas de forma conjunta, com métodos que hoje seriam considerados transdisciplinares. "O aluno começava por um estudo da comunidade, que abrangia diversas disciplinas, porque se chegava a elas por meio de uma problemática, ou seja, o estudo da comunidade", lembra.

Ex-aluna do Ginásio Vocacional do Brooklin, em São Paulo (SP), e hoje diretora-proprietária do Colégio Paulicéia, Carmen Lydia da Silva Trunci de Marco levou algumas experiências do Vocacional para a escola que comanda. "O estudo do meio, por exemplo, foi uma proposta do Vocacional", lembra. Mas o trabalho é muito diferente do que acontecia nos antigos ginásios em razão da infra-estrutura e também em função das exigências da educação nos dias de hoje. "A gente tinha uma casa montada dentro da escola para estudar economia doméstica, tinha uma lanchonete para entender o comércio, tinha horta. Eu tinha talão de cheques para pagar minhas compras na lanchonete, mas não utilizei gramática", conta. "Era um trabalho muito rico, mas difícil de implantar hoje em dia. Como é que eu vou explicar para os pais que não vamos utilizar livros didáticos?", pergunta.
Para Carmem, a educação hoje está muito voltada ao vestibular e às avaliações. "O foco do ensino vocacional era formar pessoas que tivessem liderança, agentes capazes de realizar transformações sociais. A ditadura acabou com isso", completa.
Esméria Rovai avalia que hoje não existe uma noção básica entre os educadores sobre o que é uma metodologia interdisciplinar, não há orientação clara sobre isso. "Na prática, cada escola faz de um jeito", diz. Certa vez, uma aluna veio lhe contar que foram fazer um estudo do meio. Então Esméria perguntou qual o motivo de terem ido visitar Itu. A resposta foi que os professores haviam sugerido várias opções e os alunos sugeriram a cidade. "No Vocacional, o aluno não escolhia onde queria fazer estudo do meio, o estudo do meio surgia em função da necessidade de estudar um problema. Se o problema era como se dá o desenvolvimento regional da região Centro-Oeste, então a gente tinha de fazer estudo do meio numa cidade dessa região. O estudo do meio se realiza no local que oferece mais possibilidade para o aluno estabelecer relações e fazer algo mais completo, colher dados, verificá-los e analisá-los. Só tem sentido a partir do momento em que você já está estudando algum assunto. Se não for isso, vira um piquenique, uma excursão", ressalta.
Nos ginásios vocacionais, relembra Esméria, ao fazer um projeto na área de artes industriais, o aluno entrava em contato com a matemática, com a produção industrial, com noções de ciências, de história. Dessa maneira, todas as disciplinas se integravam no estudo de um problema, a partir do qual o aluno estabelecia relações.
"Na interdisciplinaridade, não necessariamente todas as disciplinas precisam ser integradas. É possível fazer um estudo com duas ou três delas", explica Esméria. Na concepção pedagógica do Vocacional, o objetivo não era o estudo da disciplina, mas do problema para o qual a matéria trazia uma contribuição para a sua compreensão. Para a pesquisadora, nenhuma experiência de interdisciplinaridade que ela conheça suplantou a dos ginásios da década de 60.
Os experimentaisConcebida na mesma década, a experiência do EEPG Experimental da Lapa Dr. Edmundo de Carvalho também é fonte de inspiração para muitos educadores. Cristina Salvador, que hoje se dedica à formação docente e aos estudos de inter e transdisciplinaridade na Universidade São Judas Tadeu, foi professora e posteriormente coordenadora do Experimental da Lapa. "Quando fui refletir sobre as questões da interdisciplinaridade, a minha dissertação foi todinha baseada na vivência construída naquela época. Vi que tínhamos uma proposta interdisciplinar sem saber que éramos interdisciplinares", conta. Naquela época, os termos utilizados para designar esse tipo de prática eram "proposta" e "inserção no contexto".
Cristina lembra que os professores trabalhavam sempre de forma coletiva. "Partíamos das disciplinas que ministrávamos, mas, na ação, na construção prática, o que fazíamos já era interdisciplinaridade. Decidíamos tudo no coletivo, tínhamos um trabalho que envolvia a horizontalidade, porque se reuniam as disciplinas para discutir os conteúdos que estavam sendo estudados. E também atuávamos na verticalidade das séries, sabíamos o que cada série estava estudando. Eu sabia como cada colega ia dar continuidade ou me anteceder em um trabalho. Pensávamos na integralidade do curso", explica.Na letra da lei
"A interdisciplinaridade tem uma função instrumental." É o que diz o documento que explica as bases legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), editado no ano 2000 pelo Ministério da Educação para dar seguimento e tornar concretos os princípios educacionais definidos pela Lei de Diretrizes e Bases promulgada em 1996 (LDB 9394/96). Segundo a orientação do MEC, o ensino médio deve ser estruturado em três grandes vertentes: linguagens e códigos; ciências da natureza e matemática; ciências humanas - todos os três campos acompanhados de suas respectivas tecnologias.
O documento explica que a adoção da interdisciplinaridade não tem como meta acabar com a divisão por matérias, mas sim "utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista". Isso a partir "de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência".

domingo, 20 de julho de 2008

As atuações da GVive




















Em outubro de 2005, a gvive participa da Semana da Educação em Americana, a convite de Ary Jacobussy na Unisal. Alem da visita a antiga sede do GEVA, sao recebidos pelo Editor do Jornal O Liberal, Sr Diogenes, grande entusiasta dos ginasios vocacionais, desde a primeira hora.

Publicações sobre os GVs








a vida de Maria Nilde

Release de Maria Nilde Mascellani

Lida na inauguração do Ciep em Americana que levou seu nome- 11 agosto 2007 . Prefeito. Eric

Principal figura ligada aos Ginásios Vocacionais, a professora e pedagoga Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo a 03 de abril de 1931. Filha do dentista Dr Tito Mascellani, descendente de imigrantes italianos, e da dona-de-casa Margarida Swoboda Mascellani, de origem austríaca, Maria Nilde tinha mais três irmãos. Estudou a partir da 2ª série ginasial, atual 6º série, na Escola Estadual Padre Anchieta no Brás, bairro onde a família morava.

Foi na adolescência que os primeiros sinais da doença que a acompanharia durante toda a sua vida se manifestaram. Vítima de reumatismo deformante, quando adulta caminhava com dificuldade, sentia muitas dores e só suportava as crises a base de analgésicos. Essa terrível enfermidade, no entanto, não impediu que Maria Nilde dedicasse toda sua energia para o problema da educação e suas alternativas, tornando-se uma das maiores educadoras que o Brasil já teve.
Concluído o ginásio, seguiu o Curso Normal (Curso de Formação de Professores) na mesma escola, o Padre Anchieta. No ano de sua formatura como professora primária, ingressou no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo. Foi aluna e depois se tornou muito amiga do professor Florestan Fernandes, seu mestre e inspirador.
Como professora de Educação, lecionou em escolas públicas do Estado. Foi trabalhar no Instituto de Educação da pequena cidade paulista de Socorro, e em 1959, faz parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro que, fundamentadas na linha pedagógica da Escola de Sévres (França), viriam a ser a semente do Sistema de Ensino Vocacional.

Luciano Carvalho, secretário da Educação do Estado de São Paulo na época, formou uma comissão de educadores para elaborar um projeto piloto de educação que levasse em conta a vocação do aluno e abrisse as portas da escola para a comunidade e suas aspirações. Maria Nilde Mascellani foi um dos nomes chamados para fazer parte da montagem do S.E.V. (Serviço de Ensino Vocacional) e após sua criação em 1961, tornou-se sua coordenadora, ficando no cargo até o ano de sua extinção, em 1969.

"Maria Nilde, Olga Bechara, Lygia Forquin e o prof. Modesto(depois prof no Geva), fazem parte da equipe de instalação das Classes experimentais Obs: Sevres é reconhecido pela sua faculdade de Educação, grandes nomes da Educação Brasileira passaram por essa faculdade. Nos anos 60 existia um convenio entre a Secretária da Educação do estado e a Faculdade, havia bolsas e cerca de 10 educadores iam por ano fazer cursos . O vocacional tinha um acordo e em 69 iria enviar bolsistas, foi suspenso face a perseguição política. Os supervisores do Voca tinham sido selecionados. O prof.Ângelo estava entre eles". Cida Schoenacker

Maria Nilde sofreu muitas pressões como coordenadora do S.E.V. Em 1965, por exemplo, no governo Adhemar de Barros, o S.E.V. recebia inúmeros pedidos de contratação de professores e técnicos e de vagas para alunos que não tinham passado pelo processo de seleção. Diante da resistência em atender esses pedidos, o S.E.V. começou a receber ameaças de corte de verbas e de demissões de funcionários não comissionados. A primeira grande crise, conhecida dentro do S.E.V. como a “crise de 65”, aconteceu diante da negativa de matricular um candidato a aluno que era filho de um funcionário de confiança do secretário de Educação, e que não tinha passado no processo de seleção no Oswaldo Aranha. Esta atitude causou o afastamento de Maria Nilde da coordenação do S.E.V e da diretora administrativa do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha.

O último período de vida do Ensino Vocacional coincidiu com o endurecimento do regime ditatorial. Com a criação do Ato lnstitucional n° 5, o governo adquiria armas para reprimir as liberdades democráticas. No Ensino Vocacional isso significou a prisão de orientadores, professores e alunos, e a invasão policial-militar em ação conjugada para todos os Ginásios Vocacionais no dia 12 de dezembro de 1969. Vários professores e funcionários foram detidos. Em janeiro de 1970, Maria Nilde foi aposentada com base no AI-5.

Impedida de trabalhar pela ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também perseguidos pelo regime militar, criou a Equipe RENOV, entidade de assessoria, projetos, pesquisa e plane­jamento de ação comunitária e educacional, com atuação na defesa dos direitos humanos e dos per­seguidos políticos do regime militar. O RENOV (Relações Educacionais e do Trabalho), foi a alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores, jovens de grupos populares e outros. Em janeiro de 74, o RENOV foi invadido por policiais militares e Maria Nilde e seus companheiros foram presos por cerca de um mês.

Levada para o SEDES pela psicóloga Lélia Vizanni, sua amiga desde a juventude, Maria Nilde logo abriu seu espaço dentro da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Criou um centro educacional e se tornou professora de psicologia educacional. Professora da PUC a partir de 1970, orientou teses de inúmeros alunos, deixando para segundo plano, a sua própria tese de doutorado.

Em toda a sua carreira como pedagoga, trabalhou com Educação Popular em programas educacionais, formais ou informais, para a população de baixa renda excluída da escola. Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. A partir de 1972, esta colaboração se dá por intermédio do RENOV. Neste mesmo ano, implantou um programa para mulheres de baixa renda na Favela Buraco Quente junto à paróquia Nossa Senhora do Guadalupe, no Campo Belo, e prestou assessoria ao projeto Educacional junto a Favela do Jaguaré, também na capital.

Em 1995, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) procurou algumas instituições de ensino e pesquisa (PUC-SP, UFRJ, UNICAMP, CEFET-SP) para estabelecer uma parceria com o objetivo de estruturar, inicialmente no âmbito estadual e posteriormente no nacional, um amplo projeto de qualificação profissional para metalúrgicos e ex-metalúrgicos, Era o projeto INTEGRAR. A principal idealizadora deste programa foi a professora Maria Nilde Mascellani (PUC-SP). Ela conseguiu reunir sindicalistas, intelectuais, professores e trabalhadores e juntos, montaram um currículo formado por disciplinas básicas e técnicas que estavam relacionadas à experiência dos alunos (o saber acumulado) e à comunidade da qual faziam parte. Nestes anos todos, foram realizados vários cursos para trabalhadores desempregados, empregados e dirigentes sindicais sempre articulando o diálogo entre o mundo do trabalho, a certificação em nível de ensino fundamental, médio e de extensão e a ação concreta para a transformação social.Maria Nilde não se casou e nem teve filhos. Em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarto fulminante, morreu aos 68 anos em São Paulo, interrompendo uma trajetória marcada pela honestidade intelectual, sensibilidade aos pro­blemas do ensino e coragem.

Finalmente, acabara de defender na Faculdade de Educação da USP, no dia nove do mesmo mês, sua tese de doutorado Uma Pedagogia para o Trabalhador: o Ensino Vocacional como base para uma proposta pedagógica de capacitação profissional de trabalhadores desempregados (Programa Integrar CNM/CUT), que versava sobre duas de suas realizações: o Ensino Vocacional e a Pedagogia do Programa Inte­grar, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
O trabalho de Maria Nilde faz parte da história da educação brasileira desde os anos 60 e sua proposta de ensino vocacional como base da capacitação de trabalhadores, realizada no projeto Integrar, resgata uma dívida social sem ter assumido uma forma assistencialista.



Em 1961, parte da equipe das Classes Experimentais de Socorro, a convite do Secretário de Educação, participa da criação dos Ginásios Vocacionais. Olga Bechara vai trabalhar em Americana e Maria Nilde fica na equipe técnica de São Paulo coordenada pelo prof. Joel Martins. Com a saída do prof. Joel e Maria Nilde assume a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional. Início de 1970, acaba o Vocacional, Maria Nilde é enquadrada no ato institucional número 5 e aposentada, responde a inquéritos. Não sai do país.
Em 1970 constitui-se a Renov. Em 1974, Ma. Nilde e outras pessoas relacionadas a ela, são presas. Ma. Nilde é presa e torturada.De 1974 a 1986, dá aulas na PUC, é secretaria de Educação de Rio Claro, continua com atividades na Renov.Em torno de 1990, é solicitada pela CNM/CUT a desenvolver o projeto Integrar, de pedagogia voltada para trabalhadores.9 -Defende sua tese de doutorado baseada nesse trabalho, uns dez dias antes de morrer, em 1999 (1931-1999). ( Informações da Cida e Ângelo.)Faleceu em São Paulo em 19 de dezembro de 1999, vítima de um infarte.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Uma ideia a ser seguida:



http://www.criancasegura.org.br/crianca_patrocinadores.asp



Parceiros
Para garantir o cumprimento de sua missão, sustentabilidade e expansão das atividades realizadas, ____________ conta com a parceria dos diversos setores da sociedade - empresas, poder público e indivíduos.

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Parceiros Institucionais Empresas de patrocínio institucional. O investimento está voltado principalmente para a manutenção da organização e para a garantia das ações relacionadas a duas importantes linhas estratégicas: Comunicação e Políticas Públicas.Parceiros de Programas Empresas de patrocínio total ou parcial aos programas da organização: Ação Verão, CRIANÇA SEGURA na Escola,CRIANÇA SEGURA Pedestre e Formação de Mobilizadores. Saiba mais sobre essas ações.
ApoiadoresEmpresas que investem seu tempo e talento para o desenvolvimento das ações da CRIANÇA SEGURA através da doação de produtos ou serviços.

domingo, 13 de julho de 2008

GVIVE Eleições 2005/ 2006/ 2008

Carta 01/08 nova gestão

Eleição 2008 – Gvive Chapa:
Ação para a Educação 12 de julho 2008 - 55 votos

Cargos da Diretoria-4 e Conselho Fiscal 6.
Presidente: Luiz Carlos Marques-Luigyt63
Vice: Cida Schoenacker –SEV
Diretor Financeiro e Adm. T71 Rosemira Uehara
Diretor Social e Cultural - Sylvia Lohn T69

Conselho Fiscal
1 Armando Cezar Franco t 65
2 Waldery Mazza t 62
3 Armando Varroni Neto t 65

Suplentes
1 Zaira Abreu t69
2 Marco Otavio Barrufaldi t63
3 Eduardo Amos 63 GVRC –Gvive de Rio Claro

Secretaria da Diretoria :
Cibele Zveibil 67
Assessoria de Imprensa: Evelyn Kubota 72
Relações Publicas: Zaira de Abreu 69
Assessor de Relações Inter GVs: Prof Ângelo Shoenacker
GT Eventos - Ana Rosalina 69
GT Memoria Renata Delduque 68

=============================================

Carta 07/2006

Caro Associado.

A primeira diretoria da GVive escolhida pelo voto
direto tomou posse no começo de julho. A eleição
aconteceu no encontro de ex-alunos e amigos de junho.
Esta diretoria foi eleita com 93 votos de um total de 106 votantes.

Foram eleitos:

PAULO ÂNGELO MARTINS JR, turma/68 - Presidente
LUIZ CARLOS MARQUES -Luigy, turma/63 -Vice-Presidente
SHIGUEO WATANABE JR, turma/65 - Dir. Financeiro-Administrativo
ELIANA MARKUN, turma/68 - Dir.Social-Cultural

Para o Conselho Fiscal:
CIBELE ZVEIBIL, turma/68
LEONARDO MANZIONE, turma/68
LUIZ EDUARDO OSSE, turma/67
e
ARMANDO VARRONI NETO, turma/65 - Dir Jurídica
CARLOS MARTINS, turma/72
PAULO RICARDO SIMON, turma/66
---------------------------------------------------------------
Outros departamentos:
GT Memória Diretora CIda Shoenaker SEVs
Diretora Assistente Renata Delduque 68
GT Cadastros Diretora Rosely Martinez 65
GT Eventos Diretora Ana Rosalina 69
Assessoria de Imprensa Evelyn Kubota 72
Assessor de Relações Inter GVs Paulo Ricardo Simon 66
Fábio .. - Diretor de Informática

GT Memoria
Cida - Diretora,
Renata - Diretora Assistente,
Banco de dados Luigy
Colaboradores Prf Ângelo Schoenacker, Carminha, Cibele, Gloria, Rosa, Baruffaldi, Luigy, Shigueo, Vicente

==============================-
Eleição da primeira diretoria da Gvive

Nesse dia (6 de agosto de 2005) uma diretoria provisória, eleita por aclamação, assumiu a associação com a tarefa de tratar da documentação e legalização da GVive e fazer com que ela desse os primeiros passos para

atingir as metas que estão em seus estatutos -
e) Presidente Shigueo Watanabe JR
Vice PAULO ÂNGELO MARTINS
Dir.Financeiro PAULO RICARDO SIMON
Diretora Social Zaira de Abreu

Criação da Gvive





No dia 6 de agosto de 2005, em mais uma reunião de confraternização dos ex-alunos do GEVOA, e agora com a presença de ex-alunos de outras unidades, foi fundada a GVive. Ela se expressa em seu site www.gvive.org através de notícias, dados e informações na comunicação contínua entre seus associados. Na ata de fundação da GVive constam 118 nomes de ex-alunos de todas as turmas. Estavam presentes além de professores, pais e colegas de Americana, Batatais e Rio Claro (Site)
Nosso web site. http://www.gvive.org/